segunda-feira, 19 de março de 2012

29ª CORRIDA CIDADE DE ARACAJU




“...Terra, cajueiro, papagaio...” 

No último sábado, pelo sexto ano consecutivo, mais uma vez tivemos a felicidade de estar na acolhedora São Cristóvão para cobrir os desafiadores 25km (com suas famosas 17 ladeiras) até a orla de Aracaju, evento que faz parte das celebrações do aniversário desta cidade.


Uma das primeiras cidades brasileiras a ser planejada, Aracaju já nasceu Capital. Por necessidades econômicas (a região precisava urgentemente de um porto que escoasse melhor seus produtos) e num certo dia 17 março de 1855, o antigo povoado de Santo Antônio de Aracaju, numa só tacada, foi elevado à categoria de cidade e sede da antiga Província Sergipe Del Rey, roubando este posto da pequena São Cristovão.

Desde a largada até a chegada, o que torna esta prova tão especialmente singular é a alegria do povo sergipano. Sem distinção, à passagem dos participantes, palavras de incentivo, brincadeiras, aplausos, foguetes estourados e as mãos estendidas dos pequeninos à espera de um toque dos corredores fazem com que a viagem seja “rápida” e muito prazerosa.

foto de arquivo
 Se alguém me perguntasse onde eu queria estar no dia 17 de março nos próximos 44 anos, responderia sem pestanejar: “Na maravilhosa festa entre São Cristóvão e Aracaju, conhecida como Corrida Cidade de Aracaju”.

VIAGEM PARA AJU
Na sexta-feira, as 3h30 entre Salvador e Aracaju foram recheadas de lembranças do Desafio do ano passado, quando chegamos à capital sergipana com 07 dias decorrida. Durante toda viagem mostrava (principalmente à prima Fátima que não conhecia o caminho) as etapas percorridas diariamente enquanto relatava estórias daqueles dias.

Deixando a busca do kit para o dia posterior, no final da tarde já desfrutávamos das delícias aracajuanas na Passarela do Caranguejo, quando nos encontramos com Ivone e Luciana e, entre goles espumantes de suco de abacaxi, acertamos os detalhes do “resgate” que faríamos (Gil e eu) às meninas ao concluirmos nossas provas.





KIT/ALMOÇO
Para fazer uma só viagem e assim estar mais descansado para a “batalha” da tarde, emendamos a busca do kit com o almoço e somente às 10 da manhã saímos do Hotel para ir ao Clube Cotinguiba.


Esse é sempre um momento muito gostoso. Sem filas ou grande espera, resolve-se logo o “problema” e o restante do tempo, enquanto não chega a hora do rango (11:30), torna-se uma ótima oportunidade de confraternização entre os corredores (conterrâneos em sua maioria) que estão por lá.

Com André Araújo Almeida e Angela Pelosi

A CORRIDA

Às 16:00, pontualmente, foi dada a largada da 29ª. CORRIDA CIDADE DE ARACAJU.

A emoção de estar vivendo aquilo novamente era a única coisa que podia justificar o coração que seguia acelerado e destoante do ritmo tranquilo adotado no começo da prova. Como seguir imune a toda aquela manifestação de carinho?


Após nosso “desfile” pelos paralelepípedos da histórica São Cristovão, já com o peito apertado de saudades daquela gente, apertamos o passo para enfrentar a Rodovia João Bebe Água, nosso caminho até a nova Capital.


Usando a Corrida como treino de luxo para a Maratona de Santiago, somente a partir do sexto quilômetro é que finalmente comecei a entrar no pace pretendido para aquela prova.

Ao término da primeira hora de corrida estava com praticamente 14km percorridos. As famosas e temíveis ladeiras haviam ficado para trás e o ritmo aumentava naturalmente.

Por volta do km 20 (com 1 hora e 26 minutos de prova) percebi que o chip descartável, pendurado apenas por um dos lados, tremulava como se fosse uma bandeira sobre meu tênis.

Por alguns segundos acompanhei com os olhos o movimento daquele pedaço de plástico esvoaçante enquanto decidia-me se pararia ou não para ajeitá-lo.

Faltavam apenas 5 km. Julgando que ele aguentaria até o fim resolvi prosseguir e cruzar o tapete de cronometragem andando e virando-o para todos os lados para garantir que fosse feito o registro. (Mas não foi bem assim).

Próximo ao km 23, eis que avisto lá na frente um dos meus ídolos de corrida: o sexagenário Manoel Brandão. Não é todo dia que a gente consegue andar junto com um “monstro” deste e, como fã enlouquecido, apertei ainda mais o passo para alcançar o velho Manoel.

Assim que emparelhei fiquei sabendo que sua perna não estava cem por cento e que ele estava apenas administrando a vitória, já que o segundo colocado da sua categoria estava vindo muito lá atrás. Após um desejo mútuo de boa sorte e um “vai!” de Seu Manoel continuei aumentando o ritmo e deixando o ídolo para trás.

Quase na virada da orla (quando restavam menos de mil metros) é que me lembrei de olhar para o tênis e só então me dei conta de que o Chip batera asas de uma vez.

A angústia daquele momento durou uma eternidade. O que fazer? Virei-me para trás e, ao longe, vi algo reluzindo ao sol. Num ímpeto, sempre em alta velocidade, dei meia volta e retornei para conferir se era o chip perdido.

Após pouco mais de 100 metros no sentido contrário (dois corredores que havia ultrapassado recentemente perguntaram confusos o que estava acontecendo) cheguei ao objeto e, triste, constatei que havia me enganado.

