domingo, 31 de agosto de 2014

2ª MARATONA CAIXA DA BAHIA


E veio enfim a 2ª Maratona Caixa Bahia!

Às vezes acho que a ficha ainda está por cair. Correr “em casa” uma prova tão esperada e pela qual tanto lutamos, ainda parece um sonho.

Em sua segunda edição a Maratona de Salvador já apresentou um bom número de maraturistas e o número de concluintes chegou a 271, sendo 245 homens e 26 mulheres.
Com Eduardo que veio do Rio para fazer a Maratona de Salvador

Diferentemente do ano passado, quando entrei na festa apenas para completar os 42,2km, no último domingo sentia-me bastante confiante de que, independente de conseguir ou não um RP ou o tão almejado sub-3, faria uma boa prova bem consistente e, o melhor de tudo, sem sofrimentos.

O que alicerçava este sentimento era a certeza de que, apesar de todas as atribulações do período de preparação das Eleições (aliás, esta é a causa de só agora estar fazendo este relato), havia cumprido algo bem próximo de 100% do que me havia exigido o Mestre Marcelo Augusti.

trote na véspera da prova

Parceiro de toda preparação para esta prova, Pataro, que desde o treino no dia anterior já se dizia “mais tranquilo e confiante do que nunca”, era mais um a se alinhar beneficiado pelos treinos do Mestre.


E o cara não tava mentindo não. O que já se podia facilmente perceber, pela sua alegria contagiante e seus insistentes gritos de incentivo toda vez que nos cruzávamos nos cotovelos do percurso, foi confirmado quando alcançou o pórtico de chegada com 3h24 (20 minutos mais rápido que na prova do ano passado), transformando a maratona baiana em seu segundo melhor tempo (seu RP é 3h18 no Rio 2011) e superando resultados obtidos, inclusive, nas rápidas Buenos Aires, Santiago e Porto Alegre (nada mal para um cinquentão né?).

Apesar de ter consciência de que a Maratona de Salvador não é a prova ideal para RP, deixei para trás a linha de largada (e o velho e bom friozinho na barriga) com o plano de me manter correndo por volta dos 4’15/km e, quem sabe, contrariar o prognóstico e superar meu atual 3h01’46, obtido em Brasília no ano passado.

A tentativa era ganhar algo perto dos 120 segundos nos primeiros 26km, negociá-los depois no incrível contravento entre o 26 e o 34 e, no retorno, entre o 34 e o 42, retomar um ritmo mais forte e tentar manter pelo menos 4’17/km.

No primeiro quilômetro, “pra variar”, acabei passando abaixo dos 4’/km e só não foi “pior” porque recebi logo um puxão de orelha de João Paulo: “Segura, Robertão!”. O engraçado é que, obediente, fui logo tratando de segurar mesmo, e o amigo conselheiro simplesmente me deixou para trás. Sorri comigo mesmo como quem, no melhor baianês, exclama: “Ah, sacana!”, mas, sabendo que o plano dele era mais ousado, mentalmente desejei-lhe boa sorte.

Aliás, é bom ressaltar que J.P. e seu fabuloso resultado na Maratona da Bahia no ano passado foram minhas grandes inspirações para tentar um RP em casa.

Por muitos quilômetros estive perto daquele pelotão verde formado por Carlinhos, Edson e João Paulo e, como desejei ter coragem para fazer um fartlek e colar no vácuo dos amigos do Peralva Team, mas como se diz em nosso meio, “42 é 42”, não dava para brincar, então “quetei o facho”.
 
JP, Risadinha, Edson e Carlinhos

Mantendo a balada alcancei a marca da meia-maratona com 1h28min e 45 segundos.

No meio da prova já me dava conta de que o tal contravento não começaria apenas no km 26. Em várias passagens (Rio Vermelho, Amaralina e Jardim dos Namorados) já havia sido bastante difícil manter o ritmo abaixo dos 4’18.

Na passagem pelo pórtico (km 26) Carlinhos parou. Passei por ele com uma cara de interrogação enquanto ouvia seus gritos: “aperta que Petrônio (outro de nossa categoria) tá quebrando e vai logo aí na frente”.
avistando a galera no momento de mais uma ultrapassagem (mãos abertas para receber as garrafas)
Alguns segundos depois quem apertou foi meu coração ante a revigorante visão da tia Lalá e meus dois pequenos, de quem recebi 2 garrafinhas, uma de coca-cola, que tomei na hora, e outra com dextrose que eu levaria para tomar mais perto do final da prova.

