Corridas e Pedaladas: 03/01/2021

Cruzando a divisa (dia 3 da expedição) com Gil no apoio de bike (foto by Manoel Lima)

“Ser feliz, o melhor lugar é ser feliz...”

No último dia 18 de março, a bordo de nossos tênis, Pataro e eu, deixamos Salvador em direção a capital sergipana.

Enche-nos o coração, uma profunda gratidão por esses 04 dias de pé na estrada que tornados bem mais leves (literalmente) e divertidos devido a companhia e o apoio angelical dos amigos Gil, Manoel e Maira.

Naturalmente, como em toda e qualquer corrida longa, houve momentos bons e outros, eu diria, nem tanto rs. Entretanto esses, além de todo aprendizado que sempre trás embutido, nem de longe, superam aqueles.

Pataro com nossos anjos em nossa chegada na Orla Pôr do Sol em Aracaju

No dia 21, quando alcançamos a cidade de Aracaju, a sensação mais forte que nos tomava era a que havíamos vividos dias inesquecíveis entre irmãos. Uma nova vitória da amizade, por assim dizer.

A MOTIVAÇÃO

Traçado desde março do ano passado para funcionar como um considerável degrau a alcançar nos treinos para a UAI de 2021, a data escolhida para a largada do Desafio Salvador a Aracaju não foi aleatória. A ideia era fazer coincidir nossa viagem com o período em que aconteceria a Corrida Cidade de Aracaju, infelizmente suspensa em 2020 e novamente não realizada este ano.

Contudo, ainda mais decisiva foram:

1 - a lembrança de que neste mês de março estaria completando uma década do nosso Desafio Salvador Aracaju Correndo

2 - O convite aceito pelo amigo Pataro, que na edição de 2011 havia corrido o primeiro e o quinto dia (ambos de 42k) para agora fazer a distância full.

O CAMINHO PARA O FORMATO FINAL

Uma vez que não havia mais como contar com a Tia Lalá, anjo nos 07 dias de maratona de 2011, nosso plano inicial era seguir para Aracaju no estilo survivor.

Então durante os treinos do dia a dia, surgiu a oferta de Manoel para ser nosso apoio. De bom coração aceitamo-la imediatamente, condicionando porém que ele fizesse 100 km nos 04 dias previstos para a conclusão do Desafio.

Manoel no segundo dia fechando uma maratona (do 106 ao 148) antes de voltar ao suporte

Propus-lhe algo como fazer 12,5 km conosco para a frente, e depois retornar para a pousada para tomar café e pegar o carro, e mais tarde nos acompanhar para passar a nos dar apoio.

Hábito nas competições de longa distância, em geral preferimos começar receber o apoio a partir de 3h de corrida, e esse vai e vem daria mais ou menos esse tempo para exercitarmos nossa autonomia.

recebendo apoio de Maira apoio na passagem pelo carro

Alguns meses depois Manoel trouxe-nos a notícia que levaria sua amiga Maira (que já estivera ajudando na maratona da turma no ano passado) para dirigir o carro no momento em que ele estivesse correndo. Algo como a suporte do suporte, e assim ele poderia ir sempre para frente.

Com este novo formato, decidimos que sua participação como “coelho” se daria sempre pelo menos depois de 2h de corrida de iniciada nossa corrida, para nos ajudar a animar o ritmo.

Pra fechar a expedição, cobrei do irmão Gil sua presença em pelo menos dois dias do Desafio, ainda que fosse largando junto conosco e depois passando a fazer parte do apoio.

Gil que correra 5 dias na edição de 2011, topou na hora,,, e disse que mesmo que não corresse todos os dias poderia ir até lá conosco. Daí para recolocar a bike na logística (principalmente para os momentos em que estivéssemos muitos separados Pataro e eu) foi questão de minutos.

AS SEMANAS QUE ANTECEDERAM O DESAFIO

No CAB mais um 42k

Faltando 03 semanas para o Salvador Aracaju, 03 treinos de volume em dias seguidos, receitados pelo Prof. Marcelo Augusti, já nos dava um pouco o gostinho do que estaria por vir, principalmente porque executados em locais com boa variação de aclive/delive, bem como pela necessidade de. imediatamente após os treinos, tocarmos a vida com as coisas normais do dia a dia, trabalho, filhos etc.Foram eles:

23/02 – 42km no circuito de 8k do CAB;

24/02 – 2h de bike + 4 de corrida;

25/02 – 42km no COE

04 dias depois, já em primeiro de março, os 73 km entre Salvador e Santo Amaro foi o trajeto escolhido como marco para iniciar nossa redução de volume e chegarmos descansados à data da partida para Aracaju.

na 324 indo para Santo Amaro

Como a me lembrar que eu tinha que cumprir o combinado e não inventar mais nada rs, nesse dia, já nas proximidades da cidade santamarense, um músculo da coxa resolveu dar uma pequena sinalização de seu cansaço rs.

