INTRODUÇÃO
Eta plano B arretado de bom!
Criado para substituir a prova para a qual estávamos treinando desde novembro do ano passado, o projeto Capitais Nordestinas em Maratonas foi muito, mas muito mesmo, além disso.
vista aérea do Farol da Barra em Salvador/BA |
Foram 09 dias consecutivos correndo a mágica distância (42,195 metros), 09 dias de muitas estórias legais, encontros, reencontros, celebração da amizade e de excelente oportunidade de aprendizagem concedidos pelo nosso Pai.
Com Manoel e Pataro (Igreja do Carmo) no Renascer em São Luís - MA |
Sem desmerecer qualquer outro canto do Brasil ou do mundo, nosso Nordeste é lindo, somos um povo acolhedor por natureza, isso sem falar nas iguarias (que bom poder imaginar que ao longo da viagem poderíamos desfrutar de baião de dois, arroz de polvo, cajuína, Juçara, tubaína São Geraldo, guaraná Jesus, cuscuz com macaxeira, jabá, acarajé… Hummm!). Um dos objetivos do Projeto (que deverá gerar um vídeo nos próximos dias) também era mostrar um pouquinho de cada canto deste que estávamos percorrendo.
Vivendo um dia de cada vez...
“Por quê não falou antes? Faríamos um esquema melhor de suporte, divulgação, etc.”
Essa foi uma das perguntas que mais recebemos quando, respeitando o momento delicado que estamos atravessando, íamos contatando os amigos feitos em todos estes anos de competição, praticamente na véspera de cada etapa.
Jangadas (velas enroladas) praia de Pajuçara, Maceió - AL |
Não, definitivamente não poderíamos fazer alarde ou megaeventos. Desde o começo disso tudo, sempre tivemos a consciência do quanto precisamos agradecer pela saúde e pela paz de todos nossos familiares e amigos, e entender o luxo que é podermos vivermos essas tantas horas de felicidade.
Estátua de Iracema (Mucuripe) em Fortaleza - CE |
No entanto, como foi prazeroso sentir que aqui e ali tocamos o espírito de alguém com a simplicidade de nossas passadas. Quanta força nos trouxeram certas frases ditas de forma indisfarçavelmente espontânea por antigos e novos amigos em cada cidade. Tocou-nos profundamente uma que veio acompanhada de um abraço daqueles bem apertados que rezava: “que experiência maravilhosa!”.
À exceção de Fortaleza e Teresina, em todas as capitais tivemos pelo menos um “embaixador”. Entretanto, nunca estivemos sozinhos e a cada nova etapa íamos ganhando a companhia de amigos que se esforçavam para acordar todos os dias bem cedinho (e olha que nossa largada foi sempre por volta das 4h da manhã) para nos desejar uma boa prova.
Em Natal (Praia da Redinha ao fundo) próximo ao Forte Reis Magos |
Ainda na linha do levar pessoas conosco, diariamente (aproveitando o grupo de Whats App que havíamos montado para a Maratona de Salvador), buscávamos enviar imagens ao vivo. Uma troca boa de energia, porque toda vez que a gente tá fazendo alguma coisa que a gente gosta, pensa que queria ter todos os amigos por perto.
No mais, tendo desde sua construção a companhia de Pataro e Manoel na realização deste sonho de correr em todas as capitais nordestinas, havia em todos nós a certeza de que nunca estaríamos sozinhos. Cumplicidade de irmãos.
A sensação física...
Para Pataro e eu foram 09 dias de maratonas, para Manoel, a brincadeira foi alternar uma maratona com uma meia. Desta forma, nosso antigo staff (já colocamos nos classificados a necessidade de arranjar outro rs) entregou, com a alegria de sempre, 5 maratonas e 4 meias.
Em Atalaia (Aracaju - SE) com o padrão: Maratona/ camiseta laranja, Meia/camiseta branca foto by Tocorrendo.com |
Em todos os dias não cansamos de observar entre nós mesmos (e de ouvir das pessoas com quem estávamos correndo), quão soltos estávamos durante e após as maratonas.
É importante salientar um ingrediente que na preparação causou-nos o receio de ficar com algum tipo de enrijecimento: o deslocamento entre as capitais.
Ao final da viagem (em Salvador): 4.426,2 km rodados |
Sim, imediatamente após a corrida, precisávamos nos dirigir para a outra capital, diga-se de passagem num antigo e econômico Palio 1.000.
