quarta-feira, 13 de abril de 2022

MARATONA INTERNACIONAL DE SÃO PAULO 2022

 Monumento às Bandeiras do artista ítalo-brasileiro Victor Brecheret

 No último domingo, depois de haver sido cancelada em 2020 e 2021 por conta da pandemia, finalmente, voltou a acontecer a Maratona Internacional de São Paulo.

Mesmo não sendo um fã ardoroso da prova paulista, não há como negar sua evolução ano após ano, principalmente no quesito horário de largada que nesta edição, para os atletas amadores da primeira onda, ocorreu às 6h20'.

 A hidratação esteve perfeita, a temperatura, apesar de não ser o frio que esperava (e torcia rs), esteve bem agradável no início da prova e o circuito gostoso de correr, a começar pelo ponto de partida , o Parque Ibirapuera, bem como os famosos vai e vem no Jockey Club e na Cidade Universitária. A gente se surpreende com o tanto de verde em meio à selva de pedra.

 Em preparação para a os 42,2 de Porto Alegre, prova alvo do primeiro semestre, a MISP entrou em meu caminho como um treino de luxo, quando percebi que uma das muitas passagens de avião, compradas em 2020 perderia sua validade.





 Na mesma batida (pra variar rs), o amigo Pataro estava na mesma situação e foi assim que fomos parar em São Paulo participando da celebração do retorno da primeira das grandes maratonas brasileiras.

Ainda que de bate e volta (chegara em Sampa na tarde do sábado) que felicidade podermos estar ali.

A PROVA

Conscientes do momento da periodização em que estamos (afinal foram 26 “maratonas” no ano passado e um mesmo tanto de treinos acima desta quilometragem, a  maioria  em terrenos ou relevo complicados), deixamos com tranquilidade o Parque do Ibirapuera. 



Motivados pela sequência de bons treinos, porém,  e autorizados que estávamos pelo Mestre Marcelo Augusti, alguns quilômetros depois, ambos passaríamos a tentar segurar, pelo máximo de tempo possível,  um ritmo próximo ao que buscaremos em Porto Alegre.

Logo após o primeiro quilômetro, quase não acreditei, ao meu lado seguia Vanderlei Cordeiro, nosso medalhista olímpico em Atenas ( bi-campeão panamericano e ainda atual recordista da Maratona de São Paulo, entre outras tantas conquistas) que foi condecorado com a medalha Pierre de Coubertin por sua grande demonstração de espírito esportivo ao entrar no estádio Panatenaico, comemorando o terceiro lugar com o seu famoso aviãozinho, mesmo depois de ter sido prejudicado pelo ex-padre irlandês que o derrubou e o retirou da pista, na altura do km 35, quando ele que já liderava a Maratona há cerca de uma hora, e seguia com enormes chances de vencê-la.

Ao lado de Vanderlei Cordeiro

Claro que não resisti e desensaquei o celular para registrar com um vídeo aquele momento ímpar com um ídolo mundial.

Por volta de 1h de prova, outro encontro dos bons, fui ultrapassado por Osiris ( vice-campeão do 100k survivor na UAI REVERSE).

Apesar do longo tempo que havíamos corrido juntos pela Serra da Mantiqueira (fora a epopéica espera o buzu de retorno para Passa Quatro rs), no primeiro momento não tive certeza de que se tratava do amigo.

Cheguei mesmo a proferir seu nome ao vento (como quem não quer nada rs) pra ver se o atleta a frente reagia e nada.

Com Osiris

Mesmo desconfiado de que havia me enganado, apertei o passo para ultrapassá-lo mas ao tentar um contato visual, uma exclamação de alegria não deixou dúvidas, era realmente o amigo.

Juntos fechamos a primeira hora com pouco menos de 14km.

Seguíamos em bom ritmo,  o que não impediu  algumas conversas (tema pouco difícil de adivinhar rs) sobre o privilégio de estarmos ali naquele retorno das maratonas oficiais, do que fora a UAI Reverse, dos nossos próximos planos competitivos, etc.

Com 1h 32' alcancei a marca da meia maratona. Feliz com a passagem, seguia encaixado. 



Numa das voltas do percurso, cruzei finalmente com o amigo Pataro. Dá-lhe, -gritei.

Principalmente a partir do km 28, onde já passei com 2h 04, comecei a pressentir que a coisa não seria aquele "mar de rosas" até o fim, pois o padrão de volta passou a ficar cerca de 20 a 30 segundos mais alto, e ainda assim, manter o ritmo já exigia uma grande concentração e esforço.



Era a cobrança justa e devida feita pela Maratona de São Paulo, que é sabidamente mais dura em seu final. Isso combinado com os dois meses que ainda faltam na preparação para Poá, meus amigos, não nego não, sem abrir  mão da luta, passei a levar o barco do melhor jeito  que podia, mas haja careta, viu.



Uma coisa que reforçava o ânimo, porém,  é que apesar de receber algumas ultrapassagens, os corredores do "pelotão" que seguia ali pelo entorno, em sua maioria, visivelmente, caíram de ritmo também, tanto é que, mesmo nesse momento menos veloz da prova, consegui superar atletas que vinham na minha frente a bastante tempo.

E foi assim, que lá pelo km 41, resolvi desembainhar novamente o celular e mandar um vídeo dividindo a emoção de estar ali prestes mais uma vez a completar uma maratona, que tem sempre, sempre, sempre, um  sabor especial e único.



Logo depois chegaria Pataro. Alegria geral. Valera à pena.



 


 


Com Wedmo Mangueira