domingo, 24 de junho de 2012

SÃO JOÃO (E CORRER) NA ROÇA É BEM MELHOR



Exatamente após uma hora e meia de sono a campainha do despertador invadiu meus sonhos.

O dia anterior havia sido bem intenso.  Além da viagem para Amargosa, que é sempre muito complicada no período das festas juninas, e de ter acompanhado o pique (ainda mais energizado pelas horas de sono no carro) dos moleques Rafa e Luan até a hora em que foram para a cama, atravessara a noite forrozeando com a titia Lalá.

Apaixonados pelos reinos gonzaguianos, ainda que extremamente cansados, não há como ignorarmos aquela festança toda. Não é todo dia que a gente tem um show de Geraldo Azevedo (atração principal da noite) a metros de nossa casa.

Amargosa, a 230km da Capital,  tem uma das festas de São João mais famosas e procuradas do Brasil. Nossa presença nesta cidade, entretanto, dá-se menos por esta fama que pelo fato de ali residirem os vovô e vovó Osvaldo e Floripes (meus pais). Mas quem nunca ouviu falar do bom que é a junção do útil ao agradável?














E foi pensando nisso que neste sábado, ainda imerso em sonhos, deixei a cama para me aprontar para um treino que tinha como tempero principal a estreia do amigo Louri no mundo da corrida.


O percurso escolhido não poderia ser mais marcante para o novel corredor. Sairíamos de Amargosa até sua casa na roça, que fica na estrada para Corta Mão.

Após algumas breves explicações, pontualmente demos início à nossa viagem.

Metade do trecho seria feito na serra, pegando o asfalto da Rodovia entre Amargosa e Santo Antônio de Jesus, e metade em estrada de barro, em meio a bois e cavalos, passagem em “mata-burros’’ e paisagens deslumbrantes.

O cara leva jeito. Com extrema facilidade (como eu já imaginava), mantendo a passada firme, a respiração tranquila e ainda sendo capaz de alimentar um bom bate-papo, aos poucos o sonho de chegar à sua propriedade estava se tornando real.

Boa parte do caminho estava sendo novidade para mim e ele era perfeito, daqueles que a gente logo “garra” a imaginar como seria trazer ali os amigos para uma corridinha.

Envolvido nestes pensamentos, num dado momento ouvi exclamar o amigo Louro: “Agora está pertinho!”. A partir dali ele já tinha costume de passar andando e, apesar de nesta minha vida de conduzir gente ao esporte (pedaladas/corridas) eu já ter vivido este momento dezenas de vezes, mais uma vez pude me emocionar com a felicidade contida naquelas palavras e naqueles olhos a brilhar.

Costumo dizer que chegar supera tudo. Qualquer dificuldade que tenha existido durante o caminho será menor que a felicidade de atingir o alvo. Cada passo, cada trecho precisa ser comemorado, aos poucos a gente desenvolve este aprendizado dentro da gente para naturalmente curtir o caminho e valorizar ainda mais todas as chegadas.

Com direito ainda a um fartlek (1’ forte / 2’ fracos) nos trechos finais (quem mandou estrear com casca grossa rs), após 14km e 1 hora e 29 minutos de corrida, deixei feliz da vida o amigo Louro em sua casa na roça.

Compromisso cumprido, restava-me dar meia-volta e seguir pelos mesmos 14km (1h19) que me levariam de volta a Amargosa e à família.

Boas Festas Juninas!













































































quinta-feira, 21 de junho de 2012

PRINCESA DO SERTÃO

Logo da P M F S

Em 1919 o soteropolitano Ruy Barbosa criou o epíteto de Princesa do Sertão para a cidade de Feira de Santana.

Algum tempo depois, lá pelos anos 80, comecei a andar por esta encantadora cidade e desde então começaram meus episódios de ficar completamente perdido em suas ruas e avenidas.

Após 03 semanas de convivência e treinos, que aos poucos foram  desvendando os mistérios da Princesinha, finalmente, em 2012, posso abrir a boca e dizer: "Entendi a sua lógica Feira de Santana".

Os 14km do fartlek de hoje deram início a um novo período de base, com segurança infinitamente superior à costumeira quando se tratava de andar por aqui.

 
"REENCONTRO"
Na noite de ontem o destino deu uma mãozinha para que eu (re)encontrasse uma pessoa que não "via" há 13 anos. Vou dar uma resumida, mas senta que lá vem estória...

Em 1999 estava numa viagem de bicicleta de Salvador a Caracas, na Venezuela; chegando em Boa Vista fui levado para dar uma entrevista no Jornal. Após as perguntas de praxe (não muito simpaticamente) uma repórter me falou que havia cerca de dois meses outro ciclista baiano (também de Salvador) havia passado na cidade.

Na hora não dei muito crédito imaginando que deveria ser algum tipo de generalização que ocorre muito por aí, do tipo "todo nordestino é paraíba".

