segunda-feira, 29 de julho de 2013

SALVADOR - IMBASSAÍ (65KM)

Samuel, eu, Chico, Rubem, Carlinhos e Pataro
Uma súbita mudança de tempo em plena sexta-feira à tarde fez despencar um aguaceiro que tingiu de gris a capital baiana. A chegada da noite transformou o trânsito num caos completo e, no entanto (deu gosto de ver), nenhum dos corredores que haviam confirmado presença me ligou para perguntar se a aventura marcada para o sábado continuava de pé.

Acho que já estão acostumando com a resposta (rs): “Se não há ameaça de terremoto ou tsunami, com a permissão de Deus, estaremos todos lá.”

Por volta das 5 horas da manhã, cheios de disposição, os membros da turma do “ônibus” que tinha como destino final Imbassaí, a 65km de Salvador, foram chegando no Km 0 da Estrada do Coco.

Dos seis “passageiros” presentes na largada (Samuel, Chico, Pataro, eu, Carlinhos e Rubem), respeitando suas planilhas e/ou objetivo atual, três “saltariam” antes do ponto final.


Às 5h17, após os registros de praxe, ligamos os motores e “puxamos o carro”.

Mal começamos a correr e São Pedro deu logo mostras de que teríamos sua companhia durante a maior parte da corrida; nada que fosse capaz de cessar os velhos causos, que logo começaram a brotar de nossas bocas.


Parece que embaixo de chuva as endorfinas começam a trabalhar mais cedo. A felicidade por estar fazendo parte daquilo é contagiante. Não há medalha ao final, nem precisa. O que faz valer à pena mesmo é esta cumplicidade que une todos em torno da vitória de cada um.

Estávamos com aproximadamente 16km de passeio (não consigo chamar uma coisa tão prazerosa como esta de treino) quando fomos surpreendidos pela aparição do Pró-Maratonista Admilson, que seguia de moto para a Milenium, onde trabalha.


- “Meu Deus, chega dá água na boca”. Estas palavras, ditas de supetão e carregadas de tanta sinceridade, penso, dão uma pequena noção de quão mágica é esta energia que à nossa passagem íamos espalhando.

Na Policia Rodoviária em Arembepe (Km 22), de acordo com o previamente combinado, desfalcando o grupo de um dos seus melhores humoristas, Samuel “puxou a cordinha” e pediu o ponto.


A partir dali o foco maior passou a ser em Rubem que nunca havia feito uma Maratona e tinha como destino Guarajuba, que fica exatamente no Km 42 da Estrada do Coco.

Tia Lalá, Rafa e Luan: Assim fica muito melhor

No km 41, a chegada de nossos “anjos da guarda” trouxe ainda mais alegria à nossa viagem. A bordo de suas máquinas possantes e trazendo, além de víveres, nossos preciosos tesourinhos, Márcia e Tia Lalá enfim nos alcançaram.

Chico, Vítor e Márcia
Enfrentando as dificuldades normais em corridas de longa distância, Rubem (nosso estreante na mágica distância) superou honrosamente os momentos difíceis e, visivelmente radiante, atingiu a meta proposta.

Rubem completando a Maratona
Pataro, que fez parceria com Rubem na maior parte do caminho, resolveu também parar nos 42km e fazer-lhe companhia no ônibus de volta para Salvador.

Pataro e Rubem
Dali por diante, ajudados por nossas staffs, seríamos apenas Chico, eu e Carlinhos.

eu, Chico e Carlinhos

No km 49, Carlinhos já dava mostras de sofrimento acusando dores na panturrilha, quando fomos presenteados com providenciais coca-colas pela tia Lalá.

Ao tempo que aconselhava o incansável Chico a reduzir o ritmo para não forçar a barra para Carlinhos, provavelmente pelo batalhão de coisas doces ingeridas (geis, malto, coca), comecei a ser tomado por um enjoo.


Em Praia do Forte, km 54, numa parada para registro do início da Linha Verde, pedi às meninas que avaliassem a possibilidade de Carlinhos querer parar ali.


Soube depois que ele ponderou bem sério, “ir de carro a partir daqui seria uma boa”, mas, abrindo um sorriso (sua marca registrada), apesar de toda dificuldade, concluiu: “mas eu quero chegar lá é correndo... e forte”.

O Prof. Carlinhos é um ser humano admirável. Simples de palavras traz em si ensinamentos que não caberiam em mil compêndios.

Determinado, várias vezes parecia próximo a sucumbir e, de repente (ê morto safado), ressuscitava a ponto de ultrapassar até mesmo Chico, que pouco sofreu durante todo o trajeto.

No mirante, uma última parada para foto antes dos quilômetros finais. Agora era só descida e, como prêmio, uma chuva de lavar a alma despencou novamente, lado a lado o máximo que nossas situações permitiam, percorremos os últimos quilômetros.




Profundamente emocionados e agradecidos a Deus, comemoramos nossa chegada em Imbassaí banhando-nos nas águas frias do seu rio.

Só mesmo quem estava há 6 horas na estrada pode avaliar quão deliciosa é esta sensação.
Tia Lalá e Márcia
O resto do dia, claro, foi dedicado ao nossos anjos.
Rafa, Vítor e Luan jogando bola na praia


O After Day
Não. Não irei falar de dores.

No sábado à noite estivemos na PousadaCanto de Imbassaí falando com Thomas Kupfer para conhecer o tal percurso onde ele pretende fazer uma Corrida.

Compromissado com o café da manhã de seus hóspedes, Thomas, mesmo sem poder ir, traçou um perfeito croqui com um trajeto cheio de estrada de barro, rios e trilhas na mata.



Moral da história? Amanhecemos o domingo e fomos fazer um relax de mais de uma hora de corrida na natureza, aprovando por completo a sugestão de realizarmos ali uma brincadeira nos próximos meses, mas isto será assunto para uma outra postagem, aguardem.


Até a próxima!











































MIrante da Pousada Bichelenga (Os meninos adoram este lugar)