sábado, 9 de junho de 2018

MARATONA DO RIO 2018

 
Passeio no Bondinho (teleférico) do Pão de Açúcar, com desconto para os Maratonistas

Apesar das mazelas causadas pela corrupção, não há como negar, a cidade maravilhosa continua linda. 

O tempo corre, e já lá se iam 6 anos que não participava da Maratona do Rio de Janeiro, principalmente em ritmo competitivo, pois as duas últimas vezes em que lá estive foi para encarar o Desafio double84

Logo no desembarque no Santos Dumont, ainda na quinta-feira à noite, era possível notar nas pessoas ao redor que a cidade já estava respirando a corrida.

Um dos motivos, sem dúvida, foi a bela sacada do Desafio Cidade Maravilhosa, nos moldes do famoso Desafio do Pateta da Maratona da Disney (21km no sábado e 42km no domingo) e a inclusão na programação do final de semana da distância de 10 km.  

SEXTA-FEIRA 

Na sexta-feira é que realmente pude comprovar como estava repleto de corredores o hotel, e os bons encontros, marca muito forte desta maratona, começaram a acontecer.
Com o Super Humano Carlos Dias
A todo momento reenconntrava-me com um  ou outro corredor amigo-adversário de diversas partes do pais (estima-se que 70% dos atletas participantes são de forasteiros) e uma das mais gratas surpresas foi rever e poder tomar um demorado café da manhã com o sempre simpático Carlos Dias, que estava passando no Rio em meio a seu Projeto de Correr 10.000 km do Chuí ao Monte Caboraí.


Com Henrique e Rebeca
Pela tarde, após esperar a chegada dos baianos Henrique e Rebeca, partimos para a busca do kit e lá novos ótimos encontros aconteceram. 


Com o amigo e ídolo Márcio Villar
O Stand de Márcio Villar era passagem obrigatória e dele ganhei de presente o excelente (excelente mesmo, li de uma só sentada no voo da volta) livro "827,16 km o tamanho de um sonho".  



Casal Lyra no treino de soltura do sábado

À noite, enquanto aguardávamos a chegada de Pataro, encontramos com o casal  alagoano Sandra e Marcondes, agora para o time ficar completo só restaria a chegada de Manoel e Foguetinho no dia seguinte.

SÁBADO (A velha e boa soltura...)


Museu do Amanhã
Brincando, brincando. Já são muitos anos e cidades (São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Santiago do Chile etc..) que nos reunimos para fazer o velho treino de soltura nas vésperas das Maratonas. 

Sentimos a falta de Henrique, mas àquela  hora ele já devia estar dando início ao  Desafio Cidade Maravilhosa. 



Quem, por assim dizer, ocupou o lugar do "cinquentão" no treino-soltura, foi Rebeca que pronta para sua segunda maratona, resolveu experimentar essa brincadeira de correr um dia antes da prova, e ao que parece gostou, pois saiu dizendo que tinha ficado com vontade de correr mais.


O trote com acelerações suaves não chegou a meia hora mas deu para fazer um tour pelo centro indo até o Museu do Amanhã.



Após o café, resolvemos aproveitar o convênio com a Maratona e curtir a viagem ao Pão de Açucar. Feito o belo passeio só nos restava dar início a concentração e descanso. 

No fim da tarde finalmente chegava Manoel para pegar conosco seu Kit e o de Foguetinho, antes de ir buscá- no Galeão.  Agora sim, poderia começar a competição.

DOMINGO

Acordei me sentindo muito bem disposto e lpronto a tirar a prova dos 9 rs, afinal de contas nunca conseguira correr bem no Rio, mas a tranquilidade com que fizera, quinze dias antes, 1h 25' na meia maratona de Feira, credenciava-me mais uma vez a tentativa de RP.
Até chegar aí, muita estória pra rolar...
Quem me conhece um pouquinho, sabe como fico tenso nesseskes momentos pré-prova, o conhecido leão na jaula que só melhora quando ouve o soar da buzina de largada, entretanto nossa ida de táxi à Praça do Pontal Tim Maia no bairro Recreio  dos Bandeirantes, foi um show à parte com a divertidíssima presença de espírito do Sr. Andrade (21 99286-1824), e entre risos e gargalhadas realmente consegui esquecer o velho frio na barriga

Desembarcamos a 1km do pórtico de partida,  com relativa antecedência (a tempo de ver a largada da elite feminina), e chegando no trote, parti direto para buscar um bom local para alinhamento. 

A minha primeira surpresa foi ver que só havia duas baias, uma marcando 4'/km outra 5'/km. Custei tanto a acreditar que espichando o olhar buscava outras marcações.

Nesta olhada ao redor, pressenti que não teríamos uma boa largada. O tumulto em muito lembrava a São Silvestre. Bem lá na frente, havia até (aí não tive mais dúvidas), a manjada faixa de Cerquilho que encabeça toda as edições da SS.

Aí vieram a largada e a constatação, milhares de pessoas a minha frente (que não tem culpa nenhuma por isso) fazendo selfies, caminhando de mãos dadas, se atirando em direção à câmera da TV que estava transmitindo a Maratona, etc.

A CORRIDA 



Correndo de forma encaixotada por mais de 04 quilômetros, a turma que estava compromissada com o relógio, angustiava-se, enquanto perigosamente subia e descia calçadas numa tentava desesperada de finalmente conseguir entrar no ritmo de prova.

