Continuando na tentativa de atrair gente para o Desafrio Urubici, resolvi contar um pouco da minha experiência nesta corrida no ano passado.
O Desafrio Urubici está na sua 8ª Edição e é muito bem organizado pela EcoFloripa (www.ecofloripa.com.br). Dos 52 km, 32 são em estradas de chão batido e trilhas e 20, de asfalto. Sobe-se por 26,3 km desde o centro da Cidade até o Morro da Igreja, ao retornar são mais 25,7 de descida, sendo que na hora de sair do asfalto à altura do km 35 pega-se uma trilha paralela à que se usou para subir. Além da corrida solo existe também a possibilidade de correr em dupla (um sobe e outro desce).
Na sexta feira à tarde ocorre a entrega do kit e à noite acontece o Congresso técnico onde são passados detalhes da corrida (este também haverá o jantar de massas). O Organizador explica os pontos mais difíceis e perigosos que requerem maior atenção e depois todo mundo se manda pra "casa" para dormir mais cedo.
A largada é às 7:30 do sábado e a duração máxima da prova é de 09 horas e 30 minutos, encerrando-se às 17:00 hs. Mais tarde, às 18:30, no Hotel Urubici, começa a cerimônia de premiação.
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No sábado, à hora programada, deu-se início ao Desafrio. “Não estava tão frio nem chuvoso como nas edições anteriores”. A toda hora era possível ouvir corredores e acompanhantes fazendo este comentário.
Logo na saída da cidade começava uma trilha bem enlameada; segui num ritmo tranquilo e minha primeira lição foi "nunca vá pelo capim verdinho".
Estava atento às pisadas dos corredores à minha frente (todos com pinta de veteranos naquela prova) e notei que eles sempre pisavam em lugares bem sujos e de vegetação amassada, deixando de lado trechos mais limpos da estrada; num dado momento resolvi forçar o ritmo e na primeira opção de um extenso capim verde e limpo decidi sair do trilho (quase em fila indiana) para ultrapassar um grupo de cinco corredores que ia na minha frente; a única coisa que consegui foi ficar atolado até acima do joelho, e haja dificuldade para sair, livrar-se da lama e retomar a marcha.
Outro momento interessante foi a passagem de uma pontezinha de madeira sobre um rio raso, mas extremamente frio. Ao aproximar-se dela lembrei-me que na noite anterior os Organizadores ressaltaram ser aquela ponte a mesma desde a primeira edição (07 anos), e como ninguém sabia muito bem o seu estado de conservação, recomendavam muito cuidado e que a primeira providência ao subir nela fosse agarrar a corda. Tava com tudo fresquinho na cabeça, só não contava com levar um grande escorregão antes de conseguir segurar no "corrimão". Por sorte, todo desengonçado consegui me apoiar na corda e segui adiante sem cair. Mais tarde viria a saber, através de outros corredores, que ela desabara.
No km 17, com muito mais tempo do que eu havia previsto, cheguei à Cachoeira Véu de Noiva, onde Titia Lalá e outras esposas de corredores com quem havia feito amizade esperavam nossa passagem. Passei em primeiro lugar na categoria "companheiros da Titia Lalá e amigas" e aproveitei para deixar com ela as luvas e a segunda pele que havia retirado no meio do caminho. Àquela altura, todo sujo e feliz, eu já tinha resolvido esquecer o mais que pudesse de tempo e curtir a experiência
Na saída para o asfalto revi o local onde havia socorrido uma vaca no dia anterior . Havia um posto de hidratação na junção trilha/asfalto onde, em lugar de isotônico, é oferecido aos corredores sopa quente.
O "homem que andava" |
Não comi nada além dos meus carboidratos e saí no asfalto numa boa velocidade. Nesta hora ultrapassei mais de dez corredores, entre eles um homem de cerca de 50 anos que, desde o começo da corrida, andou em todas as ladeiras da trilha e eu nunca conseguia alcançá-lo. Algumas vezes, quando o via andando lá na frente, eu apertava o passo e pensava "agora irei ultrapassá-lo", daí o aclive mais acentuado acabava, ele voltava a correr e sumia na minha frente (grrr).
Lá em cima a ventania era infernal, o lenço que veio no kit foi a salvação. Usei-o entre o pescoço e a cabeça, tapando principalmente as orelhas. Hora de retornar. Vi mais gente tomando sopa, mas, empolgado com minhas ultrapassagens, apenas peguei água e fiz meia volta.
O tempo estava diferente do dia anterior em que estava tudo sob neblina e pensei que quando avistasse a Titia Lalá, no km 35, iria aconselhá-la a subir com o carro para finalmente ver a beleza daquele lugar.
Na descida fiquei muito tempo ao lado de um Senhor que havia participado de todas as edições. Ele descia num bom ritmo, acenando e cumprimentando muita gente. Ouvi dele bons conselhos em relação a ter tranqüilidade, pois a pior parte, por incrível que parecesse, ainda estava por vir.
Quando passamos no posto, antes de sair da estrada para retornar a trilha, Titia Lalá já havia descido e não pude sugerir-lhe a subida ao Morro da Igreja.
