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Vista de Jacobina desde o Alto do Cruzeiro |
A
tentativa de RP nos 10k terá que ficar para o próximo ano.
Confesso não haver saído Salvador convicto de que faria uma excelente corrida (a ponto de poder
comemorar um novo recorde), mas a tranquilidade nos dois dias que antecederam a
prova de Jacobina, somada à consciência de que não estou no melhor momento do
ano no quesito velocidade, acabaram por tirar de mim toda e qualquer
preocupação com uma possível “derrota”, e foi com bastante serenidade e confiança de
que, independente do resultado, daria o meu melhor, que fui para a linha de
largada da XXVII Corrida Duque de Caxias.
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Com Deja e Ângela na hora de pegar o chip |
O sempre lamentável atraso
(25 minutos) gerado pela confusão na entrega dos chips (inexplicavelmente fora
do kit retirado no dia anterior) e o consequente aparecimento do sol, que até
então estava escondido, faziam com que a maioria dos corredores começasse a reclamar
e a expor seus receios de uma queda de performance. Entretanto, nem esses
rumores foram capazes de me contagiar. Eu ia!
Após algumas trapalhadas,
como fazer com que as mulheres passassem para a frente (levando todos a pensar
que, como previa o regulamento, elas largariam em separado) e dar a largada de
todos ao mesmo tempo, inclusive cadeirantes, soou a buzina.
Eu fui, mas meu relógio ficou.
Senta que lá vem estória:
Desde que comecei a correr
(2006) uso um Polar.
Depois de alguns anos
passei a utilizar apenas seu cronômetro (somente em ocasiões especiais uso-o
junto com o frequencímetro). Toda vez que foi necessário repor a bateria fi-lo
na Proximus, que fica na Pituba.
Após alguns conselhos de
um amigo (prefiro não citar o nome rs) e com medo de ficar sem bateria na
corrida de ontem, resolvi levá-lo a um relojoeiro (vamos deixar esse nome pra
lá também) e, pela primeira vez, efetuar a reposição fora da Autorizada.
No primeiro banho (costumo
tirá-lo apenas na hora de dormir) o bicho encheu d’água e apagou tudo. Já
estava fora de Salvador e até pensei que seria para sempre, mas no outro dia os
números, ainda que nublados, reapareceram.
Antes houvesse quebrado de
uma vez por todas, pois certamente teria providenciado nem que fosse um relógio
de camelô para marcar meu tempo na corrida.
Pois é, exatamente no
momento em que foi dada a largada e acionei o botão para disparar o cronômetro,
o Polar foi a óbito, deixando-me completamente desamparado e só com meus
quilômetros.
* * *
Partir sem referência numa
prova em que estaria buscando fazer meu melhor, principalmente naquela
distância a que não estou muito acostumado, definitivamente não estava nos meus
planos, mas agora era o que restava.
Apesar do pequeno número
de corredores, a prova de Jacobina é também conhecida como a que reúne o maior
número de “canelas finas”. Parece um zoológico, pra todo lugar que se olha só
se veem “feras”.
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Pódio da corrida secundária (5 km) vencida por Sizínio Palma |
Um dos caras mais “bobos”
que vi por lá fui eu mesmo, quando passava em frente a uma vitrine espelhada...
rs
Ao passar pelo Km 02,
creio ter ouvido um corredor ao lado dizendo que estávamos com 7 minutos, o que
dava um ritmo de 3:30/km (para o qual eu absolutamente não estava preparado).
Sabia pelos últimos
treinos que, não sem alguma dificuldade, poderia tentar manter um pace entre
3:46 / 3:52.
Entretanto, sem convicção
de que realmente estávamos com 07 minutos de prova, mantive a pegada, orientado
pelo boné do amigo Chico que ia 200 metros à minha frente.
Nos últimos dias Chico
havia me dito que pretendia fazer na casa dos 37 alto, então acreditei que se
conseguisse segui-lo com os olhos já tinha tudo para conseguir meus 38 (médios),
e até a marca de 5k aquela distância se manteve.
A partir dali, parecia-me
que os quilômetros haviam virados milhas. Sentindo-me cansado não briguei com a
queda de ritmo, tinha esperança de relaxar um pouquinho e voltar a acelerar
depois. Mas o estrago já estava feito. Mesmo com o ritmo diminuído o restante
da viagem tornara-se interminável.
Após o km 8 vieram as
ultrapassagens de conhecidos que costumo chegar um pouco à frente. Aquilo era
uma confirmação de que o desempenho não seria o pretendido.
No km 9, esboçando uma
tímida reação, lutava para ao menos acompanhá-los, mas no momento em que
entrava no Estádio para os últimos 300 metros, o relógio do pórtico já marcava
39’ e foi preciso um esforço final muito grande (com direito a muitas
ultrapassagens) para completar a prova em 40’37s.
O RP ficara para a
próxima, agora era continuar correndo; assim que peguei a belíssima medalha,
fui trotando até o Hotel buscar a máquina para registrar fotos da premiação. Tinha
certeza que tanto o amigo Chico (37’43s) quanto a prima Ângela (50’21s) levariam os seus
para casa.
Outra grande
característica da prova de Jacobina é o grande número de troféus distribuídos
nas categorias, proporcional ao número de inscritos em cada uma delas.
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Pódio 45/49 em que Chico mesmo com um belíssimo tempo ficou apenas em oitavo, prova do alto grau de competitividade da prova jacobinense |
Quando retornei ao Estádio
a cerimônia já havia começado. Para variar, Marily dos Santos e Giomar haviam
conquistado o primeiro lugar na prova principal.
Em conversa com Chico,
fiquei sabendo que ele havia passado muito forte o km 5 (17:20) e cheguei à
conclusão que eu tinha passado com 18 baixo, realmente um suicídio.
As previsões se
confirmaram e os troféus vieram. Ângela como 5º lugar da Categoria 45/49
Feminina e Chico, 8º lugar na Categoria 45/49 Masculina, o que por si só já
demonstra quão competitiva é a Corrida Duque de Caxias na belíssima cidade de
Jacobina.
Saímos do Estádio faltando
20 minutos para o meio dia. Chico (com quem Ângela iria de carona) disse que
deixaria a cidade pontualmente às 13:00.
Com o slogan “rango,
graças a Deus temos todo dia, mas a oportunidade de estar na cidade do Ouro não”
passamos (Ângela e eu) rapidamente no Hotel e trocamos o almoço pela imperdível
subida ao Alto Cruzeiro.
Valeu a pena!
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Com Everton e sua esposa |
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Chico e Márcia |