Nossa rotina era basicamente: acordar às 3h, iniciar a corrida por volta das 4h e, cerca de hora e meia após o fim dela, pegar estrada. Com deslocamentos que chegaram até a 600 km de estrada que não se pode chamar de freeway, houve lugar que chegamos quase 23h.
Nos locais onde tivemos que nos hospedar o grande incentivo para acabar nossas maratonas (todas feitas em tempos bem semelhantes) era o horário do café. Era chegar antes, tomar um shake, um banho, partir para o café, descansar um pouco e pegar estrada.
Pataro cruzando a ponte Maurício de Nassau - Recife - PE |
Nossa média de sono foi em torno de 04 horas diárias. Em alguns dias precisamos parar na beira da estrada para comer, a fim de chegar ao nosso local de pouso já para dormir. Houve dia que o nosso “jantar de massas” foi pastel de carne seca (rs).
Enfim, correr com a situação ideal é sempre muito bom, horas de papo pro ar, café da manhã antes de sair, etc, etc., mas é mesmo muito importante não deixar de acreditar que ainda podemos dar nosso melhor na falta dessas condições.
Sem dúvida, apesar de se tratar de um projeto sem nenhum viés competitivo, sentimos que aprendemos um pouco mais durante esses dias e que isso nos ajudará nos embates vindouros quando tudo isso passar.
A sensação espiritual...
Deus, muito obrigado!
Estação Cabo Branco - Ciência, Cultura e Artes - João Pessoa /PB |
Há tempos não fazíamos uma viagem por tantos dias seguidos. Só de deslocamento de carro foram quase 4.500 km rodados. Cada hora valeu a pena. Por dentro sentia que era a confirmação de uma resposta que havia recebido no final do Salvador - Aracaju 2011: “por quantos dias você se determinasse a seguir”, e dada a relevância em minha vida da dona desta fala, isso também era um bom combustível.
Correr cada dia num lugar, cada dia numa cidade mais bela que a outra... quer motivação maior?
Bom sentir que com leveza espalhamos um tanto do nosso amor pelo esporte, pela vida, pelo companheirismo, pela amizade.
Manoel (Ponte Estaiada ao fundo) correndo às margens do Rio Poty |
Muito bom ouvir aqui um: “Desde 2019 que não corria uma meia maratona, não vim pensando nisso, mas tava tão bom que acabei ficando”; ali um: “Que saudade eu tava dessa sensação de correr uma maratona”; mais adiante alguém dizendo: “vocês me inspiraram a fazer algo parecido”. Ah! É tão bom!
Muita gente a agradecer...
“Aprendi que se depende sempre, de tanta muita, diferente gente. Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas”. (Gonzaguinha)
Entre Virgulino Ferreira (Lampião) e Maria Bonita - Tambaú - João Pessoa |
São muitos nomes, muitos rostos, muita gente que nos acolheu, mesmo que de longe, mesmo que de passagem. Obrigado a todos que nos mandaram boas energias, aos que contribuíram com a compra das camisas e nos ajudaram a diminuir os gastos da viagem, aos que nos ofereceram água ou tiraram um pouco do seu tempo para nos mandar uma mensagem, para indicar um melhor ponto para ou correr ao nosso lado. Obrigado! Obrigado! Obrigado!
almoço no Shopping Poty em Teresina |
Obrigado aos irmãos desta jornada. Melhor que fazer uma coisa boa é fazê-la em tão boa companhia! Obrigado pela confiança no Projeto.
E como não podia deixar de ser, um super e especial agradecimento ao Professor Marcelo Augusti, a quem devo, no mínimo, por baixo, por baixo, 50% de todas as conquistas nesse esporte-arte chamado corrida de rua. Pelas orientações, energia e sua grande capacidade de sempre nos fazer acreditar.
Clique para ver os momentos finais da última etapa
A seguir, um pouquinho de cada um dos 42,2 km
Mesmo após tanto anos de estrada, podemos afirmar com a tranquilidade de quem já acreditava, que nunca fez tanto sentido a velha expressão: “cada maratona é única”.
02 de julho - sexta-feira (feriado)
Maratona 1/9 – SALVADOR - BA
Uma verdadeira festa...
Com certeza esta é a melhor definição para o pontapé inicial do nosso Projeto.
Aproveitando o feriado tão representativo para os baianos, 02 de julho, Independência da Bahia, promovemos uma meia-maratona solidária (os alimentos arrecadados foram entregues ao Lar Frei Lucas) dentro da Maratona, no circuito conhecido por todos como Farol a Farol.
