Monumento às Bandeiras do artista ítalo-brasileiro Victor Brecheret |
Mesmo não sendo um fã ardoroso da prova paulista, não há como negar sua evolução ano após ano, principalmente no quesito horário de largada que nesta edição, para os atletas amadores da primeira onda, ocorreu às 6h20'.
Ainda que de bate e volta (chegara em Sampa na tarde do sábado) que felicidade podermos estar ali.
A PROVA
Conscientes do momento da periodização em que estamos (afinal foram 26 “maratonas” no ano passado e um mesmo tanto de treinos acima desta quilometragem, a maioria em terrenos ou relevo complicados), deixamos com tranquilidade o Parque do Ibirapuera.
Motivados pela sequência de bons treinos, porém, e autorizados que estávamos pelo Mestre Marcelo Augusti, alguns quilômetros depois, ambos passaríamos a tentar segurar, pelo máximo de tempo possível, um ritmo próximo ao que buscaremos em Porto Alegre.
Logo após o primeiro quilômetro, quase não acreditei, ao meu lado seguia Vanderlei Cordeiro, nosso medalhista olímpico em Atenas ( bi-campeão panamericano e ainda atual recordista da Maratona de São Paulo, entre outras tantas conquistas) que foi condecorado com a medalha Pierre de Coubertin por sua grande demonstração de espírito esportivo ao entrar no estádio Panatenaico, comemorando o terceiro lugar com o seu famoso aviãozinho, mesmo depois de ter sido prejudicado pelo ex-padre irlandês que o derrubou e o retirou da pista, na altura do km 35, quando ele que já liderava a Maratona há cerca de uma hora, e seguia com enormes chances de vencê-la.
Ao lado de Vanderlei Cordeiro |
Claro que não resisti e desensaquei o celular para registrar com um vídeo aquele momento ímpar com um ídolo mundial.
Por volta de 1h de prova, outro encontro dos bons, fui ultrapassado por Osiris ( vice-campeão do 100k survivor na UAI REVERSE).
Apesar do longo tempo que havíamos corrido juntos pela Serra da Mantiqueira (fora a epopéica espera o buzu de retorno para Passa Quatro rs), no primeiro momento não tive certeza de que se tratava do amigo.
Cheguei mesmo a proferir seu nome ao vento (como quem não quer nada rs) pra ver se o atleta a frente reagia e nada.
Com Osiris |
Mesmo desconfiado de que havia me enganado, apertei o passo para ultrapassá-lo mas ao tentar um contato visual, uma exclamação de alegria não deixou dúvidas, era realmente o amigo.
Juntos fechamos a primeira hora com pouco menos de 14km.
Seguíamos em bom ritmo, o que não impediu algumas conversas (tema pouco difícil de adivinhar rs) sobre o privilégio de estarmos ali naquele retorno das maratonas oficiais, do que fora a UAI Reverse, dos nossos próximos planos competitivos, etc.
Com 1h 32' alcancei a marca da meia maratona. Feliz com a passagem, seguia encaixado.
Numa das voltas do percurso, cruzei finalmente com o amigo Pataro. Dá-lhe, -gritei.
Principalmente a partir do km 28, onde já passei com 2h 04, comecei a pressentir que a coisa não seria aquele "mar de rosas" até o fim, pois o padrão de volta passou a ficar cerca de 20 a 30 segundos mais alto, e ainda assim, manter o ritmo já exigia uma grande concentração e esforço.
Era a cobrança justa e devida feita pela Maratona de São Paulo, que é sabidamente mais dura em seu final. Isso combinado com os dois meses que ainda faltam na preparação para Poá, meus amigos, não nego não, sem abrir mão da luta, passei a levar o barco do melhor jeito que podia, mas haja careta, viu.
Uma coisa que reforçava o ânimo, porém, é que apesar de receber algumas ultrapassagens, os corredores do "pelotão" que seguia ali pelo entorno, em sua maioria, visivelmente, caíram de ritmo também, tanto é que, mesmo nesse momento menos veloz da prova, consegui superar atletas que vinham na minha frente a bastante tempo.
E foi assim, que lá pelo km 41, resolvi desembainhar novamente o celular e mandar um vídeo dividindo a emoção de estar ali prestes mais uma vez a completar uma maratona, que tem sempre, sempre, sempre, um sabor especial e único.
Logo depois chegaria Pataro. Alegria geral. Valera à pena.
Com Wedmo Mangueira |