Veio a ventania e, apesar de estar ultrapassando alguns competidores, o ritmo começou a cair. No entanto o plano estava dando certo. Mesmo enfrentando uma desorientação momentânea, para a qual tratei de ingerir uma cápsula de sal, fiz a meia volta e já a favor do vento completei o km 35 com 2h, 31min e 15seg.

O tempo era suficiente para obter o RP, bastando que eu retornasse a um pace próximo do que vinha imprimindo antes do vendaval, mas aí o jegue empacou. Queria apertar mas não conseguia. Imaginava o vento me empurrando e esforçava-me para aumentar o ritmo, mas no garmin os alarmes a cada quilômetro mostravam apenas números desanimadores.

Como si diz por aí: "aperto de mente" do Prof. Carlinhos



Lá pelo 40 (com 2h54' e 02 seg) abandonei de vez a ideia do RP e seguia tranquilamente para a conclusão da prova, quando fui acordado dos meus devaneios por um histérioco Carlinhos, que resolvera vir me buscar e, feito louco, gritava incessantemente para eu apertar o passo.


Rafinha disparando lá na frente
Ainda tentei argumentar que não adiantava mais forçar a barra pois não dava mais para RP e o cara só faltou me bater (rs), então, ao som dos seus berros, só me restou reunir forças para emparelhar com ele até bem perto do final, quando tive a melhor de todas as surpresas da minha vida de maratonista: a pouco mais de 100 metros da chegada, Rafinha, substituindo o titio Carlinhos, partiu na minha dianteira e foi com o coração saindo pela boca (de tanta felicidade e orgulho) que cruzei, lado a lado com meu pequeno filhote de 07 anos, o pórtico de chegada com 03h, 05’ e 34 seg. Agora era hora de curtir e agradecer a Deus.
Carlinhos: dando por cumprida sua missão

Ainda agora me emociono vendo esta foto.

Um monte de gente gritando meu nome durante o percurso; o incentivo de Carlinhos nos quilômetros finais; fechar os 42,2 ao lado do meu filho mais novo, com direito a “pódio de chegada e beijo de namorada”; a recepção, assim que passamos o tapete, de João Paulo, que tinha emplacado mais um sub-3; a presença na área de chegada de Márcia e Chico, que mesmo momentaneamente fora de campo fez questão de ir prestigiar os amigos, etc., etc., etc.


Agora me digam: tenho ou não razão de acreditar que ainda posso estar sonhando?




Com Dilma e Darlene
Relax pré-prova


Hospedado em frente a área de largada








Diógnes e outros corredores de Aracaju

Gil e Angèlica madrugando no Jd. de Alah
Com Samuel e João Paulo antes de pegar o chip

Rúbia, Rogério e sua filha

Chegada de Rubem, Analice e Deja

Coca-cola para a galera no km 27

Indo pra largada com Rafinha


Largada

João Paulo & Cia

Início de prova -primeiro copo d'água na cabeça - com Rubem logo atrás

Pataro

Pedro

Márcio passando na frente no km 27 (e foi assim até vencer a prova)


Itamar da Conceicão que veio do interior do Estado para correr a maratona de Salvador


Carlinhos

Rubem

Gil

Vitório



Com JP e Rafinha na chegada

Rubem em seu sprint final apoiado por Márcia e Ana Alice

chegada de Gil

Esperando a premiação com aparição pra lá de especial de Márcia e Chico

Esperando a premiação


Prof. Og Robson

Pataro e o sub -5 Ivan

Pódio geral masculino
Pódio geral feminino

Washington

Pataro pódio da cat. 50/54

Com a lenda viva, Petrônio, no pódio por categoria 45/49


Corpus Vitalle

Prof. Ângela Pelosi e Bárbara no pódio por categoria


Com os profs. André Araújo e Ângela Pelosi

Peralvas, Corpus Vitalles e salvadores pró-maratona

Recompensa dos treinos: Tranquilidade na prova e o vice-campeonato de nossas categorias

O monstro JP

carinho

sexagenários de responsa ensinando a receita: "fundamental é ser feliz".
José Carlos Teixiera - último a completar a prova - e um dos campeões em emoção
Molequitos