Com a missão de organizar a largada dos 21,1 km às 5h30, às 3h20, acompanhados de Rogério, Sérgio e Gilton, demos início à nossa maratona, com ritmo suficiente para chegar no Farol de Itapoan com a metade da prova já concluída.
Ali nos esperavam pelo menos umas 30 pessoas, e após fazermos as largadas em ondas, aproveitamos bem o incentivo do ritmo da galera (muitos obtiveram RP na meia) para fechar com muita alegria nossa primeira prova.
Energia muito boa para botarmos o pé na estrada depois de um banho, um café e algum descanso, o que a partir dali, com algumas pequenas variações, viria a ser nossa rotina durante toda a viagem.
03 de julho (sábado)
Maratona 2/9 – ARACAJU - SE
No embalo do forró...
Acompanhados de Carlos Ramos e Luciana Ramos (nossa anfitriã na capital sergipana, que voltaria a fazer 21 k após seu RP no dia anterior), por volta das 5h demos início à Maratona de Aracaju.
Como era um dia de sábado, não demorou muito e logo a orla estava tomada por corredores, ciclistas e muitas assessorias, inclusive uma que aquecia ao som de forró (vídeo em breve), como a nos lembrar que o sonho da saga nordestina estava enfim tornando-se realidade.
Carro estacionado em Atalaia, nossa primeira “perna” do treino foi cumprida numa ida de 5 km na direção de Mosqueiro, ou seja, com 10 km estávamos de volta ao nosso “posto de hidratação”.
Essa também seria uma constante em toda viagem. Em geral, no primeiro momento fazíamos algo em torno de 8, 10, 12 k, apenas com uma garrafa d'água no bolso das bermudas. Na segunda perna buscávamos sair com uma autonomia maior (1 litro de líquidos) buscando locais representativos da cidade para registrar enquanto corríamos, e em geral, quando retornávamos para nova reposição hídrica, sempre estávamos com algo entre 28 e 36 km. Daí era fazer os cálculos do que necessitávamos para finalizar os 42,2 daquele dia, o que muitas vezes exigia apenas uma ida e volta menor que a primeira perna.
04 de julho (domingo)
Maratona 3/9 – MACEIÓ - AL
Puxados pela tropa de elite...
Prontos para largada no Barro Duro - Acompanhados de Marcondes e Maryelly que ambém fariam 42k , com o auxílio de Sandra Lyra e do Prof. Itamar |
O terceiro dia da expedição foi aquele que fez aumentar nossa crença de que os meses de preparação havia nos dado realmente a condição de tentar realizar as 09 maratonas consecutivas pelas capitais nordestinas.
Às 4h30, na companhia de Maryelly Mel e Marcondes Lyra e apoio pra lá de luxuoso para hidratação e registros de Sandra e Itamar, partimos do Barro Duro em direção a Jacarecica.
Pelotão passando encaixado entre as praias de Jatíuca, Ponta Verde e Pajuçara |
Acredito que já estávamos com 1/3 da prova entregue quando juntou-se ao grupo uma turma da “leveza”, só canelas finas (rs): Alfredo, Val, Otávio e Roosevelt (Saci). E assim, ânimo renovado, voamos pelas praias de Jatiúca, Ponta Verde e Pajuçara, onde, para filmar um pouco das suas famosas jangadas e adicionar um carinho às pernas, em companhia de Maryelly (que havia largado para a meia, mas foi de inteira) finalizamos a terceira maratona da série.
05 de julho (segunda)
Maratona 4/9 – Recife - PE
Lula de Holanda...
quase fechando a Maratona - No Marco Zero com Lula e Widi 4/4 (que revezaram para nos acompanhar fazendo cada um deles 21,1) |
Acostumado a criar e realizar sonhos, Lula foi uma das poucas pessoas que entendeu de primeira o que era o Projeto das maratonas nordestinas.
Num riso franco e seu característico, foi logo dizendo: “Robertinho, tu tá tendo os sonhos do velho Lula. Vocês tão mais doidos que o Lula, eu tô me tratando e agora vocês tão endoidando. Valeu, campeão!”
Tratou de arrumar uma logística, um trajeto que não contemplava a orla e nos alocar bem perto do Parque da Jaqueira, por onde saímos e onde concluímos a Maratona.
Com o suporte de Midi 4 x 4, partimos com o velho Lula via Açude de Apipucos, UPA Caxangá, em direção à Aldeia km 5.
Com direito a uma bela subida que nos trouxe a sensação de um clima serrano, Lula completou sua meia maratona e, ao lado de Manoel, que naquele dia tinha a missão também de fazer “apenas” 21 k (lembrando que ele alternou Maratona com meia do começo ao fim do Projeto), passou a ser nosso suporte.
