domingo, 15 de outubro de 2023

A VITÓRIA NOS 50KM SOLO DA ULTRA 100KM BA 052

Pódio masculino geral dos 50k


No último domingo foi dia de festa na BA-052, rodovia estadual que para nós baianos é mais conhecida como “Estrada do Feijão”.

Alegria geral espalhada pelos 100k de acostamento entre as cidades de Mundo Novo e Morro do Chapéu na competição organizada e realizada pela Mentalize Assessoria Esportiva e seus parceiros, que além da modalidade solo, também oferece as modalidades de revezamento em quarteto (25k para cada um), de revamento de dupla (50k para cada um).



Além dessas opções (no campo das chamadas longas distâncias), havia ainda a opção de 50k solo, com saída no “meio do caminho”, tendo seu horário de largada condicionado à passagem do primeiro atleta de qualquer modalidade que cruzasse a marca dos 50k.

Comprometido com o amigo Pataro, a servir-lhe de “Jarbas” na viagem de carro desde a Capital, essa última opção brilhou como excelente oportunidade de também participar da brincadeira “do lado de dentro”, e, então, quase no apagar das luzes fiz a inscrição nos 50k solo.

Com Manoel, Lourenço e Pataro

Na semana da prova, dessas “coincidências” que tornam as coisas perfeitas, meu trabalho que estava previsto para se desenrolar para os lados do extremo oeste baiano, acabou me deixando pertinho da Estrada do Feijão.

Foi aí que entrou em cena o amigo Manoel que faria as vezes de chofer para Pataro, evitando que eu voltasse em Salvador para buscá-lo. Esse descanso (desde a quinta já me encontrava em Mundo Novo), faria toda a diferença em minha prova no sábado.

Efoi assim que o “trio nordestino” foi parar na Ultra BA 052100km


SEXTA-FEIRA – A SOLTURA

Com Lucas


Acompanhado de Lucas (piloto e parceiro da semana de trabalho) e do amigo Lourenço, a quem tivera a felicidade de atalhar seu ônibus em Baixa Grande no dia anterior, as 5h45 partimos para a nossa velha e boa soltura pré-competitiva.

Coisas que tornam a Corrida de Rua um esporte especialíssimo, num mesmo treino, estava tendo a possibilidade de juntar um iniciante nas passadas com um atleta que estava ali para correr 100k no dia seguinte.



Por volta do meio dia, chegariam os amigos Pataro e Manoel e juntos fomos nos deliciar no Restaurante Sabor & Arte.

SÁBADO -

Após acompanhar a largada dos 100k em Mundo Novo, comecei a me arrumar para seguir com Manu que me deixaria no ponto de largada dos 50k.

Ao chegarmos na marca dos 25k (local de transição dos quartetos), fizemos uma parada para dar uma força a turma. Ali pudemos acompanhar a passagem de Lourenço como segundo nos 100k solo, posição que ele iria manter até o final da prova.

Àquela altura estávamos por volta das 6h da manhã e o tempo estava perfeito para correr. Depois da passagem de um sorridente Pataro, seguimos viagem para a marca do 50k.

José Aldo , lider de ponta a ponta no 100k

Com tempo de 3h52 de prova, contrariando as expectativas comuns, o primeiro corredor a cruzar os 50k era da modalidade 100km solo.

NOSSO 50k

A aproximação do impressionante José Aldo (atleta que venceria os 100k, estabelecendo novo recorde da prova) simbolizava a contagem regressiva para nossa largada.



5, 4, 3 ,2, 1 e la fomos nós.

A despeito de estarmos partindo 'apenas' para a metade da viagem, as duas mais famosas  serras (Miraserra e Angelim) faziam parte dessa segunda parte da Ultra BA 052 100km. 

Às 08h05 da manhã a temperatura na Estrada do Feijão, surpreendentemente, seguia muito agradável. Sabendo que aquilo não duraria até o fim da viagem, e me sentindo razoavelmente aquecido, tratei de aproveitar o melhor que podia o começo da jornada e ao final do primeiro quilômetro já me encontrava no bloco onde seguiam os ponteiros da prova.