Na descida da trilha fui ultrapassado por dezenas de corredores (inclusive pelo "homem que andava" o qual só voltei a ultrapassar definitivamente no km 48). Eu não tinha levado um tênis apropriado e nas pirambeiras ladeira abaixo quase não conseguia parar em pé, escorregava o tempo todo (eis a parte pior) e não sei como sai de lá sem levar nenhum tombo.
Às 12:50, com 5 horas e 26 minutos, na 23ª. colocação, cruzei a linha de chegada, bem cansado mas feliz. Estava pensando em experimentar finalmente a sopa, mas rendi-me à paçoquita com coca-cola (nunca na estória da minha vida tomei tanta coca-cola de uma só vez). Saí de lá para um abraço (cheio de cuidados para não enlameá-la) bem gostoso na Titia Lalá.
Na ida para a Pousada encontrei com José Wilson, com quem havia feito amizade na Maratona de Porto Alegre, que vinha chegando na entrada da cidade. À noite ficamos sabendo que ele perdeu o pódio da categoria por alguns segundos, coisa que ele lamenta até hoje dizendo: "Conversei com o cara, nem imaginava que ele era de minha categoria". Não tem problema não Zé, se Deus nos permitir, retornaremos lá para subir no pódio.
Após essa corrida, o mais indicado seria um belo banho seguido de repouso até a hora da cerimônia de premiação à noite. Fiz apenas a primeira parte da receita. Não poderia deixar a Titia Lalá sem ver aquela beleza toda. Ouvira várias pessoas dizendo que vinham para esta corrida já há alguns anos sem nunca ter conseguido ver a Pedra Furada. Peguei o carro e fomos passear lá em cima. No retorno, de quebra, aproveitamos para degustar novamente a deliciosa truta do Restaurante Véu de Noiva.
À noite fomos à premiação. Troféus belíssimos (o Zé tem razão em ficar zangado) foram entregues antes do Jantar de Massas. Eu e Titia Lalá acabamos desistindo do jantar e fomos parar num rodízio de pizza com enorme variedade, em que devo ter comido umas trinta fatias (salgadas e doces).
Urubici e o seu Desafrio valem a pena!
Uma bela experiência e certamente inesquecível!
ResponderExcluirVá juntando tudo e quem saber escrever um liveo.
Grande abraço e uma ótima semana.
Ai Roberto vc e fantastico nas duas modalidades esportivas achei tambem interessante esse blog. Ai segue um pouco da minha experiencia esportiva desde de 82 participo de corridas de rua so em Sp foram 9 anos seguidos 87/96 na Sao Silvestre varias maratonas e em 2007 estreiei uma Ultramaratona6hs em Sao Caetano do Sul em Sao Paulo tendo como org o www.carlosdiasultra.com.br. No Ciclismo pedalo desde minha adolescencia mas a minha maior facanha foi no ano de 1983 quando percorri 53 cidades compreendidas em 4 estados Paraiba - Pb Rio Grande do Norte - Rn Pernambuco - Pe Alagoas - Al. ok entao nota 1000.Atenciosamente Elivan(ciclista/Ultramaratonista natural de Bananeiras/Pb residente em Joao Pessoa
ResponderExcluirAi Roberto so tenho a ti agradecer a pulblicacao do meu mini-historico segue sites amigos fique a vontade www.carlosdiasultra.com.br www.zonaalvo.com.br www.corredoresdorecife.com.br click sites de corridas www.esporteassessori.com.br www.casadocorredor.com.br www.ultrarunnereventos.net www.runnerbrasil.com.br www.runnersworl.abril.com.br click notascorridas/blogcorreria comente as noticias e envie tambem www.o2porminuto.uol.com.br click noticias/entrevistas comente as noticias e envie tambem. Atenciosamente Elivan(ciclista/Ultramaratonista natural de Bananeiras/Pb residente em Joao Pessoa
ResponderExcluirElivan
ResponderExcluirAgradeco os comentários, mas faltou você me responder se topa a viagem de bike na semana santa (Salvador - Canavieiras.
Samuel
Você também tá me "devendo" um convite para corrermos juntos... mas como estamos aqui na mesma cidade, sei que não vai demorar muito para isso acontecer. Um abraço!
esta certo Roberto quanto ao convite Salvador/Canavieiras te agradeco desejando Boa Pascoa pois sou func Pulblico e trabalho 5 dias semanais mas quanto a corrrida tudo tem seu dia ok. Utilize os sites que lhe envio. Atenciosamente Elivan(ciclista/Ultramaratonista natural de Bananeiras/Pb residente em Joao Pessoa
ResponderExcluircara, esqueci de falar de outra coisa com vc... nao vai correr com aquela roupa de bailarina né? basta o ano passado... ta bom, vc chama de segunda pele... mas pra gente aqui de salvador é bem estranho... Baiano macho quando ta com frio pede uma cerveja bem gelada... abraços meu irmao...
ResponderExcluirRodrigo
Tô quase lá se depender da empolgação. rsrsrsrss
ResponderExcluirÉrica Sampaio