Dali em diante fomos puxados por Midi 4 x 4 até o fim do trajeto, com direito a estórias relativas ao Recife Antigo e registro especial no Marco Zero antes de rumarmos para o Parque da Jaqueira e finalizarmos nossa quarta maratona.
Despedidas rápidas, rumamos para o hotel para pegar o café da manhã. Desse dia em diante, um dos nossos maiores motivadores de ritmo seria chegar a tempo de tomar um banho, um shake e o café.
06 de julho (terça-feira)
Maratona 5/9 - João Pessoa - PB
A porta do Sol...
Parada para registro de despedida de Sérgio Freire (camisa do projeto no corpo) da sua marcante participação no Capitais Nordestinas em Maratonas |
Hospedados em Tambaú, carro estacionado na porta, às 4h da manhã (horário que seguiríamos até o fim do Projeto) partimos para nossa famosa primeira perna.
Com 10 km rodados, pontualmente às 5h estávamos de volta para honrar nosso compromisso com o simpaticíssimo Sérgio Freire, que conhecêramos no dia anterior e que fez uma reviravolta em sua rotina para encaixar umas passadas conosco antes de partir para a labuta, afinal nem todos estavam de férias como nós 03 e nos encontrávamos em plena terça-feira.
A perna feita com Sérgio foi na direção da subida para a Ponta do Seixas, e foi um daqueles encontros mágicos que a vida nos proporciona, apesar da pouca duração nos marcou muito.
Ouvi-lo contar, com natural e justificadíssimo orgulho, estórias de sua cidade enquanto corríamos e tê-lo a partir dali como uma das pessoas que navegou conosco até o final do Projeto foi mesmo um presente de Deus. Isso sem falar na montagem que ele fez do vídeo de nossa chegada na última etapa, deixando-o ainda mais emocionante.
Retornamos da segunda perna com algo em torno de 34 km. Hidratação reposta, lá fomos nós para os quilômetros finais.
Por volta das 08 horas, o sol começou a lembrar-nos que na terra onde ele nasce primeiro, também esquenta mais cedo.
Puxadores de rede na praia de Tambaú |
O bom é que neste momento todos já beirávamos os 40 km, então reafirmamos como era bom, apesar do cansaço, começar os trabalhos bem cedinho todos os dias.
07 de julho (quarta-feira)
Maratona 6/9 – Natal - RN
O nascer de sol mais bonito...
Privilégio de todos os dias da viagem, nesse dia o astro-rei foi ainda mais brilhante.
Encontro marcado na entrada da Via Costeira com o amigo Josias da equipe CARN (a quem já estou devendo duplamente, pois já me ajudara no Desafio dos Faróis em 2019), pedi a Manoel, que naquele dia correria 21 km, que levasse nosso carro hidratação para o ponto marcado, para onde Pataro e eu apontaríamos nossas passadas após fazermos alguns quilômetros em torno de nossa pousada.
Nosso cicerone na Cidade do Sol acompanhou-nos por 26 km num excelente bate e volta ao Forte dos Reis Magos e, após breve despedida, tratei de puxar Pataro para fechar a maratona Natalense em Ponta Negra, aos pés do famoso Morro do Careca.
08 de julho (quinta-feira)
Maratona 7/9 – Fortaleza - CE
Que soninho...
Após mais de 500 km de estrada, havíamos chegado em Fortaleza pouco antes das 23 horas. Cogitou-se uma mudança no horário de largada, mas no fim prevaleceu o que vinha acontecendo desde Recife: largada às 4h.
Tentáramos contato com uma corredora da cidade, mas o corre-corre do dia de semana impediu nosso encontro.
Era a primeira vez que correríamos sem ninguém da cidade, mas também era dia de Manoel fazer maratona, então já éramos 03 para brincar entre as Praias de Iracema, Meireles e Mucuripe.
Pois bem, nem havia clareado ainda, estávamos naquela fase de acordar o corpo, quando três mulheres corredoras, usando roupas de uma mesma assessoria, passaram por nós. Bom dia pra lá, bom dia pra cá, de repente ouvimos a seguinte frase de uma delas: “Imagina quando estiverem todos madurinhos hein!” (rs). Aquilo foi uma boa injeção de ânimo e a certeza de que já estávamos desfrutando do fato de estar correndo na capital da alegria.