Devidamente alertado, alongamento, gelo e trotinhos leves em piso macio, foram parceiros constantes.

Com Robson no trote regenerativo

Atento ao slogan “O que a vida faz com seu corpo, nós corrigimos) fiz a rotineira passagem “pré-prova” para ajustar a máquina Na Clínica Larmonie com o Dr. Douglas Hora, e uma intensificada nas liberações miofascias, no mesmo espaço com o massoterapeuta Ivan Luz.

O iluminado Ivan ,,,o melhor ponto gatilho do oeste rs

Somente em 10 de março, em Valente onde fui fazer o período de concentração com Joãozinho e na companhia dos amigos Lalá e Djane, voltaria a correr por mais de 1h (somados os minutos desde Santo Amaro não havia trotado nem 80’).

Com Lalá e Djane prontos para uma corridinha por estradas rurais

A largada foi adiada por 04 dias, a fim de poder conciliar a trupe toda, o que nos propiciou participar no domingo do treino de ritmo de 21k da turma no COE. Destaque total para Pataro que, sorrindo e brincando do começo ao fim, emplacou um 1h38, excelente marca em se considerando todo o volume de treino desde janeiro.

Aquecimento antes de iniciar a meia maratona no COE - Seria o dia da largada... virou o dia da confraternização: Josué, Pataro, Robson, Jorge, Jailton, Jakson, Val e Manoel

Aquilo nos deu a certeza que uma vez mmais o período de polimento nos fizera muito bem. Agora era aguardar a quinta-feira...

A LARGADA

“Faça uma lista dos grandes amigos, quem você mas via há dez anos atrás”.

Enquanto íamos sendo levados por Manoel para o bambuzal do Aeroporto, a música do Oswaldo Montenegro não me saia da cabeça.

Gil para correr conosco nos primeiros 21 km

Dar aquele pontapé inicial ao lado de Pataro e Gil era muito simbólico. Sentia-me realmente feliz e emocionado por estarmos ali novamente 10 anos depois.

A VIAGEM

Mesmo tendo deslocamentos com distâncias diferentes das feitas em 2011, no caminho também foi possível rever amigos da “aventura” passada, como Alceu no Conde e D. Ana em Indiaroba, local onde retornamos para nos hospedar no final do terceiro dia quando chegamos em Porto do Mato.

Recuperar as energias na Pousada do Romano em Porto de Sauípe na tarde do primeiro dia foi também um dos pontos altos de nossa viagem.

A partir do segundo dia, por mais que o mandássemos descansar um pouco ante de começar o “batente”, Gil passou a nos acompanhar o tempo inteiro com a bike.

paradinha na divisa para comer um pastel com suco de genipapo

Manu que no primeiro dia já desobedecera nosso plano 4 x 25, fazendo 26 km, no segundo emplacou uma Maratona num trecho de considerável dificuldade (km 106 a km 148 da Linha Verde).

Manu que fechou os ultimos 32 km do terceiro dia junto conosco

Maira sempre solicita, nesse dia precisou, desdobrar-se ainda mais.

Conhecer a família em nosso ponto de chegada em Porto do Mato, com direito a parada lá novamente no retorno a Salvador para se deliciar com os geladões de acerola, outra coisa gostosa dessa viagem.

Energia positiva total, dedicação, empenho, resiliência, cuidado, irmandade, risos e os dias foram se passando sem a menor sombra de dúvida de que logo chegaríamos todos lá.

Tarde em Indiaroba/SE, cidade que optamos por retornar apó chegar em Porto do Mato

Foi mesmo uma viagem inesquecível...

Antes de entregar às imagens a missão de contar um pouco desses 04 dias (vejam também o vídeo) preciso redizer, da importância e privilégio que foi poder dividir todos os quilômetros desse “reboot” ao lado desse compadre chamado Jefferson Pataro.

Esse encontro que já se deu numa linha de largada de Maratona há 13 anos, e desde então, de janeiro a janeiro, regamos com treinos e preparações para as mais diversas provas das mais variadas distâncias, merecia esse Salvador a Aracaju. Graças a Deus!

Por fim, agradeço a todos que aderiram e contribuíram com a campanha em prol do Lar SAME em Aracaju e do Asilo São Lázaro em Salvador.

Gratidão mais que especial ao Mestre Marcelo Augusti, responsável pelo Salvador Aracaju 2011, responsável pelo Salvador Aracaju 2021, sem o qual, aliás, nunca teria chegado tão longe em meus sonhos.