Elevador Lacerda em Salvador, ponto de partida da viagem |
Há três semanas recebemos a seguinte intimação do alagoano e "irmão de estrada" Marcondes Lyra:
Quando a gente vai fazer uma viagem de bike novamente? Já tá na hora de voltarmos para estrada. Tenho uma semana livre para isso.
O amigo tinha razão, afinal nosso última viagem em cima das magrelas datava de dezembro de 2014, e de lá para cá todos nossos encontros tiveram como ponto principal "apenas" a corrida de rua.
Uma semana de cicloturismo encaixava-se perfeitamente com o momento da periodização dos treinos de corrida, uma vez que já me encontrava na terceira semana de treinamento de base para 2018.
A confirmação desse pensamento viria na resposta do Prof. Marcelo Augusti a minha consulta:
"Pedal ta liberado! Se não o treinamento perde a graça, né! E se puder incluir uns trotes, ok! Então vamos aproveitar essas duas semanas para deixar a corrida forte"
Pronto o martelo fora batido. Daí restava ver um roteiro e em poucos minutos já havíamos elegido: Salvador/Porto Seguro pela BA-001
Marcondes na passagem pela Ponte do Funil |
A logística exigiria de Marcondes uma viagem de ônibus até Salvador e foi assim que na segunda-feira passada o recebi na Rodoviária de onde imediatamente iniciamos nossa viagem.
04/12 – DIA 1 DA VIAGEM
A primeira corrida da viagem foi para pegar o Ferry Boat das 07h. Entretanto ainda nos foi possível encaixar uma passagem na Praça Cairu, para registro do ponto inicial da viagem no maior símbolo da cidade do Salvador: O elevador Lacerda.
Aquele não seria um dia fácil, pois além de começarmos a viagem efetivamente muito tarde (8:30h saímos de Bom Despacho) antes mesmo de chegarmos ao Ferry, ouvimos um estalo forte na bike na bike de Marcondes e pelo balanço da roda constatamos logo que um raio se fora.
Durante a travessia, optamos por soltar o freio traseiro e rezar para chegar numa cidade onde pudéssemos fazer coincidir o tempo do reparo com o tempo do almoço.
Em Nazaré das Farinhas, onde já chegamos com mais dois raios quebrados, nossas preces foram atendidas e na bicicletaria do Sr. "Impossível" a bike foi reparada (mesmo sem que ele tivesse lá os raios apropriados) enquanto enchíamos o tanque.
A próxima parada seria em Valença.
Quando estávamos para deixar Valença, achando que seria possível rodar até Ituberá, foi a minha vez de ter problemas com a bike, um pneu furado que nos custou um tempo precioso para reparo e acabou fazendo com que optássemos por ficar na bela cidade de Taperoá, um dos berços da manifestação folclórica Zambiapunga na Costa do Dendê.
05/12 – DIA 2 DA VIAGEM
As 5h da manhã deixamos a orla de Taperoá.
Na cabeça, o plano de sair da estrada para visitar a Cachoeira de Pancada Grande e, depois que tomássemos um banho por lá, seguir para Igrapiúna ou Camamu para tomar um café de verdade.
Acontece que exatamente quando passávamos em Ituberá, novamente tive o pneu dianteiro furado.
Agradecendo a Deus pelo fato de isso está acontecendo de novo dentro de uma cidade, em vez de fazermos nós mesmo a "força", para minimizar o tempo perdido, buscamos uma borracharia que "coincidentemente" se situava ao lado de uma padaria, e que padaria, rs.
"Lavamos a égua" e quando saímos de lá a bike já estava pronta para seguir adiante.
Em pouco tempo estávamos nos refrescando nas deliciosas águas da sempre imponente Cachoeira de Pancada Grande.
Com a sensação de alma lavada saímos de lá e a próxima parada para abastecimento de líquidos foi no Porto de Camamu.
A partir dali, as subidas foram se tornando ainda mais constantes e com o sol castigando, convidei Marcondes a pararmos para almoçar na Cachoeira do Tremembé.