No Parque do Cocó |
Depois de amanhecer o dia, partimos em direção ao Parque do Cocó, e como ficamos felizes com essa decisão! Terra batida, natureza e sombra. Por ali fizemos uma boa parte dos 42,2 k daquele dia antes de retornarmos para finalizar a sétima maratona na orla.
09 de julho (sexta)
Maratona 8/9 – Teresina - PI
O trajeto no dia anterior entre Fortaleza e Teresina era o maior entre as Capitais (600km). Almoçamos, lanchamos e jantamos na estrada, mas curiosamente chegamos mais descansados na Capital Piauiense.
Foi o dia em que Pataro, famoso pela facilidade com que adormece, ficou desesperado ao perceber que 5 minutos depois que deitamos em nossas camas (estivemos em quarto triplo durante toda a viagem) já estávamos roncando. Meu Deus! O que terá acontecido? rs
Teresina seria outra cidade onde que não teríamos companhia, mas foi incrível como sem querer acabamos acertando e muito na escolha do hotel. Simplesmente ficamos a 750 metros das margens do Rio Poti.
Pronto para entregar sua quarta e última meia-maratona, Manoel voava à nossa frente nos puxando pelas ruas da Cidade Verde.
Num momento em que tencionávamos subir a rampa para voltar ao carro e pegar mais hidratação, perguntei-lhe se não conseguiria finalizar os 21k apenas com a garrafa que havia trazido. “De boa!”, respondeu nosso antigo e “metido” staff (rs).
Enquanto partíamos Pataro e eu em busca de mais água, fiz questão de gritar: “quero hoje a melhor das meias dessa semana e se possível com um sub 2h!”
Manoel fechando sua participação em Teresina |
Com 1h59'02’’ tive minha “ordem” atendida. Nada mal para quem ali já carregava nas pernas 4 maratonas e 4 meias. Lá se foi Manoel para seu merecido descanso. Lá se foi nosso staff, brincamos Pataro e eu, felizes pela evolução do nosso amigo.
Depois, os velhos cálculos e lá fomos nós para as margens do Rio Poti novamente, aproveitar as faixas destinadas a corredores à sombra e uma das faixas de carros interditada para estacionamento paralelo à ciclovia.
Aliás, uma outra boa constatação nessa viagem (não sem uma ponta de inveja), foi ver a maioria das capitais com ruas interditadas de segunda a segunda até determinada hora (geralmente 8h) exclusivamente para a prática de esportes.
10 de julho (sábado)
Maratona 9/9 – São Luís - MA
As estradas maranhenses trouxeram uma emoção a mais à derradeira etapa do nosso Projeto. Foi necessário parar duas vezes em borracharia para desempenar a jante do velho Pálio de guerra.
Outro contato intermediado pelo velho Lula, às 4h da manhã Rodrigues foi a nosso encontro para largarmos juntos do hotel onde havia nos recomendado ficar.
Aquela etapa com largada e chegada bem à frente da praia, para quem gosta de areia como nosotros, era prenúncio de coisa boa.
Situados bem na metade da Avenida Litorânea, nossa primeira perna nos rendeu 8km.
Tanques reabastecidos, pedi ao nosso Mestre de Cerimônia que nos levasse na direção do Projeto Reviver. A única vez que estivera na Cidade dos Azulejos (numa viagem de bike para Caracas) fora ali que me hospedara.
Com Renato Cruz e Rodrigues |
Ainda estávamos à beira mar quando os corredores e diversas assessorias começaram a colorir a paisagem o que era um incentivo a mais.
Numa dessas passagens por grupos, avisado por Rodrigues sobre o fato de estarmos findando nosso Projeto em São Luís, Renato Cruz deixou a turma com quem estava fazendo um longão e gentilmente baixou o ritmo para, por alguns quilômetros, também nos fazer companhia até o Espigão costeiro.
Rua Grande no Centro de São Luís |
Casando as passadas com estórias e causos divertidos, nosso anjo condutor pela Ilha do Amor, simplesmente acabou fazendo 10 km a mais do que pretendia, deixando-nos no Projeto Reviver com nossos “odômetros” marcando 26 km.
A saga estava chegando ao fim. Uma ponta de saudade já começava a bater. Foram dias tão intensos e nossos garmins nos avisam que já entráramos na reta final.
- “Vamos fechar na areia da praia?”
- “Vamos!”
Hora de agradecer, de abraçar, de chorar, de festejar!
“No Nordeste faz calor também, mas lá tem brisa. Vamos viver de brisa, Anarina. Vamos viver de brisa”. (Manuel Bandeira)
Até a próxima!