segunda-feira, 20 de outubro de 2014

MARATONA DA CHAPADA DIAMANTINA / IGATU


No meio do caminho das Eleições 2014 tinha uma Maratona.
Tinha uma Maratona no meio do caminho.
Havia pedras,
Meu Deus! Como havia pedras nestes 42,2km da Chapada!

E veio enfim o final de semana da Maratona de Igatu e, com ele, o momento de colocar à prova os treinos feitos aqui em Itabela. Se conciliar esporte e trabalho nestes dias corridos de Eleição já exigira bastante esforço, cobrir os 1.000km que separam as duas cidades e chegar a tempo de participar da competição já merecia, modéstia à parte, por si só, uma medalha.

Acho até que dava uma estória a tal viagem, mas preciso conter a comichão não mãos (afinal estamos entre o 1º e o 2º turno das Eleições) e levá-los até o momento em que comecei a subir os 7k de estrada de pedra, quando deixei a BA-142 no trecho Andaraí - Mucugê.

Fazia mais de 20 anos que não visitava Igatu e tão logo iniciei a íngreme subida, apesar da ameaça da escuridão que se aproximava, não resistindo a tanta beleza, busquei entre minhas tralhas de corredor a máquina fotográfica para registrar aquele momento.


Preparando-me para fazer a foto avistei uma placa de quilometragem da Organização da Maratona da Chapada: Corridas de Montanhas. Vinha bastante cansado da viagem e um pouco resignado de que o máximo que poderia almejar naquela prova era completá-la, mas foi incrível como aquela visão imediatamente me trouxe para o clima de competição.

O marasmo saiu, a foto não. A guerreira, minha boa e velha câmera, parceira de tantas viagens de treino e competição, partira para o céu das máquinas fotográficas. Ainda naquela semana a usara para registrar o treino com Edvaldo (último antes da prova) pelas estradas de barro da Cajuíta em Guaratinga, mas infelizmente ela não viveu o bastante para desfrutar das delícias da Machu Picchu brasileira.

treino apronto em Guaratinga
Aproveito logo este momento para agradecer tanto ao site dos Organizadores quanto ao Dmitri de Igatu, responsável pelas maravilhosas fotos aqui postadas. Voltei de Igatu sem sequer um registro feito por mim mesmo e se não fossem suas lentes não teria como ilustrar este post.

Cheguei no Art Hotel Cristal Igatu a poucos minutos do início do Congresso Técnico e lá já encontrei o amigo Pataro, que estava hospedado desde o começo da manhã e se mostrava bastante impressionado com a extensa subida de pedras que faria parte da primeira parte da Maratona do dia seguinte.

Um pouco para abusar (rs) e outro tanto porque acreditava mesmo nisso, disse-lhe categoricamente que aquela certamente seria a parte mais fácil da corrida.


Com um olhar meio incrédulo ele perguntou: - É?!

A Maratona da Chapada foi pensada com o objetivo de dar aos atletas as mais variadas condições de percurso, estrada de cascalho, areia fofa, rios, trilhas, rochedos, subidas e muita, muita pedra em leito de rio.

Toda a hidratação ofertada pelos Organizadores (água, gatorade, frutas) foi concentrada apenas na área de largada, local para onde sempre voltávamos ao final de cada trecho.

Cada um tinha suas características próprias e foram batizados da seguinte forma:

Trecho 1 – Bem vindo a Igatu: 16k (sobe e desce numa estrada calçada em pedra bruta + leito de rio arenoso);
Trecho 2 – Seres Cascudos: 5k (caminhos de garimpeiros e passagem pelos históricos casarios de pedras);
Trecho 3 – Diamante Negro: 14,5k (utilizado também para uma prova de 15k que aconteceu concomitantemente à Maratona e o mais difícil da prova com muita, muita mesmo “escalaminhada por rochas gigantescas e trepa-pedras” no leito do rio).
Trecho 4 – Rego Grande: 6k (trecho de grande variação altimétrica, mas onde é possível manter-se correndo o tempo todo).


Pontualmente às 18:00 teve início o Congresso Técnico, que foi breve e objetivo, ponto mais que positivo para os Organizadores. Em poucos minutos nos foram passados os detalhes e logo estávamos livres para atacar as poucas pizzarias de Igatu.

Acompanhados da galera da Braskem (colegas de trabalho de Pataro), enquanto as pizzas saíam do forno, entre resenhas, planos de hidratação e de como defender-se de ataques de marimbondos, relaxando ao sabor de velhas canções dedilhadas num violão que encontrei por lá, senti-me finalmente mais descansado e pronto para ter uma ótima noite de sono pré-prova.

A largada
De forma tranquila deixei a linha de largada. Levava comigo a convicção de que mantendo um ritmo conservador, aos poucos e naturalmente poderia crescer na prova e, desta forma, afastaria ao máximo a possibilidade de ser traído pelo cansaço dos últimos meses e quebrar no meio da corrida.

O Plano A era chegar inteiro, o B, entre os 10 primeiros, pois para a Maratona não havia pódio por Categoria e, inusitadamente, a maioria dos atletas estavam inscritos no Solo.
Corri em paz de espírito, volta e meia tirava os olhos da trilha e a beleza ao redor trazia do pensamento à boca a expressão: Obrigado Deus! Caí algumas vezes. Fui atacado por marimbondos e quando recebi três ferroadas ao mesmo tempo soltei um grito em meio à Chapada em nada condizente com um sobrinho-neto de Lampião (rs). Em minha cabeça só veio aquela típica cena de desenho animado em que o atacado por um enxame só consegue se livrar daqueles bichos em cima da cabeça quando se atira num rio. Rio não era o problema, ou era?