Na passagem do km 5, apesar de já estar conseguindo pista "livre", constatei que já havia perdido mais de 2 minutos do tempo previsto. Isso para quem do alto dos seus 50 anos rs,  já está  tão no limite para tentativa de Recorde Pessoal era praticamente um adeus ao Plano A.

Mesmo sabendo do risco que corria, para tentar equilibrar, decidi-me por correr abaixo do tempo pretendido nos próximos 05 quilômetros. 


Outra coincidência, Foguetinho com Marielly
Foi exatamente neste meio tempo que alcancei, correndo lado a lado, sem que houvessem se reconhecido, numa senhora coincidência, os amigos Rubem e Foguetinho. Cumprimentei-os e apresentando-os de passagem,  segui em minha obstinada perseguição ao reequilíbrio temporal.


Rubem finalizando sua participação no Desafio Cidade Maravilhosa
A passagem do 10 km, apesar de ter diminuído um pouco o prejuízo,não foi das mais animadoras. O tempo estava ótimo para correr e isso fazia com que eu lamentasse ainda mais a falta de organização da largada.

A Maratona do Rio cresceu muito. Opções variadas de baías por ritmo pela expectativa de tempo de conclusão (3h, 3h 15, 3h 30, 4h, 5h etc) precisam ser criadas.


Henrique fechando o Desafio Cidade Maravilhosa
Ainda que não seja necessária a comprovação (a meia da CORPORE exige  isso e, por mais que esteja lotada de corredores, a corrida flui) pelo menos que se cobre esta informação na inscrição, e que isto conste no número de peito para facilitar a fiscalização.

Resolvi seguir acelerando até a passagem da meia Maratona e uma olhada no relógio trouxe-me a dura realidade, seria uma prova neném. Nem RP, nem Sub -3. 

Apesar da frustração, aquilo não era de todo uma notícia ruim, pois ainda estavam por vir, o elevado do Joá e a Niemeyer, e poder enfrentar sem brigar contra o tempo estas duas subidas diferenciadas da Maratona do Rio trazia até uma boa sensação de alívio. 

É importante ressaltar que não se trata de afirmar que se tudo estivesse correto eu teria conseguido a prova mais sensacional da minha vida, mas havia realmente um sentimento de tristeza por ter a meta comprometida com uma situação que com algumas medidas relativamente simples poderia ter sido evitada.

Pataro seguindo firme no Elevado
O negócio era curtir a paisagem: Joá, São Conrado, Leblon, Copabana etc,  dali em diante o que não falta é opção bonita, e até lamentei não ter uma câmera fotográfica a mão, rs.


Finalmente nela: A Niemeyer
Na subida da Niemeyer, outro dois bons encontros desta Maratona, os amigos e  ultramaratonistas Jorge Cerqueira e Epifânio, com os quais chegaria embolado no Aterro do Flamengo.


Sandra, rumo ao RP
No Leblon uma festa maior que nos anos anteriores (creditei ao fato de haver muitos familiares e amigos dos maratonistas que haviam corrido a meia no dia anterior e agora estavam por ali para dar uma força) que torna a capital fluminense ainda mais bonita e reanima quem já estava começando a sentir os efeitos da Maratona.


Rebeca animada com o povo incentivando rumo ao seu RP
Sim, porque dali em diante, o negócio passa a ficar parecendo um campo de guerra, é um tal de gente parando com caibra, outro caminhando de cabeça baixa, outro levando a mão a posterior da coxa.

Por minha vez, seguia cada vez mais lento, e apesar de haver me poupado desde o início da segunda metade da prova, sentia um cansaço enorme.

Em Copacabana, mais uma vez passava me arrastando (quebrara por ali em 2009 e na última participação, completando por ali o octagésimo quilômetro da Double84, naturalmente, não era dos mais inteiros, rs). Quem me visse com aquele sorriso no rosto certamente não adivinharia o que estava pensando: Será sina, rs.



quase lá
Pensando nas palavras do Mestre Adautro, com muito esforço seguia buscando não deixar despencar a coordenação: "Roberto, mesmo quando estamos cansados, correr economicamente ainda é a melhor forma de atingir o objetivo".

A entrada na Avenida Princesa Isabel sempre traz uma sensação de que agora só falta um reta para acabar.


Marcondes 

A passagem do túnel de Botafogo que nos leva ao Aterro soava em minha cabeça como um "tripulação, pouso autorizado".


Manoel correndo para sua melhor marca pessoal
Entretime-me até o final com o grito de já está chegando dos transeuntes, com os ajustes das poltronas, o fechamento da bandeja de refeição etc,  e feliz por mais 42,195 metros conquistados, com 3h e 17 minutos de voo, no Aterro, aterrissei.



Até a próxima!










 

6 comentários:

  1. Muito bom... aliás como sempre! Me inspirou a continuar nessa aventura louca que é correr e tentar me superar cada dia mais um pouco... quem sabe encarar a meia do Rio ano que vem? Abração.

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  2. Obrigado, Val!
    Ótima ideia. Outras opções boa de meia? Floripa, Buenos Aires, Porto Alegre, Meia da Corpore, Lugares frios e planos.
    Abração

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  3. É sempre muito bom! Mais uma vez parabéns pelo blog, sempre com relatos que nos leva a emoção. E vamos para próxima...

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  4. Vc é irmão.
    Sempre bom quando podemos estar juntos.
    Abraço!

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