“...Terra, cajueiro, papagaio...”
No último sábado, pelo sexto ano consecutivo, mais uma vez tivemos a felicidade de estar na acolhedora São Cristóvão para cobrir os desafiadores 25km (com suas famosas 17 ladeiras) até a orla de Aracaju, evento que faz parte das celebrações do aniversário desta cidade.
Uma das primeiras cidades brasileiras a ser planejada, Aracaju já nasceu Capital. Por necessidades econômicas (a região precisava urgentemente de um porto que escoasse melhor seus produtos) e num certo dia 17 março de 1855, o antigo povoado de Santo Antônio de Aracaju, numa só tacada, foi elevado à categoria de cidade e sede da antiga Província Sergipe Del Rey, roubando este posto da pequena São Cristovão.
Desde a largada até a chegada, o que torna esta prova tão especialmente singular é a alegria do povo sergipano. Sem distinção, à passagem dos participantes, palavras de incentivo, brincadeiras, aplausos, foguetes estourados e as mãos estendidas dos pequeninos à espera de um toque dos corredores fazem com que a viagem seja “rápida” e muito prazerosa.
foto de arquivo |
VIAGEM PARA AJU
Na sexta-feira, as 3h30 entre Salvador e Aracaju foram recheadas de lembranças do Desafio do ano passado, quando chegamos à capital sergipana com 07 dias decorrida. Durante toda viagem mostrava (principalmente à prima Fátima que não conhecia o caminho) as etapas percorridas diariamente enquanto relatava estórias daqueles dias.
Deixando a busca do kit para o dia posterior, no final da tarde já desfrutávamos das delícias aracajuanas na Passarela do Caranguejo, quando nos encontramos com Ivone e Luciana e, entre goles espumantes de suco de abacaxi, acertamos os detalhes do “resgate” que faríamos (Gil e eu) às meninas ao concluirmos nossas provas.
KIT/ALMOÇO
Para fazer uma só viagem e assim estar mais descansado para a “batalha” da tarde, emendamos a busca do kit com o almoço e somente às 10 da manhã saímos do Hotel para ir ao Clube Cotinguiba.
Esse é sempre um momento muito gostoso. Sem filas ou grande espera, resolve-se logo o “problema” e o restante do tempo, enquanto não chega a hora do rango (11:30), torna-se uma ótima oportunidade de confraternização entre os corredores (conterrâneos em sua maioria) que estão por lá.
Com André Araújo Almeida e Angela Pelosi |
A CORRIDA
Às 16:00, pontualmente, foi dada a largada da 29ª. CORRIDA CIDADE DE ARACAJU.
A emoção de estar vivendo aquilo novamente era a única coisa que podia justificar o coração que seguia acelerado e destoante do ritmo tranquilo adotado no começo da prova. Como seguir imune a toda aquela manifestação de carinho?
Após nosso “desfile” pelos paralelepípedos da histórica São Cristovão, já com o peito apertado de saudades daquela gente, apertamos o passo para enfrentar a Rodovia João Bebe Água, nosso caminho até a nova Capital.
Usando a Corrida como treino de luxo para a Maratona de Santiago, somente a partir do sexto quilômetro é que finalmente comecei a entrar no pace pretendido para aquela prova.
Ao término da primeira hora de corrida estava com praticamente 14km percorridos. As famosas e temíveis ladeiras haviam ficado para trás e o ritmo aumentava naturalmente.
Por volta do km 20 (com 1 hora e 26 minutos de prova) percebi que o chip descartável, pendurado apenas por um dos lados, tremulava como se fosse uma bandeira sobre meu tênis.
Por alguns segundos acompanhei com os olhos o movimento daquele pedaço de plástico esvoaçante enquanto decidia-me se pararia ou não para ajeitá-lo.
Faltavam apenas 5 km. Julgando que ele aguentaria até o fim resolvi prosseguir e cruzar o tapete de cronometragem andando e virando-o para todos os lados para garantir que fosse feito o registro. (Mas não foi bem assim).
Próximo ao km 23, eis que avisto lá na frente um dos meus ídolos de corrida: o sexagenário Manoel Brandão. Não é todo dia que a gente consegue andar junto com um “monstro” deste e, como fã enlouquecido, apertei ainda mais o passo para alcançar o velho Manoel.
Assim que emparelhei fiquei sabendo que sua perna não estava cem por cento e que ele estava apenas administrando a vitória, já que o segundo colocado da sua categoria estava vindo muito lá atrás. Após um desejo mútuo de boa sorte e um “vai!” de Seu Manoel continuei aumentando o ritmo e deixando o ídolo para trás.
Quase na virada da orla (quando restavam menos de mil metros) é que me lembrei de olhar para o tênis e só então me dei conta de que o Chip batera asas de uma vez.
A angústia daquele momento durou uma eternidade. O que fazer? Virei-me para trás e, ao longe, vi algo reluzindo ao sol. Num ímpeto, sempre em alta velocidade, dei meia volta e retornei para conferir se era o chip perdido.
Após pouco mais de 100 metros no sentido contrário (dois corredores que havia ultrapassado recentemente perguntaram confusos o que estava acontecendo) cheguei ao objeto e, triste, constatei que havia me enganado.
Com a cabeça a mil, dei meia volta e fui até o fim em ritmo de tiro recuperando todas as posições perdidas no retorno e fechando a prova sem registro, mas dentro do tempo programado 1h45min55.