Acontece que, seguindo viagem, volta e meia eu ouvia falar do ciclista que ia em minha frente e por vezes dormi no mesmo local onde ele havia dormido.

Alguns diziam tratar-se de um baiano, outros não tinham certeza. Até que um dia um destes anfitriões trouxe-me um quadrado de cartolina onde o tal cicloturista agradecia ao dono da casa pela estada.

Além dos agradecimentos, naquele e em todos outros pedaços de cartolina (sempre cortados do mesmo tamanho) que passei a encontrar pelo caminho, o viajante informava a quantidade de pneus, câmaras de ar e dias gastos de Salvador (Capelinha de São Caetano) até ali.

Incrível! o cara era de Salvador, estava numa viagem parecida com a minha e nós não nos conheciamos.

Àquela altura já estavamos na Venezuela e não se passavam muitos dias sem que eu visse o tal quadrado de cartolina (agora escrito em espanhol). O tempo de sua passagem ia sempre diminuindo (o que indicava que eu estava cobrindo mais quilômetros diariamente).

Certo dia, após uma serra de uma hora de subida, vi uma vendinha com bananas (plátanos rs) na frente e parei.

O dia-a-dia na estrada é cheio de muitas coisas e, embora eu desejasse encontrar-me com o conterrâneo ciclista não era sempre que me lembrava disso, mas naquele momento eu pensei: "Bananas penduradas na beira da estrada depois de uma serra dessas... todos os cicloturistas do mundo iriam dar uma parada".

E não é que algum tempo depois o pessoal da vendinha veio de lá com o famoso pedaço de cartolina? (rs) Não me recordo mais se foi em Tumeremo ou Upata o último dia que vi aquele texto. Era impressionante a importância que as pessoas davam àquele pedaço de papelão que ficou como lembrança da passagem do tal homem "que levava uma casa nas costas".

Naquela noite soube que "Vardinho de las bicis" havia passado ali há apenas dois dias. Sonhei com a possibilidade de nos encontrarmos na estrada, mas o encontro não se deu.

No ano seguinte, na primeira oportunidade que tive em Salvador fui à sua procura no bairro da Capelinha mas ninguém soube me informar sobre um homem que havia saído de Salvador para Venezuela numa bicicleta de aro 28 sem marcha e acabei desistindo.

Pois é. Aí, 13 anos depois, estou saindo do meu hotel para buscar conexão de internet no hotel ao lado quando vejo na porta uma bicicleta de madeira toda cheia de bagagens e bandeiras do Brasil. 



Naturalmente aquilo despertou minha curiosidade e qual não foi minha emoção quando li na bike o nome "Vardinho das Bicicletas". Perguntei ao recepcionista do Hotel onde estaria o dono e, ao fim de alguns minutos, vindo do seu quarto, apareceu finalmente seu Osvaldo, contei-lhe esta estória, ele me contou outras e por algumas horas ficamos ali de bate-papo sobre estradas, cidades e viagens.

O ciclista aventureiro Vardinho tinha vindo de Salvador para Feira e hoje de manhã tomaria seu caminho de volta. Amanhã de manhã será minha vez de retornar a Salvador para buscar tia Lalá e os moleques Luan e Rafinha para passar o São João com os vovôs em Amargosa.

Até a próxima!


cruzamento das Avs. Maria Quitéria e Getúlio Vargas

canteiro central da Av. Maria Quitéria

domingo, 17 de junho de 2012

CORRENDO COM OS AMIGOS



Neste domingo aconteceu a Maratona de São Paulo. Não! Não pensem que estive na Capital paulista, pelo menos não fisicamente, porque para quem é amante da distância e tem amigos enfrentando os 42,2km é quase como se estivesse lá de verdade.

Neste momento estou cumprindo aquelas duas semanas (ou quase rs) de trotes regenerativos com que me presenteio toda vez que completo um ciclo competitivo e, por força do trabalho, há quinze dias estou em Feira de Santana.

Envolvido com minhas urnas eletrônicas, durante toda a manhã de hoje nem sequer pela TV pude acompanhar a corrida, mas isso não me impediu de, em vários momentos, surpreender-me imaginando o que estariam fazendo os irmãos de passadas. “Fulano deve estar no km tal e Cicrano no km x. Será que Beltrano tá contendo o ímpeto inicial para guardar fôlego para o fim?”

Foto retirada do site asics.com.br

Solonei da Rocha foi campeão geral masculino (2h12min25) e Marily dos Santos, com o quinto lugar, a melhor brasileira na prova. Essas foram as primeiras boas notícias que tive da MSP.
Samuel (amarelo) Joel (laranja)  e Edmilson (25KSP) no Longão do dia das mães

Parabéns aos “Salvador Pró-Maratonistas” Samuel Moreira (4h48) e Joel Araújo Góes (3h30) pela prova. Ao Samuca pela garra para superar as dificuldades da maratona e colocar mais uma no currículo e, sobretudo, ao amigo “Motorzinho”, por ter atingido hoje uma meta de tempo que vinha perseguindo desde que o levei às corridas.