Pouco tempo depois, o pelotão dianteiro estaria reduzido a três atletas, seguindo tão lado a lado, que foi possível (e motivo de riso para todos nós) ouvir a sincronia perfeita, da marcação de nossos Garmins na passagem pelo KM 05.

Numa breve e amistosa conversa ( entre outros assuntos, contando nossas procedências), descobri que um dos atletas (Ítalo Manoel) era da cidade de Santaluz e que Tássio Valois era de Morro do Chapéu, ponto de chegada de nossa competição.

Alguns quilômetros à frente, Tássio se desgarrou, deixando-nos "brigando"pela segunda colocação, eu e o menino Ítalo.

A felicidade de estar subindo a famosa Mira Serra (àquela altura em segundo lugar)

No Km 10, começamos a subir a decantada Mira Serra. Sentia-me muito bem nesses 04k de serra acima (operíodo de treino específico para Uphill, ocorrida apenas 03semanas antes, ajudava muito nessa sensação), e aos poucos fui assumindo, de forma isolada, a vice liderança da competição. 

Concentrado para aproveitar ao máximo a boa temperatura, aos poucos ia diminuindo a diferença para o então líder da prova.

Nas lombadas da BA 052, vez por outra, conseguia enxergar Tássio. Quando estávamos chegando na marca dos 20km, enfim, tornei a emparelhar com o atleta morrense. 

Novamente lado a lado (quase que como uma continuação de uma conversa que tivemos no início da prova), respondendo ao meu convite de “Vumbora” com um “Vá se embora que você tá bem demais”, gentilmente Tássio ainda apontou para a grande curva lá embaixo me dizendo que era ali começaria a outra temida parte da prova: A Serra do Angelim.



Incentivando-o a manter a pegada que o trouxera até ali (elogiando principalmente o fato de que hora nenhuma ele havia olhado para trás, o que por si só já denotava que estava fazendo sua própria prova), segui na minha batida.

Na marca dos 30km - um breve susto, rs: Não havia ninguém no posto de hidratação. Entendi na hora que acabara chegando mais cedo do que havia previsto a logística da Mentalize Assessoria Esportiva e já trabalhava a cabeça para administrar a situação da melhor forma possível, quando uma staff, que me vira passar no Km 25, a bordo de um carro da organização, apareceu para me salvar.

O esquema de hidratação da Ultra BA 052 tem um desenho muito interessante. Acostumado a provas de 100k em rodovias, receber da organização 1 garrafa de 500ml a cada 5km, foi um ótimo diferencial da prova, que nos permite dispensar a mochila.

Por volta do km 35 (85 da prova full), fui ultrapassado pelo quarto integrante quarteto líder. Momento que aproveitei para pegar uma “carona” do atleta que acabara de largar do km 75.

No km 40, acabamos ficando sem água. A equipe do quarteto chegou a me perguntar se eu tinha água, mas, liderando desde o km 20 (sendo proibida pelo regulamento a ajuda externa) mesmo sem quase nada na minha garrafa, respondi-lhes que tava tudo ok, rs.

Coincidentemente, àquela altura da prova o sol já reinava absoluto, ocupando, finalmente, seu lugar de direito.

No próximo posto de hidratação, garganta novamente molhada, parti para fechar os 05k finais da prova.



À entrada da cidade de Morro do Chapéu, o simpático Izaías Gonçalves, avisou-me que iria “bater” a chegada do quarteto campeão e que voltaria correndo para fazer o mesmo comigo.

Na hora deu vontade de brincar de apertar um pouco mais o passo pra ele não ter dois trabalhos, mas o cansaço não deixou rs.

Pouco tempo depois, com o tempo de 4h16:09,  muita festa e uma locução  empolgante do DJ Roberto Mucugê (apesar da troca do Encarnação por Anunciação, rs), lá estávamos nós para cruzar o pórtico como campeão geral dos 50k solo da Ultra BA 052.



Muito, muito feliz (vencer sempre tem um sabor especial, sobretudo quando se está a caminho de completar 56 anos de idade rs), troquei imediatamente de roupa e junto com o amigo Manoel, parti para apoiar e incentivar a turma de todas as modalidades, até que todos houvessem completados suas provas.