Tão logo cruzei o pórtico relatei o ocorrido para os responsáveis pela Organização. Dos três postos de cronometragem não fui registrado apenas no último. Tendo eles o cuidado de anotar meu número de peito e tempo da passagem no tapete talvez fosse possível fazer constar meu nome no Resultado Geral da Prova.
Superado esse momento chato, corri para os abraços de chegada e beijos da namorada, mas antes de chegar nas preocupadas Titia Lalá e na Prima Fátima (que não estavam entendendo de longe o que tanto eu conversava com os organizadores), ainda tive o prazer de dar uma entrevista contando sobre o que eu achara da prova.
Algum tempo depois, eu e Gil (que completou a prova em 1h53) nos despedimos da família e fomos, cumprindo nossa promessa, buscar Luciana e Ivone
Lu e Ivone após chegada |
No final da noite o regenerativo ficou por conta de um um“pé-de-serra” na famosa Casa de Forró Carri a chave mais que perfeita para encerrar nossa participação nos festejos do 157º aniversário da cidade de Aracaju.
com Lucas, Gil, Ivone e Lu |
Juju |
Aracaju-2012 ao som da Família Encarnação
Beto, muito obrigada pelo convite para participar dessa corrida. Simplesmente amei! Me divertir horrores!Ano que vem pode contar com minha presença e para fazer todos os 25k!
ResponderExcluirBjs e boa semana!
Querido amigo, novamente suas "asas de anjo" me ajudaram, como eu poderia explicar ter tido pique pra atravessar a linha de chegada? Seu amor por essa prova dá pra ser sentido no seu relato, acho que agora eu entendo o porquê. "olha a professora Luciana!", ouvi isso várias vezes e nesses momentos eu estive no lugar da queniana vencedora, sem dúvidas! Muitos acenos e beijinhos ao vento, arranjei um "namorado" por alguns quilômetros, um senhor de mais de sessenta anos que fazia a prova pela sexta vez e fazia gracejos com todo mundo, num super alto astral. Fiz amigos na prova (encontrei uma nova amiga que terminou a prova junto comigo hoje, no treino) e o colégio inteiro hoje já sabia que eu tinha corrido a Cidade de Aracaju. Fora que ter vocês aqui na terrinha foi maravilhoso! Da próxima não vou cometer os mesmos erros primários (que eu posso chamar de maluquices) e tenho certeza que vou mandar muitos mais beijos, a professora Luciana se tornou fã!
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Po Roberto vc disse 17 LADEIRAS? rapaz que doideira de corrida e essa que deve ter sido muita adrenalina, muito bom seu relato e fotos e gostei da idéia o desaquecimento sendo no forró...rsss...Parabéns meu caro.
Vamos correr os 80 K em Ilha bela.
bons treinos,
Jorge Cerqueira
www.jmaratona.com
Não tenho palavras para agradecer por todos esses momentos deliciosos que passamos juntos. Adorei ser citada no seu blog...rsrsrs
ResponderExcluirGrande Roberto,
ResponderExcluirA corrida é sem igual, com uma participação da população muito grande, gostei muito de ter lido sobre essa corrida em seu blog e de ter participado nesse ano, já garantindo que no próximo estarei presente para correr (em todas) as 17 ladeiras do percurso tão aplaudido e festejado pelo povo.
Parabéns pela corrida!!!
Abs
Estou morrendo de inveja! Ah! como gostaria de ter participado dessa corrida! Mas, com fé em Deus no próximo ano estarei lá com você e uma porção de amigos, nem que seja para "subir as 17 ladeiras" andando!!!Na qualidade de sergipano, do pequeno Município de Pedra Mole, sonho em ser possivelmente o primeiro pedramolense a encarar tamanho desafio.
ResponderExcluirO seu post está maravilhoso e mais uma vez lhe parabenizo, tanto como atleta de alto nível, como pela leveza e objetividade de seus relatos. Maravilha!!!!!
Roberto parabéns pela prova. Que sufoco este chip, poxa. Mas o que importa é o tempo que você sabe que fez e cumpriu. Parabéns!!!!
ResponderExcluirAbraços
perdeu o chip?
ResponderExcluirbandeira?
passou nos tapetes?
esse golpe nao é o q se poded chamar ded inédito né???
melhor treinar mais para o proximo ano... isso sim...
heheheheheheheh
abraços meu irmao... no proximo ano ja leva um rolo de silver tape... sacanagem essa zorra do suporte partir
abraços meu irmao
Rodrigo
Tio
ResponderExcluirsemana que vem é meu niver viu? o voce, os meninos e titia lala tabem esta convidados
mas eu nao sei se vai ter festa
tenho de ir agora viu? é que tou na aula de computador e nao pode ficar fazendo outra coisa
tiau
pedrinho
Luciana, Lucas e Ivone. No próximo ano se Deus quiser estaremos todos juntos lá novamente levando outras pessoas para conhecer essa festa. José Amâncio essa corrida combina com sua alegria e simpatia e Pedra Mole precisa ser representada. Fátima foi muito bom ter sua companhia nesta viagem. Rodrigo e Dart muito obrigado pelos comentários. Jorge, a corrida é cheia de ladeira, mas nada que um ultra como você nao tire de letra. Pedrinho, meu sobrinho, a gente agradece o convite agora só falta mandar o endereço..rs Abraços em todos!
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