Falando em meta atingida...


Aconteceu hoje em Salvador a Corrida Riachuelo e foi com muita alegria que recebi a notícia do sub-60 nos 10k de José Amâncio Neto, verdadeiro exemplo para todos nós de que disciplina e dedicação sempre nos trarão uma boa recompensa.

Amâncio feliz da vida com o sub-60

Obrigado a todos e boa semana!

Cris Heberle nos 25 k dentro da MSP  (2h e 27)

terça-feira, 12 de junho de 2012

RUNNING DAVENTURA



Desde o primeiro momento em que me decidi pela participação na Corrida Running Daventura, separada por apenas 06 dias da Maratona de Porto Alegre, já estava ciente que entraria para “brincar”, mas nem de longe poderia adivinhar o quanto me divertiria nesta meia maratona cross country.

Finalizando a Maratona de Poá
Trabalhando fora de Salvador desde a semana passada, foi preciso madrugar para chegar à belíssima Praia do Forte no horário da corrida. Lamentavelmente, assim que cheguei ao Castelo Garcia D’Avila, percebi que a largada iria atrasar.

É incrível que uma prova com tanto glamour e organização cometa um pecado deste, e não foi a primeira vez.  Na minha primeira participação (ano passado) aconteceu a mesma coisa. Toda pessoa que vai participar de uma competição orienta sua alimentação pelo horário da largada e não foram poucos os atletas que vi reclamando de fome minutos antes de darmos, finalmente, início à peleja.

Como não tinha ido ali com a "faca nos dentes", aproveitei o tempo ocioso para circular e encontrar os amigos. 

Além dos 21km houve também 5, 8 e 14Km, com muitos trechos comuns a todas as distâncias. Alguns minutos após a largada das mulheres, despencamos morro abaixo numa estrada de barro. 


Pronto. Agora tudo estava resolvido. Correndo em ritmo tranquilo começava a reconhecer o trajeto feito no ano passado. Desde os primeiros passos apaixonei-me por este caminho e me fiz a promessa (ainda não cumprida) de voltar aqui com amigos para um treino.


Barro, mato, lagedo, rios, areia fofa, foi um banho de natureza de lavar a alma que durou 01h, 41min e 57segs com o plus de ter corrido grande parte deste tempo ao lado de um dos meus ídolos, o triatleta Manoel Alberto Lopes, mais conhecido como tio Beto, Betão ou simplesmente Beto. 

Foto retirada do blog de ricardoserravalle

O atraso na premiação por categoria foi outro ponto negativo neste maravilhoso evento. Após uma longa espera, tendo ainda que fazer a viagem de volta para dar prosseguimento ao trabalho, acabei optando por receber na Federação Baiana de Atletismo o troféu de segundo lugar na Categoria 40/44, conseguido com o 15º melhor tempo na Meia Maratona, que teve como campeão o amigo Edson Barbosa da Silva, da equipe Hércules.

Pódio Geral Masculino e Feminino dos 21K (link para este e outros resultados)
O Salvador Pró-Maratona mais uma vez foi muito bem representado com os participantes conseguindo bons tempos em suas provas, inclusive, com alguns pódios por categoria. 


Pataro em Porto Alegre
Destaque para as participações de Pataro e Adhemar que também estavam voltando da Maratona de Porto Alegre.


Adhemar esperando a van

Acredito que com pequenos ajustes a Running Daventura tem tudo para se firmar como uma das melhores provas do país. Assim como vários corredores que estiveram nesta edição, também saí de lá pensando no próximo ano.


A prova atraiu gente de vários cantos deste nosso Brasilzão. Na volta para casa tive a felicidade de pegar a mesma van (olha aí um ponto muito positivo da Organização) que o jornalista, blogueiro, escritor e gremista Rodolfo Lucena.


Após descermos no "ponto final", na caminhada que faltava até chegar ao carro, aproveitamos para continuar o papo sobre corrida (quem poderia imaginar né rs) iniciado na van.


Ao lado de Lucena ia ninguém menos que Eleonora. Para os que não estão familiarizados com a estória, explico: além de esposa, Eleonora é o grande pilar e fonte de inspiração deste gaúcho, que costuma finalizar todas as suas provas gritando o nome da amada.


Como hoje é dia dos namorados, aproveito o ensejo para fazer uma homenagem à minha "Eleonora", a essa mulher que realmente faz a diferença em todos os aspectos da minha vida, inclusive como corredor:
"TITIA LALÁ" (LARYSSAAAAAAAAA), eu te amo!




Samuel (campeao de  categoria nos 5 km) e a sua doce Neusa
Eleonora e Rodolfo Lucena

JP, Betão e Peralva
Ivone, Dora, Cris,Luciana, Dart, Lucas, eu e Oliveira

João Paulo, eu e Alan ao fundo