sábado, 27 de outubro de 2018

DE SANTA RITA A FORMOSA (CORRENDO E TRABALHANDO EM FORMOSA DO RIO PRETO)

 
Ponte sobre o Rio Preto em Formosa

E chegou a hora de voltar a Formosa do Rio Preto para auxiliar nos preparativos para a Eleição do 2º turno...

Poder conciliar trabalho e treinos num lugar tão belo e com tanta pessoas do bem, é uma coisa pela qual precisamos sempre agradecer a Deus. E aqui pra nós, rs, essa tal de "Correndo e trabalhando em..."  é uma das "seções" que mais gostamos de escrever em nosso blog.

Ma Cerimônia de Lacração e Inseminação das UEs, presidida por Dr. César Lemos
* * *
 
Diferente do 1º turno (quando aqui desembarcamos vindos da Maratona de Salvador),  a planilha agora me permitia "vôos" mais distantes, então foi possível botar em prática um plano que nasceu, assim que soube da existência de uma estrada rural que,  margeando o rio, ligava Santa Rita de Cássia a Formosa do Rio Preto.

Trotes do Pós Maratona no segundo turno - Agrovila Novo Horizonte


Outras e prazerosas corridas matinais aconteceram antes desta, destaco, principalmente pela excelente companhia, os 27 km feito entre a divisa do PI e a nossa cidade, com o maratonista Donadson Azevedo. 
 
Amanhecendo o dia na Divisa com o Dr. Donadson para voltar correndo até Formosa
Mas vamos aos 80 km...

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DE SANTA RITA DE CÁSSIA A FORMOSA DO RIO PRETO

Estátua de Santa Rita de Cássia na entrada da cidade - foto de arquivo
Antes das passadas

Reencontrar o amigo Renato, exatamente  na hora em que chegava a cidade, foi uma daquelas felizes "coincidências" com que Deus não se cansa de me presentear.

- "É você?"

Há 04 anos tivera o apoio dele e de sua família num treino pela região, por isso, enquanto lhe confirmava a identidade com um efusivo abraço, a logística instantaneamente já se apresentava na mente.

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O início
 
Momentos antes da largada, com o Senhor Ademar e Renato
A lua ainda estava no céu quando deixamos Santa Rita de Cássia,  e até o amanhecer poderia contar com um luxuosíssimo auxílio.

Por volta do km 12, o dia já havia clareado. Aproveitara-me bem do fato de não estar carregando a mochila, entretanto, para desfrutar um pouco mais da companhia do amigo, lancei mão de um argumento infalível, principalmente quando se trata de não corredor:

"Vamos completar uma São Silvestre?".

Renato voltando depois de nossa "São Silvestre".
Proposta aceita, Renato esteve comigo até o km 15. A partir o trajeto até Formosa do Rio Preto seria no melhor estilo "survivor".


O Peixe
Encontrando o Rio Preto no povoado do Peixe
Dividir em etapas o caminho a percorrer, é uma estratégia mental que todo corredor de longa distância está acostumado a utilizar.

Meu primeiro destino era o Peixe, povoado pertencente ainda a Santa Rita de Cássia e pelas informações obtidas antes da montagem da expedição, o único ponto de apoio nos 80 km que separam as duas cidades.


Por volta do km 36 atingia o Peixe, e ali, pela primeira vez no dia, reencontrava-me com o Rio Preto.

Num pit stop que deve ter durado uns quinze minutos, sob olhares e perguntas de curiosos "piscianos", além de fazer uma boquinha, tratei de repor água nas garrafas e mochila de hidratação.

Igreja no Peixe
Acreditava que estava bem municiado para o restante da viagem, mas não foi bem o que aconteceu...

A Estação Ecológica do Rio Preto



Apesar dos insistentes comentários dos colegas de trabalho a respeito de algumas onças soltas pelo IBAMA no local, saber que teria no caminho uma passagem por Área de Proteção Ambiental (APA), trazia um brilho especial e decisivo a empreitada.

E foi naquela área de preservação, que, entre outras coisas, visa a proteção do Rio Preto, afluente do Rio Grande, dos remanescentes de Floresta de Mata Atlântica  e do Bioma do Cerrado, que atingi a marca especial dos 42, km.


Por volta do km 50, seguia numa estrada em que a vegetação não fazia a proteção que estava contando ter sobre a cabeça.

O sol forte acelerava o consumo de água. Desde o planejamento, contava com a possibilidade de recorrer ao Rio Preto para o caso de falta d'água, mas naquele momento não o tinha ao alcance.

Já estava em fase de racionamento, quando finalmente na estrada deserta passou uma moto. Por sorte era um dos anjos da APA, que mesmo seguindo no sentido contrário, pode me tranquilizar dizendo que a sede da Estação estava apenas a 4 km.


Reanimado pela notícia, aumentei o ritmo, chegando no meu novo próximo destino, onde fui super bem tratado no cerca de 10 minutos que passei por lá, além claro, do providencial socorro em forma  de 2,5 litros d'agua geladinha.

Na despedida, recebi o conselho e o "mapa" de um bom local para banho, que ficava cerca de 1,5km adiante, e que, sem me fazer de rogado, fui conferir.


O banho apesar de revigorante, acabou me dando uma diminuída no ritmo, àquela altura já havia percorrido 56 km e o cansaço de toda a natural correria destes tempos de eleição, começou a dar as caras.

Apesar do prazeroso passeio estar substituindo dois treinos na planilha (um de 25 km, seguido de outro de 50 km, com intervalo de 12 horas entre eles), performance, definitivamente, não era prioridade.