Convite aceito, dali só saímos umas três horas depois e já com aquele sol friozinho de final de dia, chegamos a Itacaré, a capital do Surf na Bahia.
06/12 – DIA 3 DA VIAGEM
Os dois primeiros dias não haviam sido os mais tranquilos do mundo e nada melhor que um lugar tão paradisíaco para fazermos uma recarga das energias.
Por isso, assim que chegamos, tratamos de pedir uma tolerância até as 15 h, que gentilmente nos foi dada pelo pessoal da Pousada Piratas.
Então já que tínhamos uma manhã livre, e consequentemente pedalaríamos menos naquele dia, poderíamos desfrutar do café da pousada, poderíamos nadar etc., então, atendendo aos pedidos de Mr. Running, incluímos uma corridinha no meio da viagem.
Após revigorante sesta, começamos a nos arrumar para deixar a Praia da Concha. Engraçado que a gente pensava mais nos 5km morro acima da ciclovia que liga a cidade de Itacaré a BA-001 do que o que ainda iríamos enfrentar naquela rodovia.
Bem na hora de sairmos, Marcondes resolveu dar uma passada numa casa de bike para verificar a possibilidade de diminuir um pouco do raio de ação do "armengue" feito em Nazaré, para suprimir o atrito que estava ocorrendo quando havia necessidade de usar a marcha mais leve.
Na loja de bicicletas, aproveitei para pedir ao mecânico que verificasse também o meu pneu dianteiro que começara a corcovear muito nos quilômetros finais do dia anterior.
Para variar, utilizamos este tempo gasto pelo mecânico, enchendo os tanques numa lanchonete bem próxima.
Na volta as bikes já estavam prontas e o mecânico me mostrou que a câmera estava rasgada próxima ao pito e que só não havia baixado o pneu porque havia ficado embolada de um jeito que o ar não saiu.
Eu que havia ido de carona, acabei resolvendo algo que poderia me causar um problemão, sobretudo naquelas muitas ladeiras do caminho até Serra Grande. Se aquilo esvaziasse de súbito numa daquelas vertiginosas descidas, o negócio poderia ficar feio.
Na passagem pelo Mirante de Serra Grande encontramos um casal de argentinos que estavam viajando no sentido contrário.
A vontade era de ficar ali mais tempo mas restavam ainda poucas horas de claridade e precisávamos nos aproximar o máximo possível da cidade de Ilhéus antes de escurecer.
Por volta da 19 horas chegávamos a nosso destino.
07/12 – DIA 4 DA VIAGEM
As 5 horas da manhã deixávamos Ilhéus.
O vento contra até as imediações de Olivença era algo que já estava no pacote. Muitas vezes prevenira o amigo que isso iria acontecer neste trecho da viagem.
Perto das 08 horas, já atingíamos a cidade de Una onde paramos para o café da manhã (uma vez mais havíamos deixado uma pousada antes do café) e eu aproveitei para tomar um banho frio no Posto de Gasolina.
A travessia entre as cidades de Canavieiras e Belmonte dura em torno de 1h de barco e depende de horário de maré. Levávamos conosco a vontade de conseguir atravessar o Rio Jequitinhonha ainda naquele dia.
Havia contatado no dia anterior o amigo (e colega de trabalho), Eduardo Tourinho em Canavieiras, pedindo que tentasse acertar um barqueiro lá para gente e, ali em Una, enquanto nos alimentávamos, ficamos sabendo que a travessia só seria possível até as 12 h da manhã.
Pedalando o mais célere que o relevo nos permitia, conseguimos chegar a tempo em Canavieiras e após um breve encontro com Tourinho e uns picolés na praça partimos para a cidade natal do meu pai, Belmonte.
Em Belmonte ficamos o tempo suficiente para o almoço e Marcondes ainda teve tempo de experimentar a iguaria especial da cidade: O goiamum.
Perto das 15 horas, meio sonolentos com o almoço, reiniciamos nossa viagem.
Aos poucos foram se sucedendo Mojiquiçaba, Guaiú, Santo André e por volta das 17:30 h estávamos a espera da Balsa para Santa Cruz de Cabrália.
