Ponte sobre o Rio Preto em Formosa |
E chegou a hora de voltar a Formosa do Rio Preto para auxiliar nos preparativos para a Eleição do 2º turno...
Poder
conciliar trabalho e treinos num lugar tão belo e com tanta pessoas do
bem, é uma coisa pela qual precisamos sempre agradecer a Deus. E aqui pra nós, rs, essa tal de "Correndo e trabalhando em..." é uma das "seções" que mais gostamos de escrever em nosso blog.
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Diferente do 1º turno (quando aqui desembarcamos vindos da Maratona de Salvador), a planilha agora me permitia "vôos" mais distantes, então foi possível botar em prática um plano que nasceu, assim que soube da existência de uma estrada rural que, margeando o rio, ligava Santa Rita de Cássia a Formosa do Rio Preto.
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Outras e prazerosas corridas matinais aconteceram antes desta, destaco, principalmente pela excelente companhia, os 27 km feito entre a divisa do PI e a nossa cidade, com o maratonista Donadson Azevedo.
Mas vamos aos 80 km...
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DE SANTA RITA DE CÁSSIA A FORMOSA DO RIO PRETO
Estátua de Santa Rita de Cássia na entrada da cidade - foto de arquivo |
Antes das passadas
Reencontrar o amigo Renato, exatamente na hora em que chegava a cidade, foi uma daquelas felizes "coincidências" com que Deus não se cansa de me presentear.
- "É você?"
Há 04 anos tivera o apoio dele e de sua família num treino pela região, por isso, enquanto lhe confirmava a identidade com um efusivo abraço, a logística instantaneamente já se apresentava na mente.
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O início
A lua ainda estava no céu quando
deixamos Santa Rita de Cássia, e até o amanhecer poderia contar com um luxuosíssimo auxílio.
Por volta do km 12, o dia já havia clareado. Aproveitara-me bem do fato de não estar carregando a mochila, entretanto, para desfrutar um pouco mais da companhia do amigo, lancei mão de um argumento infalível, principalmente quando se trata de não corredor:
"Vamos completar uma São Silvestre?".
Renato voltando depois de nossa "São Silvestre". |
Proposta aceita, Renato esteve comigo até o km 15. A partir o trajeto até Formosa do Rio Preto seria no melhor estilo "survivor".
O Peixe
Encontrando o Rio Preto no povoado do Peixe |
Dividir em etapas o caminho a percorrer, é uma estratégia mental que todo corredor de longa distância está acostumado a utilizar.
Meu primeiro destino era o Peixe, povoado pertencente ainda a Santa Rita de Cássia e pelas informações obtidas antes da montagem da expedição, o único ponto de apoio nos 80 km que separam as duas cidades.
Por volta do km 36 atingia o Peixe, e ali, pela primeira vez no dia, reencontrava-me com o Rio Preto.
Num pit stop que deve ter durado uns quinze minutos, sob olhares e perguntas de curiosos "piscianos", além de fazer uma boquinha, tratei de repor água nas garrafas e mochila de hidratação.
Igreja no Peixe |
Acreditava que estava bem municiado para o restante da viagem, mas não foi bem o que aconteceu...
A Estação Ecológica do Rio Preto
Apesar dos insistentes comentários dos colegas de trabalho a respeito de algumas onças soltas pelo IBAMA no local, saber que teria no caminho uma passagem por Área de Proteção Ambiental (APA), trazia um brilho especial e decisivo a empreitada.
E foi naquela área de preservação, que, entre outras coisas, visa a proteção do Rio Preto, afluente do Rio Grande, dos remanescentes de Floresta de Mata Atlântica e do Bioma do Cerrado, que atingi a marca especial dos 42, km.
Por volta do km 50, seguia numa estrada em que a vegetação não fazia a proteção que estava contando ter sobre a cabeça.
O sol forte acelerava o consumo de água. Desde o planejamento, contava com a possibilidade de recorrer ao Rio Preto para o caso de falta d'água, mas naquele momento não o tinha ao alcance.
