segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

DE SALVADOR A BARRA DO JACUÍPE / FAMÍLIA

Ângela e Pataro na Estrada do Coco

Luan, Rafa, eu, Tia Lalá e sua mãe (Tia Têtê) em Praia do Forte
O trajeto do longão deste domingo, que marcava a despedida dos treinamentos do período de Base, foi escolhido levando em conta um passeio pré-agendado com minha namorada em que nos faríamos acompanhar, além dos famosos moleques Luan e Rafael, da tia Tetê (minha sogra) e de  Lara (afilhada da “titia” Lalá).

Todo praticante de esporte de longa duração conhece o desafio que é harmonizar a rotina de treinos com a convivência familiar. Como ninguém deseja ver a saúde e o prazer proporcionados pelo seu esporte transformados em problemas, o melhor caminho para esta conciliação, parece-me, é a combinação de diálogo e bom senso (além dos malabarismos).

Então, aproveitando que iríamos viajar para o Litoral Norte (novamente Imbassaí, mas desta vez sem a bike), convidei Pataro e Ângela para fazermos nossos 33 km na estrada, avisando-os que de lá eu seguiria viagem enquanto eles voltariam de ônibus para Salvador.

Apaixonados por esse tipo de corrida que vai de um ponto a outro, meus convidados toparam na mesma hora.

Pataro,  Ângela (prima) e eu saindo no estacionamento no KM 0 
6:00 da manhã, sob uma forte chuva, demos início à nossa jornada no Km 0 da Estrada do Coco, o que não impediu Ângela de dar logo aquela disparada costumeira.

Nossos longões são sempre recheados de muitos causos. A gente não se cansa de contar e recontar estórias enquanto as pernas seguem trabalhando. É apertar o cronômetro e ligar a matraca, mas com “Anjinha” não tem isso não. Para ela tanto faz sair para correr 5 ou 50 km, o ritmo é sempre o mesmo. É vacilar distraído com alguma estória e quando a gente se dá conta ela já está lá na frente. O mais engraçado é que sempre tem um para passar buzinando ou gritando coisas do tipo: “Tá perdendo pra mulher” (rs).
"pega ela aí, pega ela aí"
 Já estávamos correndo há mais de uma hora quando a chuva resolveu dar uma trégua e fomos brindados com um maravilhoso arco-íris.


Na passagem por Arembepe liguei para casa para ver como estavam os preparativos da galerinha e descobri que já estavam com tudo no carro e que sairiam tão logo terminassem o café-da-manhã.

Faltando menos de 1 km para chegar a Barra do Jacuípe a Titia Lalá nos alcançou. Fiquei superfeliz porque estava torcendo para que os meninos vissem o papai ainda em ação. Pedi-lhe que seguisse adiante (até a passarela) e aguardasse nossa chegada.

Antes de finalizar o treino, a menos de 200 metros de onde me aguardava o carro da família, ouvi que me gritavam de um mercadinho à beira da estrada; quando me virei para olhar, demorei até para entender o que estava acontecendo.

Ao mesmo tempo, num mesmo lugar, duas pessoas que não se conheciam me acenavam, uma delas era tia Marli (acompanhada da neta Mariana) e a outra era Machado, um amigo e vizinho de bairro. Ambos estavam veraneando ali. Desviei o caminho para cumprimentá-los e corri para alcançar meus parceiros de corrida que já se aproximavam da linha de chegada.

/Registrando a chegada - Após 3:h e 19 minutos: : Ensopados e Felizes
 Debaixo de uma gostosa chuva comemoramos o final de nosso delicioso longão e nos despedimos. Enquanto Pataro e Ângela atravessavam a rodovia para pegar condução de volta a Salvador, eu assumia o volante do carro e, antes de seguir viagem, acatando a intimação de tia Marli, fizemos uma paradinha na casa dela, onde aproveitei para trocar de roupa e fazer uma boquinha.
Mariana, Luan e Rafael e a Família Batata em Jacuípe
 É muito bom ter o apoio da família!











sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

PEDALANDO COM A "TITIA" LALÁ NA DESPEDIDA DA VELHA BIKE


Esta semana, aproveitando que Adhemar estava querendo desfazer-se da recém comprada Caloi Speed (por não haver se adaptado ao seu design), cerrei os dentes, fechando os olhos para reunir forças, e ofereci-me como comprador. Em poucos minutos fechamos negócio.

Para que não fiquem a imaginar o amigo e antigo proprietário da bicicleta como um implacável vendedor (ao contrário disso, facilitou-me bastante a compra) contra quem eu precisava armar-me de toda a coragem disponível, tentarei explicitar nas linhas a seguir o motivo da angústia (senta que lá vem estória...).

Cicloturista desde sempre, há mais de duas décadas tenho como companheira de estrada a mesmíssima bicicleta: uma Caloi 10.

Em determinado momento da minha vida era a única que eu poderia manter, mas com o passar dos anos e a graça de Deus, pelo menos nos últimos 15 anos eu já poderia ter comprado uma bicicleta melhor, entretanto, nestas minhas pedaladas pelo Brasil afora, aprendi que ter uma bicicleta antiga, de pouco valor e ainda por cima de ferro, dava-me a vantagem de não virar alvo da cobiça alheia.