O 3º trecho, em sua maior parte dentro do rio, realmente minou muita gente e foi nele que acabei ficando sem água nas garrafas que levava comigo, o que não chegou a ser um grande problema, afinal de contas eu estava em Igatu e água boa de rio para beber era o que não faltava.

Pataro no início do trecho Seres Cascudos (ainda de dedo inteiro).
O último trecho levava ao céu. Com 05 horas e 26 minutos de prova, a bateria completamente recarregada pela intensa conexão com a natureza, cruzei o pórtico sem a menor noção de colocação. O que fiquei sabendo imediatamente era que o amigo Pataro havia deslocado um dos dedos da mão, mas bravamente se recusara a deixar a prova. Fiquei feliz por aquela atitude também. Logo ele chegou e a coisa tava mesmo feia. Socorro em Andaraí e lá se foi o descanso planejado para o pós-prova.

Às 18 horas, novamente pontuais e breves, os Organizadores deram início à cerimônia de premiação. Durante o dia já havia recebido diversas informações a respeito da minha colocação, mas somente ali fiquei sabendo que ficara em 5º lugar geral. Ninguém havia acertado (rs).


Cansado, mas feliz, era hora de pegar o caminho de volta para o trabalho.

“Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas já fatigadas”

Descendo a serra, já na escuridão, encontrei valentes guerreiros (dentro do tempo-limite) buscando atingir suas metas. Assim é o nosso esporte. A admiração que me despertaram aquelas pessoas em nada difere da que senti ao descobrir que o rapaz que pegara carona na “ambulância” que socorreu Pataro depois da prova, Plínio Souza Vieira, fora o vencedor da prova.


Lanternas nas mãos, eles estavam lá lutando e quantas batalhas terão vencido para chegar até ali? Não deu para segurar a emoção...


















































sábado, 4 de outubro de 2014

"PISANDO NO CHÃO" EM ITABELA COM EDVALDO

Com Edvaldo em frente ao Fórum de Itabela antes de enfrentar os 28 k para Guaratinga
Post de véspera de Eleição, ao texto de hoje é exigido o máximo possível de brevidade.

De volta a Itabela, cidade localizada no extremo sul da Bahia, há 03 semanas venho encaixando em meio ao corre-corre do trabalho os treinos para a Maratona da Chapada.

Cumprindo minha missão, como diria uma tia minha, durante este tempo busquei espalhar entre as pessoas próximas o vírus da corrida, oferecendo-me como companhia, principalmente, nos dias mais leves da planilha.
Jardel, Ramon, o Goleiro e Edvaldo (trotando no CT entre Eucaliptos)

Foi assim que há exatos quinze dias conheci Edvaldo, corredor que "no arriar das malas” já se podia reconhecer a qualidade.

O engraçado é que o encontrei à porta do Hotel às 06:00 de uma manhã de sábado. Edvaldo viera através de um rapaz iniciante que, apesar de haver marcado comigo e estendido a ele o convite, não apareceu.

Em frente ao Hotel após o treino de hoje: 3,5 trote + 5k em fartlek (500/500) + 5k em 18'51 + 3,5k desaquecimento

Diante de um meio-maratonista com RP na casa de 1h e 22min (coisa que descobri depois) o jeito era mudar o script. Proposta feita e aceita, rapidamente iniciamos 03 blocos de fartlek 4,3,2,1.

Ao final deste primeiro treino, além dos 17k contabilizados, tínhamos ambos a impressão de que aquela parceria não seria passageira.

Em Monte Pascoal prontos para correr os 23k até Itabela

Quinze dias, duas viagens (Itabela - Guaratinga e Monte Pascoal - Itabela), como gosta de dizer Edvaldo, “pisando no chão”,  e mais de 140k depois não há a menor sombra de dúvida de que tínhamos razão.

Graças a essa parceria (é incrível quão motivador pode ser o treino acompanhado), se Deus me permitir, a despeito do grande desgaste imposto pelos preparativos do primeiro turno da Eleição 2014, chegarei a Igatu confiante em fazer uma boa prova.

Trilha da Águas point para nossos fartleks
Para Edvaldo o próximo desafio será a Corrida da Pampulha, onde ele com certeza representará muito bem a cidade de Itabela, entretanto, fico com a leve impressão de que muito em breve o “arrastarei” para uma prova em Salvador. Você duvida? rs
Boa Eleição!



Vindo de Monte Pascoa


MARATONA DA CHAPADA (treinos com Edvaldo)

Terça

Quarta
Quinta
Sexta
Sábado




20
FARTLEK
4,3,2,1
3 sessões
23

LADEIRA
       18k


24

25
3,0 (TROTE)
12 X 500
3,0 (TROTE


26

         
27

ITABELA/ GUARATINGA
28K
30

LADEIRA-
18K
FARTLEK

01/OUT

5k  TROTE 
02

MONTE PASCOAL/ ITABELA
23K
03

5k  TROTE +

04

3,5KM (TROTE) + 5KM (500/500) + 5 KM ( 18’53) + 3,5KM TROTE

l



Técnicos de Urnas passando para treinamento de mesários na Cidade de Guaratinga


Edvaldo chegando de Guaratinga

Bia com Rafinha e Luan

Treinando nas trilhas 


Monte Pascoal/Itabela

Almoço - véspera da eleição - Jardel, Katia, Ramon, Faine e Alessandro

Indo para Guaratinga