Àquela altura, sabíamos que teríamos que "andar" a noite para chegar em nosso destino, mas já havíamos decididos que ainda naquele dia iríamos dormir na cidade berço do Brasil.
Ajudados pela iluminação e pelo acostamento de boas condições chegamos em Porto Seguro e não demorou muito para irmos comemorar o sucesso da missão na famosa Passarela do Álcool, afinal de contas no dia seguinte, por questões de economicidade, imediatamente retornaríamos a Salvador.
08/12 – DIA EM PORTO SEGURO
Havíamos feito plano para um trote até a praia de Trancoso, mas o dia amanheceu chuvoso e com uma cara de preguiça tão boa, isso sem contar o cansaço da viagem, que acabamos por nos decidir por sair da pousada apenas para uns poucos registros, almoço e para ir a rodoviária.
Foi uma modorra só. Como é bom não fazer nada de vez quando não é?
Às 18:30 h embarcamos para Salvador.
09 E 10/12 – FINAL DE SEMANA EM SALVADOR
Em Salvador o tempo também estava meio jururu, aí o jeito foi investir o tempo neste pequeno filme abaixo para contar um pouco da nossa viagem. Espero que gostem.
Clique na seta para assistir
No domingo a tarde Marcondes retornaria para Maceió carregando no bagageiro da ônibus a sua bike, mas claro que para não perder o costume, fizemos um excelente treino de corrida nas Dunas antes de sua partida.
Valeu, Marcondes!
Até a próxima, pessoal!
Outras fotos...
DIA 1 -
Dia 2
Dia 3
Dia 4
Domingo
No Ferry Boat |
Marcondes e o Sr. ""Impossível". |
Em Nazaré das Farinhas, onde já chegamos com mais dois raios quebrados, nossas preces foram atendidas e na bicicletaria do Sr. "Impossível" a bike foi reparada (mesmo sem que ele tivesse lá os raios apropriados) enquanto enchíamos o tanque.
Valença |
Taperoá |
05/12 – DIA 2 DA VIAGEM
DE TAPEROÁ A ITACARÉ – 120KM
As 5h da manhã deixamos a orla de Taperoá.
Saindo de Taperoá |
Acontece que exatamente quando passávamos em Ituberá, novamente tive o pneu dianteiro furado.
Agradecendo a Deus pelo fato de isso está acontecendo de novo dentro de uma cidade, em vez de fazermos nós mesmo a "força", para minimizar o tempo perdido, buscamos uma borracharia que "coincidentemente" se situava ao lado de uma padaria, e que padaria, rs.
"Lavamos a égua" e quando saímos de lá a bike já estava pronta para seguir adiante.
Pancada Grande |
Porto de Camamu |
Com a sensação de alma lavada saímos de lá e a próxima parada para abastecimento de líquidos foi no Porto de Camamu.
Banho na Cachoeira do Tremembé |
Convite aceito, dali só saímos umas três horas depois e já com aquele sol friozinho de final de dia, chegamos a Itacaré, a capital do Surf na Bahia.
06/12 – DIA 3 DA VIAGEM
DE ITACARÉ A ILHÉUS – 70KM
Praia da Concha - Itacaré |
Por isso, assim que chegamos, tratamos de pedir uma tolerância até as 15 h, que gentilmente nos foi dada pelo pessoal da Pousada Piratas.
Então já que tínhamos uma manhã livre, e consequentemente pedalaríamos menos naquele dia, poderíamos desfrutar do café da pousada, poderíamos nadar etc., então, atendendo aos pedidos de Mr. Running, incluímos uma corridinha no meio da viagem.
Após revigorante sesta, começamos a nos arrumar para deixar a Praia da Concha. Engraçado que a gente pensava mais nos 5km morro acima da ciclovia que liga a cidade de Itacaré a BA-001 do que o que ainda iríamos enfrentar naquela rodovia.
Bem na hora de sairmos, Marcondes resolveu dar uma passada numa casa de bike para verificar a possibilidade de diminuir um pouco do raio de ação do "armengue" feito em Nazaré, para suprimir o atrito que estava ocorrendo quando havia necessidade de usar a marcha mais leve.