Agradecer sempre a Deus, ao Mestre Marcelo Augusti e às boas energias enviadas por todos (de perto ou de longe) ao longo de nosso caminho.



Axé! 

                                                       Clique na seta








quinta-feira, 5 de outubro de 2023

MARATONA DE SALVADOR - PARA O CORAÇÃO BATER MAIS FORTE,


Apenas uma semana depois da Uphill e, graças a Deus, lá estávamos nós para festejar a Maratona de Salvador.

Correr a rainha das provas em casa é sempre muito especial,  para         os      simpatizantes da filosofia Salvador Pró-Maratona, isso tem uma dimensão ainda maior.

parte da turma "Salvador Pró-Maratona" momentos antes da largada 


Que privilégio é, por exemplo, poder receber atletas de outros cantos e mostrar-lhes as belezas de nossa cidade.

Na Ribeira
Este ano tivemos o privilégio ter em nossa casa, o casal alagoano Sandra e Marcondes Lyra e o amigo Damião, com quem havia dividido o pódio da premiação de top 10 na Maratona de João Pessoa no último abril.

* * *

O DIA DA PROVA

De forma conjunta e pontal, as 6h (cerca de 30' após a elite), foi dada a largada das distâncias 42 e 21.

Após uma semana regenerando dos 67k na Serra do Rio do Rastro e com a doce sensação de dever de casa já entregue lá em Porto Alegre, parti para a prova com a mesma leveza que passara o fim de semana com os amigos.

Sem que houvesse preestabelecido um ritmo, aos poucos fui me encaixando numa batida que rodeava os 4'30/km. 

Não me surpreenderia se o pace houvera sido mais alto, e a bem da verdade, estava gostando da levada.

Pataro que também vindo dos 25 + 42 da Uphill na Serra do Rio do Rastro

Na ida e volta do Magalhães Neto começaram os encontros, os gritos de incentivo. Como é bom correr em casa.

Aquilo seria a tônica de toda a viagem.

Rebeca no Dique- ao fundo as tradicionais esculturas de Tatti Moreno e a Nova Arena Fonte Nova

No vai e vem da "perna" para o Dique do Tororó, mais encontros e a felicidade de constatar que todos amigos dos treinos do dia a dia, seguiam firmes e muito próximos um dos outros.

Wellington firme na batida
Voltinha no Farol da Barra e agora apontar o nariz para a chegada.

Tigist Assefa e a nova marca mundial de maratona feminina
Por volta do Km 33, o sol começava a nos lembrar que Salvador não era Berlim (onde àquelas alturas, Kipichogue reinara novamente e a etíope Tigist Assefa pulverizara o antigo recorde mundial feminino de maratona). Por isso, ou por "aquilo", manter o ritmo que vinha já exigia um esforço maior.



Incentivo de Carla Graciane no km final  - vantagens de correr em casa

Houvesse começado a sentir a necessidade de correr mais concentrado desde cedo, provavelmente deixaria a coisa fluir naturalmente, mas faltava tão pouquinho, que decidi-me por  buscar "pelo menos" ficar abaixo de 5'/km.

Alan chegando para completar, em casa, sua primeira maratona 

Meta cumprida com sucesso, com 03h14' 56 seg, cruzaria o pórtico como 60º colocado geral.



Mais tarde, na sala de Justiça, digo, na cerimônia de premiação,  descobriria que fora campeão da categoria 55/59, tendo, para alegria maior,  a companhia do  irmão alagoano Marcondes Lyra na festa do pódio.

* * *

Josenilton 

Como uma criança que após um tempo engatinhando, ainda sem muito equilíbrio começa a caminhar, nossa maratona mudou de patamar. É muito importante lembrar que nenhuma das provas que são grande hoje começaram "correndo''. 

Lourenço 

Estamos convictos que houve infinitamente mais acertos que erros na edição de 2023 da Maratona de Salvador.  Os pontuais "tropeços" (a demora na cerimônia de premiação por categoria é um exemplo disso), portanto,  podem e devem ser combustível para aprimoramento dessa competição que poderá figurar um dia entre as melhores do país.

Val 

Vamos que vamos!