O corredor feliz
em que havia me transformado após os 4k da 1ª Corrida Noturna ALPHA NIGHT RUN
em nada lembrava o homem aborrecido que no início da semana precisara mudar os
planos por conta de algo que não havia saído muito bem em outro setor da vida.
“Deus escreve
certo por linhas tortas”.
Agora, enquanto
aguardava em cima do palco a hora em que seriam chamados os três primeiros
colocados da prova para receber a premiação, era engraçada a maneira insistente
como aquele velho adágio popular, que desde cedo acostumei-me a ouvir em casa,
rondava minha cabeça.
Não era para eu
estar ali (1):
A derrota da
semana passada impunha minha presença em Salvador na manhã deste domingo e frustrava
meus planos de sair bicicletando pelo recôncavo baiano com a tia Lalá neste
final de semana, o que, para os que ainda não sabem, teria também a finalidade
de continuar a prepará-la para nossa viagem cicloturística até Recife que, se
Deus permitir, iniciar-se-á no dia 08 de dezembro.
Restou-nos a opção
de ficar em “casa” e, como durante todo o mês de novembro venho treinando para
uma corrida noturna, pensei:
Para entrar no
clima, vou fazer um 5k contra relógio no sábado à noite enquanto a tia Lalá
treina na orla.
E assim estava
até descobrir na última segunda-feira que haveria uma outra corrida noturna: a
ALPHA NIGHT RUN neste sábado. Minha estória com esta Academia não era das mais
amistosas (rs). Explico:
A Working Sports,
minha antiga Academia, foi englobada pelo Grupo Alpha e, neste processo, fiquei
sem o patrocínio (gratuidade) que tanto me ajudou nos últimos anos, o que, na
impossibilidade de desembolsar a grana, culminou no afastamento do convívio de
estimados colegas e professores.
Então era fazer
um treino na prova e, se possível, me “vingar” (rs).
Não era pra estar
ali (2):
Na quinta-feira,
após encerrar minha sessão de 20 tiros de 400 metros , senti-me
cansado. Era a gripe que vinha a cavalo. Fui trabalhar meio baqueado, lutei
desde então para que ela não se instalasse de vez.
Ontem passei todo
o dia na cama à base de chás e sucos. Uma ducha fria e um copo de café foram os
primeiros indícios de que iria tentar fazer força quando chegasse a hora.
Na ida para
Patamares tia Lalá dirigia enquanto eu aproveitava para fazer a viagem de olhos
cerrados.
Foi vestindo a
camisa da WS que reencontrei seus antigos donos Paulo e Luciana, e para eles
precisei pedir que fossem contidos em seus animados prognósticos a respeito do
meu eventual desempenho, dizendo-lhes que não esperassem grande coisa, pois não
estava me sentindo muito bem.
5, 4, 3, 2, 1! A Corrida
Partimos. O bolo
era grande na minha frente e felizmente a galera que eu já sabia que com “um
pingo no i me dissolveria” (entre eles Petrônio, Márcio Barreto e Marcos)
estava ali para correr os 8k.
Mantive a pegada
e, já na passagem do km 01, ao olhar para frente (naquela hora não me lembrava
de nenhuma gripe), acreditei estar em segundo lugar nos 4km, já que um
motociclista foi seguindo com Márcio Barreto, que viria a ser o vencedor da
prova de 8km e o outro, ladeava Franklin (Mozão).
Clicado por Edson Magoolin www.olhonoatleta.com.br |
“Serão apenas 2k”,
eu me dizia, mas manter o pace em
3’50 não estava sendo nada fácil. Lá embaixo já começava a avistar o local onde
separar-se-iam as duas distâncias da corrida e foi aí que tomei um susto: “Mozão”
não era o primeiro, Jorge Jesus Anunciação pegou o retorno dos 4k e me jogou uma senhora
preocupação naqueles intermináveis 15 minutos de corrida.
Se houvesse um
outro lá mais adiante seria “derrubado” do pódio. Apertei o máximo que pude,
mas parece que todo mundo havia resolvido fazer o mesmo naquela hora. Não houve
mais ultrapassagens. Com pouco mais de vinte segundos entre nós três e com um
minuto de vantagem para o quarto lugar (ufa, ainda bem que não tinha outro rs),
finalizamos a prova e ganhamos o direito de estar ali agora, esperando ser
chamados para a premiação.
Antes disso,
havia voltado para “buscar” a tia Lalá, que estava fazendo os 8k, bem na hora
em que ela estava "se batendo" para abrir um carboidrato em gel. Depois de
abastecida, numa voz que demonstrava muita tranquilidade na corrida, fez-me a
pergunta que já aguardava:
“– E aí mô?”
“– Fiquei em
terceiro e blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá...”
Somente na
passagem pelo km 6 é que percebi que ela estava correndo num pace que variava entre 5’15 e 4’50.
Orgulhoso,
retruquei: - O velho e bom split negativo, não é?
Ela sorriu.
Enfim, chamaram
nossos nomes.
Troféu eu já
sabia que tinha, mas quando falaram em cheque, achei que estavam de gozação,
mas não era não. Valor: 06 meses de Academia para o 1º lugar, 03 meses para o
2º lugar e para mim, 3º lugar, 01 mês. Estava vingado, ou melhor, estou feliz.
Parabéns à Alpha
Fitness pela excelente prova realizada, aguardem-me que, sob a permissão de
Deus, irei “gastar” direitinho este meu prêmio.
Até a próxima!
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