Estava realizando mais um sonho e, a opção pelo banho de rio,  era facilmente explicável para mim mesmo: 

"De que adianta fazer essa viagem, motivada principalmente pelo fato de ter o Rio Preto margeando todo o caminho, se não aproveitá-lo um pouquinho? , rs".

O terço final.


As próximas divisões mentais seriam atingir o Km 60, e antes de atingir o 70, entrar em área familiar, devido aos treinos feitos naquela parte do percurso (no sentido contrário) desde o primeiro turno. 

Na falta de onças, num dos meus encontros com as muitas boiadas do caminho, me deparei com um garrote que, por mais que eu gritasse tentando afugentá-lo,  insistia em me dar testa.


Não vou mentir não, vinha com o ritmo cada vez mais sofrido, e sempre que passava em meio aos bichinhos, optava por caminhar, tentando não despertar sua ira, rs. Quando vi que o bruto não desistiria, retomei praticamente a velocidade do início do dia, só diminuindo quando, cruzei um salvador mata-burros. Nunca festejei tanto esse obstáculo!


Ao longe, como a se divertir com meu desespero e a deixar bem claro quem mandava naquele pedaço, o boi fazia ecoar um grosso mugido. Tudo bem, pensava eu, concordo, rs.

Por volta do km 76, já próximo da Agrovila Novo Horizonte, novamente voltei a ter problemas com água. A saliva rareava, desta vez o Preto estava ao lado, mas apesar da boca seca, pelo pouco que faltava, segui até encontrar uma água numa casa do caminho.


Agora era chegar e com quase 09 horas (não computadas as paradas) agradecendo a Deus pelo sucesso da missão, concluí oficialmente a chegada em Formosa na Igreja da Matriz.

Festejando a chegada
À tarde ainda seria preciso trabalhar e tranquilizar os amigos e colegas de trabalho, informando-lhes que sobre o jejum de uma certas onças...


Até à próxima e uma boa eleição para todos nós!


Com o super time do Cartório Eleitoral de Formosa: Hugo, João e a incansável Béa


Béa e sparte dos seus meninos:


Dr, César Lemos, Servidores do TJ  e do TRE, Representante do MP (Dr. Márcio) e um mesmo objetivo: garantir a lisura da colheita da vontade do povo 


Avenida Brasil ao amanhecer



Pilates no excelente estúdio da Prof. Ayala Fernanda


Mais da corrida da Divisa do Piauí a Formosa





         

                Trote regenerativo com o amigo Girley

amizade feita em 2014, quando estávamos trabalhando em Santa Rita de Cássia 



                    Nem só de corrida vive o homem, rs

Com Hugo no Cartório da 187 ZE





Outros trotes por Formosa



Mais do caminho entre Sta. Rita e Formosa





Entroncamento  (pela rodovia a distancia entre as duas cidades é de 130 km)

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

CORRENDO EM PAZ ENTRE AMARGOSA E MUTUÍPE (RUMO A BR 135 ULTRAMARATHON 2019)


Prontos para largada do 1º dia de treino, em Amargosa, com Pataro, João Paulo, "Seu Antônio" e Manoel.
Passadas duas semanas da Maratona de Salvador, recomeçamos os treinos para o próximo objetivo: BR 135 2019.

A prova que foi idealizada pelo ultramaratonista Mário Lacerda e que faz parte da Copa do Mundo de eventos de ultra-resistência, atualmente tem 210 km = 5 maratonas.

Início do segundo dia de treino  - saindo do Alto da Lagoinha
Realizada no trecho de maior dificuldade do Caminho da Fé, uma estrada usada por peregrinos, nesta competição praticamente inexiste trecho plano, e aclives e declives são a tônica da corrida.


Foi assim que neste final de semana, junto com Pataro (que também irá para a BR 135), João Paulo, Antônio e Manoel, pegamos o caminho para o interior, para ir treinar entre as cidades de Amargosa e Mutuípe, deliciando-nos é claro, mais uma vez com alguns trechos do Caminho da Paz.

Nestes períodos de preparação para provas longas, poder contar com a companhia de amigos tão queridos nestes treinos duros é sempre algo que tenho que agradecer muito a Deus.

Largada do segundo dia de treino - Alto da Lagoinha
Até a largada da BR 135, ainda haverá muita poeira e estrada para comer, e como costuma dizer o Comandante Lacerda:

"Nos vemos no caminho".

Primeira grande subida no Caminho da Paz
O resultado é que tivemos mais um daqueles finais de semana inesquecíveis, e com certeza o pontapé inicial não poderia ter sido melhor.

Vocês mesmo poderão conferir abaixo.

Até a próxima!

PRIMEIRO DIA 36 KM 
(opção B de treino - Amargosa ao Alto da Lagoinha - 24 km)

DE AMARGOSA AO MORRINHO DE SÃO JOSÉ, FINALIZANDO NO ALTO DA LAGOINHA


Marco inicial do Caminho da Paz







Passagem no km 5 , onde a turma iria  começar imprimir ritmos diferentes




Pataro ligado nas setas amarelas que marcam o Caminho

Quebra-molas que muito nos lembrou o desenho do Pequeno Príncipe







A caminho do Morrinho de São José




SEGUNDO DIA 31 KM 

(opção B de treino - 18 km)


ALTO DA LAGOINHA/MUTUÍPE IDA - PELO CAMINHO DA PAZ, VOLTA PELA ESTRADA DE AMARGOSA/ BAIXINHA



Prontos para largada do segundo dia de treino

Momento da separação do segundo dia










frutas oferecidas por moradores da cercania da Capela de São José










Ciclista aqui é respeitado mesmo. Notem que o carro é que tem que ir no acostamento, rs.

Retornando de Mutuípe pela estrada de Amargosa