Com a cabeça a mil, dei meia volta e fui até o fim em ritmo de tiro recuperando todas as posições perdidas no retorno e fechando a prova sem registro, mas dentro do tempo programado 1h45min55.

Tão logo cruzei o pórtico relatei o ocorrido para os responsáveis pela Organização. Dos três postos de cronometragem não fui registrado apenas no último. Tendo eles o cuidado de anotar meu número de peito e tempo da passagem no tapete talvez fosse possível fazer constar meu nome no Resultado Geral da Prova.


Superado esse momento chato, corri para os abraços de chegada e beijos da namorada, mas antes de chegar nas preocupadas Titia Lalá e na Prima Fátima (que não estavam entendendo de longe o que tanto eu conversava com os organizadores), ainda tive o prazer de dar uma entrevista contando sobre o que eu achara da prova.



Algum tempo depois, eu e Gil (que completou a prova em 1h53) nos despedimos da família e fomos, cumprindo nossa promessa, buscar Luciana e Ivone

Lu e Ivone após chegada
No final da noite o regenerativo ficou por conta de um um“pé-de-serra” na famosa Casa de Forró Carri a chave mais que perfeita para encerrar nossa participação nos festejos do 157º aniversário da cidade de Aracaju.



 Boa semana!

com Lucas, Gil, Ivone e Lu




Juju


                                    Aracaju-2012 ao som da Família Encarnação

10 comentários:

  1. Beto, muito obrigada pelo convite para participar dessa corrida. Simplesmente amei! Me divertir horrores!Ano que vem pode contar com minha presença e para fazer todos os 25k!

    Bjs e boa semana!

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  2. Querido amigo, novamente suas "asas de anjo" me ajudaram, como eu poderia explicar ter tido pique pra atravessar a linha de chegada? Seu amor por essa prova dá pra ser sentido no seu relato, acho que agora eu entendo o porquê. "olha a professora Luciana!", ouvi isso várias vezes e nesses momentos eu estive no lugar da queniana vencedora, sem dúvidas! Muitos acenos e beijinhos ao vento, arranjei um "namorado" por alguns quilômetros, um senhor de mais de sessenta anos que fazia a prova pela sexta vez e fazia gracejos com todo mundo, num super alto astral. Fiz amigos na prova (encontrei uma nova amiga que terminou a prova junto comigo hoje, no treino) e o colégio inteiro hoje já sabia que eu tinha corrido a Cidade de Aracaju. Fora que ter vocês aqui na terrinha foi maravilhoso! Da próxima não vou cometer os mesmos erros primários (que eu posso chamar de maluquices) e tenho certeza que vou mandar muitos mais beijos, a professora Luciana se tornou fã!

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  3. ---------\\\\|/---------
    --------(@@)-------
    --ooO--(_)--Ooo--
    Po Roberto vc disse 17 LADEIRAS? rapaz que doideira de corrida e essa que deve ter sido muita adrenalina, muito bom seu relato e fotos e gostei da idéia o desaquecimento sendo no forró...rsss...Parabéns meu caro.
    Vamos correr os 80 K em Ilha bela.
    bons treinos,

    Jorge Cerqueira
    www.jmaratona.com

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  4. Não tenho palavras para agradecer por todos esses momentos deliciosos que passamos juntos. Adorei ser citada no seu blog...rsrsrs

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  5. Grande Roberto,

    A corrida é sem igual, com uma participação da população muito grande, gostei muito de ter lido sobre essa corrida em seu blog e de ter participado nesse ano, já garantindo que no próximo estarei presente para correr (em todas) as 17 ladeiras do percurso tão aplaudido e festejado pelo povo.

    Parabéns pela corrida!!!

    Abs

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  6. Estou morrendo de inveja! Ah! como gostaria de ter participado dessa corrida! Mas, com fé em Deus no próximo ano estarei lá com você e uma porção de amigos, nem que seja para "subir as 17 ladeiras" andando!!!Na qualidade de sergipano, do pequeno Município de Pedra Mole, sonho em ser possivelmente o primeiro pedramolense a encarar tamanho desafio.
    O seu post está maravilhoso e mais uma vez lhe parabenizo, tanto como atleta de alto nível, como pela leveza e objetividade de seus relatos. Maravilha!!!!!

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  7. Roberto parabéns pela prova. Que sufoco este chip, poxa. Mas o que importa é o tempo que você sabe que fez e cumpriu. Parabéns!!!!

    Abraços

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  8. perdeu o chip?
    bandeira?
    passou nos tapetes?

    esse golpe nao é o q se poded chamar ded inédito né???

    melhor treinar mais para o proximo ano... isso sim...


    heheheheheheheh
    abraços meu irmao... no proximo ano ja leva um rolo de silver tape... sacanagem essa zorra do suporte partir


    abraços meu irmao
    Rodrigo

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  9. Tio

    semana que vem é meu niver viu? o voce, os meninos e titia lala tabem esta convidados
    mas eu nao sei se vai ter festa

    tenho de ir agora viu? é que tou na aula de computador e nao pode ficar fazendo outra coisa

    tiau
    pedrinho

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  10. Luciana, Lucas e Ivone. No próximo ano se Deus quiser estaremos todos juntos lá novamente levando outras pessoas para conhecer essa festa. José Amâncio essa corrida combina com sua alegria e simpatia e Pedra Mole precisa ser representada. Fátima foi muito bom ter sua companhia nesta viagem. Rodrigo e Dart muito obrigado pelos comentários. Jorge, a corrida é cheia de ladeira, mas nada que um ultra como você nao tire de letra. Pedrinho, meu sobrinho, a gente agradece o convite agora só falta mandar o endereço..rs Abraços em todos!

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