Na loja de bicicletas, aproveitei para pedir ao mecânico que verificasse também o meu pneu dianteiro que começara a corcovear muito nos quilômetros finais do dia anterior.
Para variar, utilizamos este tempo gasto pelo mecânico, enchendo os tanques numa lanchonete bem próxima.
Na volta as bikes já estavam prontas e o mecânico me mostrou que a câmera estava rasgada próxima ao pito e que só não havia baixado o pneu porque havia ficado embolada de um jeito que o ar não saiu.
Eu que havia ido de carona, acabei resolvendo algo que poderia me causar um problemão, sobretudo naquelas muitas ladeiras do caminho até Serra Grande. Se aquilo esvaziasse de súbito numa daquelas vertiginosas descidas, o negócio poderia ficar feio.
Na passagem pelo Mirante de Serra Grande encontramos um casal de argentinos que estavam viajando no sentido contrário.
A vontade era de ficar ali mais tempo mas restavam ainda poucas horas de claridade e precisávamos nos aproximar o máximo possível da cidade de Ilhéus antes de escurecer.
Pizza em Ilhéus para encarar o dia seguinte |
07/12 – DIA 4 DA VIAGEM
DE ILHÉUS A PORTO SEGURO – 180KM
As 5 horas da manhã deixávamos Ilhéus.
O vento contra até as imediações de Olivença era algo que já estava no pacote. Muitas vezes prevenira o amigo que isso iria acontecer neste trecho da viagem.
Passagem em Olivença |
Café da manhã em Una |
Havia contatado no dia anterior o amigo (e colega de trabalho), Eduardo Tourinho em Canavieiras, pedindo que tentasse acertar um barqueiro lá para gente e, ali em Una, enquanto nos alimentávamos, ficamos sabendo que a travessia só seria possível até as 12 h da manhã.
Canavieiras-Belmonte pelo Rio Jequitinhonha |
Pedalando o mais célere que o relevo nos permitia, conseguimos chegar a tempo em Canavieiras e após um breve encontro com Tourinho e uns picolés na praça partimos para a cidade natal do meu pai, Belmonte.
Belmonte, cidade natal do "Seu" Osvaldo |
Em Belmonte ficamos o tempo suficiente para o almoço e Marcondes ainda teve tempo de experimentar a iguaria especial da cidade: O goiamum.
Goiamum no Bar de André em Belmonte |
Aos poucos foram se sucedendo Mojiquiçaba, Guaiú, Santo André e por volta das 17:30 h estávamos a espera da Balsa para Santa Cruz de Cabrália.
Esperando balsa para Cabrália |
Ajudados pela iluminação e pelo acostamento de boas condições chegamos em Porto Seguro e não demorou muito para irmos comemorar o sucesso da missão na famosa Passarela do Álcool, afinal de contas no dia seguinte, por questões de economicidade, imediatamente retornaríamos a Salvador.
Missão cumprida: Passarela do Álcool |
08/12 – DIA EM PORTO SEGURO
Havíamos feito plano para um trote até a praia de Trancoso, mas o dia amanheceu chuvoso e com uma cara de preguiça tão boa, isso sem contar o cansaço da viagem, que acabamos por nos decidir por sair da pousada apenas para uns poucos registros, almoço e para ir a rodoviária.
Foi uma modorra só. Como é bom não fazer nada de vez quando não é?
Cabral apontando o caminho de volta., rs. |
Às 18:30 h embarcamos para Salvador.
09 E 10/12 – FINAL DE SEMANA EM SALVADOR
Em Salvador o tempo também estava meio jururu, aí o jeito foi investir o tempo neste pequeno filme abaixo para contar um pouco da nossa viagem. Espero que gostem.
No domingo a tarde Marcondes retornaria para Maceió carregando no bagageiro da ônibus a sua bike, mas claro que para não perder o costume, fizemos um excelente treino de corrida nas Dunas antes de sua partida.
No Abaeté com Foguetinho e Antonio Leite |
Até a próxima, pessoal!
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