Já estava em fase de racionamento, quando finalmente na estrada deserta passou uma moto. Por sorte era um dos anjos da APA, que mesmo seguindo no sentido contrário, pode me tranquilizar dizendo que a sede da Estação estava apenas a 4 km.
Reanimado pela notícia, aumentei o ritmo, chegando no meu novo próximo destino, onde fui super bem tratado no cerca de 10 minutos que passei por lá, além claro, do providencial socorro em forma de 2,5 litros d'agua geladinha.
Na despedida, recebi o conselho e o "mapa" de um bom local para banho, que ficava cerca de 1,5km adiante, e que, sem me fazer de rogado, fui conferir.
O banho apesar de revigorante, acabou me dando uma diminuída no ritmo, àquela altura já havia percorrido 56 km e o cansaço de toda a natural correria destes tempos de eleição, começou a dar as caras.
Apesar do prazeroso passeio estar substituindo dois treinos na planilha (um de 25 km, seguido de outro de 50 km, com intervalo de 12 horas entre eles), performance, definitivamente, não era prioridade.
Estava realizando mais um sonho e, a opção pelo banho de rio, era facilmente explicável para mim mesmo:
"De que adianta fazer essa viagem, motivada principalmente pelo fato de ter o Rio Preto margeando todo o caminho, se não aproveitá-lo um pouquinho? , rs".
O terço final.
As próximas divisões mentais seriam atingir o Km 60, e antes de atingir o 70, entrar em área familiar, devido aos treinos feitos naquela parte do percurso (no sentido contrário) desde o primeiro turno.
Na falta de onças, num dos meus encontros com as muitas boiadas do caminho, me deparei com um garrote que, por mais que eu gritasse tentando afugentá-lo, insistia em me dar testa.
Não vou mentir não, vinha com o ritmo cada vez mais sofrido, e sempre que passava em meio aos bichinhos, optava por caminhar, tentando não despertar sua ira, rs. Quando vi que o bruto não desistiria, retomei praticamente a velocidade do início do dia, só diminuindo quando, cruzei um salvador mata-burros. Nunca festejei tanto esse obstáculo!
Ao longe, como a se divertir com meu desespero e a deixar bem claro quem mandava naquele pedaço, o boi fazia ecoar um grosso mugido. Tudo bem, pensava eu, concordo, rs.
Por volta do km 76, já próximo da Agrovila Novo Horizonte, novamente voltei a ter problemas com água. A saliva rareava, desta vez o Preto estava ao lado, mas apesar da boca seca, pelo pouco que faltava, segui até encontrar uma água numa casa do caminho.
Agora era chegar e com quase 09 horas (não computadas as paradas) agradecendo a Deus pelo sucesso da missão, concluí oficialmente a chegada em Formosa na Igreja da Matriz.
Festejando a chegada |
À tarde ainda seria preciso trabalhar e tranquilizar os amigos e colegas de trabalho, informando-lhes que sobre o jejum de uma certas onças...
Até à próxima e uma boa eleição para todos nós!
Mais da corrida da Divisa do Piauí a Formosa
Trote regenerativo com o amigo Girley
Nem só de corrida vive o homem, rs
Mais do caminho entre Sta. Rita e Formosa
Com o super time do Cartório Eleitoral de Formosa: Hugo, João e a incansável Béa |
Béa e sparte dos seus meninos: |
Dr, César Lemos, Servidores do TJ e do TRE, Representante do MP (Dr. Márcio) e um mesmo objetivo: garantir a lisura da colheita da vontade do povo |
Avenida Brasil ao amanhecer |
Pilates no excelente estúdio da Prof. Ayala Fernanda |
Mais da corrida da Divisa do Piauí a Formosa
Trote regenerativo com o amigo Girley
amizade feita em 2014, quando estávamos trabalhando em Santa Rita de Cássia |
Nem só de corrida vive o homem, rs
Com Hugo no Cartório da 187 ZE |
Outros trotes por Formosa
Mais do caminho entre Sta. Rita e Formosa
Entroncamento (pela rodovia a distancia entre as duas cidades é de 130 km) |