Não foram poucas as vezes que, chegando a alguma cidade, mesmo completamente carregado de malas, ouvi das pessoas (incrédulas quando ficavam sabendo de onde eu estava vindo ou para onde estava indo) a expressão: “Mas veio nisso?!” rs

Mas a segurança não foi o único nem o maior motivo responsável pelo fato de viajar com a mesma magrela por todo esse tempo. Ao longo dos anos fui percebendo uma coisa curiosa: a maioria das pessoas que manifestava interesse em aventurar-se pelas estradas em cima de duas rodas estava sempre à espera de condições supostamente ideais para fazê-lo (a principal delas sempre era ter uma super-bicicleta) e muitas vezes usavam isso como desculpa para o fato de nunca o terem feito ou jamais virem a fazê-lo.

Então, desfilar pelas rodovias numa bicicleta de ferro sempre foi um pouquinho mostrar que existia outras possibilidades e afirmar: Sim! é “nisso” aí que venho.

E todas essas coisas passavam na minha cabeça enquanto tomava coragem para comprar uma nova bike.

A dificuldade de achar peças para a antiga, que tem aro 27 (raios, câmara, pneus), é no que venho me segurando para manter a decisão pela troca. Espero que toda história feita em cima da velha amiga (pela qual sou razoavelmente conhecido) continue ainda passando a mensagem que sempre tive o prazer de passar: Tudo é possível quando se tem fé em Deus e determinação.

NA LINHA VERDE COM A TITIA LALÁ

E foi desta forma que, na última quarta-feira, fui parar na estrada para fazer uma pedalada que era, ao mesmo tempo, uma espécie de despedida da velha bike e a primeira viagem da Titia Lalá, minha namorada, que me acompanhou em mais esta aventura.

 1º dia
Quarta-feira, às 5:30 da manhã, após nos despedirmos de Fernando (Pombo) que havia ido até ali para deixar a bike da Titia Lalá, saímos do Aeroporto (Km 0) em direção à Linha Verde.

Como pedalar na estrada era uma coisa absolutamente nova para a atual vice-campeã das areias (pelo menos na Faixa 30/39), não havia fixado um ponto de chegada único (para variar, já tinha na cabeça planos de A a Z).

Apesar da insegurança demonstrada ao pilotar a ótima bicicleta (gentilmente cedida por Joel, da Regional Bike) chegando inclusive a ter que parar toda vez que precisava beber água, surpreendentemente Laryssa desenvolveu uma boa velocidade e, com 2 horas e meia de viagem, fizemos uma parada em Guarajuba (Km 42).

Com a chegada tão cedo naquele ponto (8:00) fui descartando um monte de planos que já haviam sido superados e mirei então em Imbassaí, que apesar de distar apenas 23 km, contava com algumas boas subidas (sendo a maior delas a do Mirante), como objetivo a ser alcançado.

Após quase uma hora de parada retornamos à estrada e, às 10:30, muito feliz por termos chegado no melhor que eu poderia supor para aquele primeiro dia de viagem da Titia, chegamos à Pousada Bichelenga em Imbassaí.

Para poder aproveitar ao máximo aquele pedaço de paraíso (e também a diária paga rs), tendo fechado com a Titia Lalá que só faríamos o caminho de volta a partir da quinta-feira à tarde, antes de nos hospedar fomos logo pedindo uma tolerância para sair no dia seguinte e obtivemos a permissão de ficar ali até as 15:00.





2º dia
Quinta-feira, às 15:20, deixamos a Bichelenga.

Por sairmos no meio da tarde, a idéia era fazermos o máximo possível na quinta e chegar em Salvador hoje, sexta-feira.


As possibilidades de parada eram muitas: Guarajuba, Barra do Jacuípe, Arembepe etc...

Impressionantemente, o ritmo estava muito melhor que no dia anterior. Em 1 hora chegamos a Guarajuba. “Tá cedo, vamos em frente”, decidi.

Antes das 17:00, chegava Barra do Jacuípe. Novamente sugeri: “Vamos adiante”.

Por volta das 17:20 já nos aproximávamos de Arembepe e aí, secretamente, eu já estava usando o Plano Z linha. Ainda haveria quase duas horas de claridade e comecei a imaginar o que parecia impossível antes: vamos até Salvador.


Ao passar sorrateiramente por Arembepe, a Titia se deu conta que eu não estava mais pensando em parar, chegou mesmo a ensaiar uma reclamação: “estava um pouco cansada”, mas eu fiz questão de mostrar meu orgulho por vê-la chegar tão longe em tão pouco tempo e de quebra ainda ofereci-lhe a oportunidade de me pagar um açaí, numa lanchonete que fica às portas do nosso condomínio.

Com uma breve parada num posto à beira da estrada continuamos nosso retorno a Salvador. Desta vez não iríamos somente até o Aeroporto, seria preciso pedalar até em casa, o que aumentava uns 5 km a pedalada.

Para livrá-la do trânsito pesado, quando faltavam 8 km para Salvador, entramos pela Praia de Buraquinho e seguimos até Stella Maris pela beira da praia.


Com um pouco mais de 4 horas (contando as pequenas paradas) após 70 km pedalados chegamos em casa. Essa menina vai longe...
O açaí da chegada

Não poderia ter sido mais marcante esse “passeio” de despedida com a velha bike.

Até a próxima!