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Com Manoel, "Seu" Antônio, Lula Holanda e Pataro |
No último domingo retornamos a Recife, para uma vez mais percorrer a mítica distância, dos 42,195 km.
Correr a Maratona das Praias, prova organizada pela ACORJA, e que se desenrola pelo belo litoral sul pernambucano, já virou uma tradição. Um dos motivos é a proximidade da data com nosso aniversário que, diga-se de passagem, é exatamente hoje - happy birthday to me - e poder juntar amigos nessa viagem é um verdadeiro presente.
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Parada em Maragogi |
O outro grande motivo é poder rever toda a família acorjeana, da qual também me sinto parte, e a nona edição desta prova seria marcada como aquela em que Lula de Holanda completaria sua centésima corrida (aí computadas apenas as Maratonas e Ultra Maratonas). Desta vez, não havia mesmo como dizer não à Maratona das Praias.
O SÁBADO
Além de providencial (afinal havíamos viajado 800 km de carro no dia anterior e destravar as pernas era preciso), a escolha do Parque da Jaqueira como palco do nosso tradicional trote pré-prova não podia ter sido mais feliz, pois lá tivemos a sorte de nos encontrar com o elétrico, simpático e sempre jovial Presidente da Acorja.
Com a preparação para as maratonas do mês de junho, iniciada há apenas duas semanas, a corrida propriamente dita (tanto para mim, quanto para Pataro), seria um senhor treino de luxo.
O DOMINGO
Pouco depois das 3h e meia, chegamos a uma área de largada que estava repleta de amigos.
A falta de compromisso com relógio diminuiu drasticamente a velha sensação de "leão na jaula". A orientação era buscar fazer o melhor possível no caminho entre o Parque das Jaqueiras e a Enseada dos Corais, sem interferência da cabeça, nem do relógio.
Pontualmente as 4h foi dada a largada, e num ritmo que se não estava completamente confortável, também não era o dos ponteiros, iniciamos a viagem pelas ruas do Recife Antigo.
Aos poucos ia me encontrando com os mesmo atletas de outras edições, praticamente nos mesmos pontos.
Lá pelo km 08 ao jogar uma água na cabeça, atingi os óculos que ali estavam, e na tentativa evitar sua queda, acabei escorregando, escalando e indo ao chão rs, (da próxima vez vou optar pela queda dos óculos) e com isso perdi contato com o pelotão que estava encaixado.
Logo o dia estaria acordando, e este amanhecer de Recife sempre faz tudo valer à pena.
A chegada em Pina concidia com o km 12, ali o ritmo já estava completamente encaixado e, feliz seguia pelo caminho que antes de desembocar na Enseada dos Corais, ainda passaria pelas praias de, Boa Viagem, Piedade, Candeias, Barra da Jangada, Paiva, Itapuama e Pedra do Xaréu.
Na marca da meia maratona, onde finalmente ultrapassei a campeoníssima Irlaine Catarina, uma conferida no relógio indicava que estava com 1h 38.
Veio o trecho de areia onde acabei superando um atleta. A partir dali ainda ganharia oito posições.
De forma natural seguia aumentando o ritmo. Quebrar na parte final da maratona não seria nenhuma surpresa, dado o momento da periodização em que me encontro, mas começava a acreditar que também poderia chegar ao fim sem oscilação.
Veio o km 30. Veio o Paiva, e seu decantado abafamento.
A saída do Paiva coincide com o início da maior ladeira do percurso. Completamente sem noção da colocação em que estava, subi à toda. Sentia-me tão bem que só desejava avistar atletas à frente, para acelerar ainda mais.
Trazia na cabeça a lembrança do ano passado, quando chegara na 7ª colocação (completamente exausto) e, só depois no resultado pude perceber, separado do terceiro colocado por menos de 2 minutos.
Os dois últimos quilômetros foram o mais velozes da viagem. Entretanto, nesse momento, consegui avistar (e devidamente ultrapassar, rs) apenas um atleta.
Com o tempo de 3h 21' 43, (três minutos a menos que no ano passado, e em terceiro lugar na categoria 50/59) atravessei o pórtico enquanto o locutor informava que estava chegando o 14º colocado geral.
Pouco tempo depois chegaria o amigo Pataro (estabelecendo seu melhor na Maratona das Praias) com 3h 44' 22.
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Pataro na passagem pelo Paiva |
A partir dali começaria nossa logística para voltar a Salvador. Enquanto os amigos, e parceiros de viagem, Manoel e "Seu" Antônio, completavam seus 42,2, para ganhar tempo, retornamos de Uber para o Parque da Jaqueira, onde havíamos deixado a caranga estacionada.
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Manoel e o Novinho ("Seu" Antônio) completando a missão |
Enquanto fazíamos o caminho de volta para a Enseada dos Corais, pelas redes sociais (sim, Manoel consegue conciliar corrida e postagens, rs) ficamos sabendo que nossos amigos já haviam mandado para conta, juntos e felizes, mais 42 km.
Logo estaríamos todos reunidos, com aquela boa sensação de missão cumprida, e prontos para tomar o caminho de volta a Salvador.
O velho Presida, com direito a "pacer de Lula" e boneco de Olinda, completara também a tão sonhada centésima mara/ultramaratona. Nada mal para quem está para completar 65 anos, e começou a correr apenas após os 50. O cara que transformou uma notícia de demissão em motivação e segue por aí contaminando a todos com seu jeito de menino.
Parabéns Lula!