“No quintal por trás de
casa tem um pé de sonho que não para de florar”.
E assim, sob a permissão
divina, concretizamos mais um projeto de viagem cicloturística: “De Salvador a
Lençóis”.
Ter a Chapada Diamantina
como destino é algo que sempre nos enche de excelentes expectativas. Naquelas
mágicas paragens, no contato mais íntimo com a natureza, bons encontros sempre
acontecem, e o Deus que habita em cada um de nós transluz-se em nossos gestos,
palavras e sorrisos, favorecendo o melhor dos encontros, aquele possível apenas
ao longo de uma jornada ao nosso interior.
Com Joel e Marcondes no Ribeirão do Meio |
As companhias nesse
prazeroso deslocar-se em duas rodas aumentavam ainda mais a promessa de uma
excelente viagem, que se cumpriria ao final dela, afinal de contas, a formação
para essa empreitada era a mesma do Projeto Salvador a Maceió no final de 2018.
E tanto Marcondes Lyra quanto Joel Araújo não viam a hora de colocarmos novamente
o “pé” na estrada.
Rei da Pamonha - local marcado para o encontro com Joel |
E assim, mal desembarcara em Salvador o componente alagoano do grupo, partimos em busca do nosso destino.
1º DIA: SALVADOR / SANTO
ESTEVÃO (VIA SERRA DA MURITIBA) – 160 KM
O trajeto escolhido para
nosso primeiro dia passou bem longe do trivial.
Pensando em apresentar a
Marcondes, Cachoeira, a terra da FLICA e da Maniçoba (uma comida típica da
região que, além de muito deliciosa, combina com seu estilo low carb), deixamos
a movimentada BR 324 na altura de Geari, fazendo nossa primeira parada para “reabastecimento”
em Santo Amaro da Purificação.
Em Cachoeira |
Por volta das 10 horas já
estávamos atravessando a Ponte D. Pedro II para alcançar a cidade de São Félix e
começar a subida da Serra da Muritiba.
Há várias décadas
inventamos uma brincadeira em que elegemos esse trajeto como teste a ser feito
antes de obter a carteira de habilitação de cicloturista:
Pedalou os 110 km de
Salvador a Cachoeira - São Félix e depois subiu a serra da Muritiba? Está
habilitado. Subiu outras vezes? Mudou de Categoria.
O amigo Joel, por exemplo,
que em 2010 fizera seu primeiro “teste” (pouquíssimo tempo depois de haver, de
surpresa, se apresentado, à margem da BR 324, como alguém que queria começar a
fazer cicloturismo), salvo engano, nessa viagem já estava trocando a Carteira
para D.
Marcondes iniciando a subida da Serra da Muritiba |
Já Marcondes, a julgar
pela forma veloz e compenetrada que venceu a serra, levou a brincadeira muito a sério e, com méritos, conseguiu
sua CNHC baiana.
Em pouco tempo já nos encontrávamos na BR 101 e às 11h15, exatamente no horário programado, paramos na cidade de Governador Mangabeira, onde nos fartamos com a Maniçoba da Tapiocaria Aconchego.
Um pouco depois do almoço,
numa velocidade compatível com a deliciosa sensação de quem havia comido um
manjar dos deuses, tomamos o rumo da cidade de Cabaceiras do Paraguaçu.
Ali, de balsa,
atravessamos o rio, e após desembarcarmos na outra margem, apenas 10 km nos
separavam da BR 116 e da cidade de Santo Estevão, onde encerraríamos nosso
primeiro dia de viagem.
2º DIA: SANTO ESTEVÃO / ITABERABA
– 126 KM
Sempre buscando aproveitar
ao máximo o frescor da manhã, cedinho retomamos nossas pedaladas.
Com relativa facilidade, pouco
depois das 6h da manhã chegamos à Ponte do Paraguaçu (entroncamento da BR 116
com a BR 242), onde paramos para um café à base de cuscuz com ovos.
Sabíamos que a partir dali,
nos 90 km que restavam até Itaberaba, o destino daquele dia, as coisas mudariam
um pouco.
Uma reta interminável nos
fez lembrar o quanto havia sido divertido o dia anterior, tão cheio de nuances.
No meio do caminho havia
um pneu furado. Havia um pneu furado no meio do caminho. E a monotonia foi
quebrada... (rs)
Ao fundo a Pedra "itaberaba" |
Pouco depois das 11 horas
chegávamos à cidade da Pedra Reluzente.
3º DIA: ITABERABA / LENÇÓIS
– 140 KM
Conscientes de que aquele
seria o dia de maior ganho de elevação (mais de 1.400 metros ao final da
jornada), deixamos Itaberaba antes das 4h da manhã.
Uma chuvinha gostosa nos
acompanhou por um bom tempo.
km 242 da BR 242 |
O dia amanheceu e, no sobe
e desce da estrada, nosso avançar era bem melhor do que havíamos calculado.
Ao contrário do dia
anterior, a cada hora que passava revisávamos para baixo nossa previsão de
chegada.
Estava enfim acontecendo a
velha e boa síndrome do terceiro dia, onde tudo se encaixa...
No primeiro dia a gente
avança com aquela euforia de quem vai fazer um pedal bate e volta no litoral.
No segundo, o ritmo de estrada começa a se impor, mas há certas dores dos “excessos”
do primeiro dia. A partir do terceiro dia nem parece que estamos indo tão
velozes, mas as coisas vão saindo como se estivéssemos em outra dimensão, e
ganhamos a certeza de que poderíamos fazer isso, sem nenhum traço de angústia,
para o resto de nossas vidas.
Não obstante estarmos
subindo o chaparral, muito antes do que havíamos previsto chegamos ao
entroncamento de Lençóis.
Dali até a cidade seriam
apenas mais 12km de ladeira abaixo.
Aí não tem jeito, a
euforia vai tomando conta e, mais do que nunca, somos apenas crianças brincando
de bicicleta.
Mostrando a conexão do
grupo, sem nenhum acerto prévio (parece que todos estávamos lembrando a nossa
chegada a Maceió), logo estávamos gritando: é Lençóóóóis!
Com Sandra e o casal (Gil e Gil) que chegaram de Maceió no dia seguinteó para curtir a chapada |
MAIS FOTOS DO PRIMEIRO DIA
MAIS FOTOS DO TERCEIRO DIA
Beleza de descrição de uma aventura incrível! Que venham muitas outras por muitos e muitosssss anos... uma verdadeira celebração à vida e à amizade. Serei sempre uma fã sua, por tanta generosidade e por essa constante vontade de fazer e agregar. Vc é o cara!
ResponderExcluirObrigado pelo carinho!
ExcluirGraças a Deus a viagem foi tudo isso esperamos esse ano fazer outra o destino ficar por conta dos amigos roberto.e marcondes.obrigado por tudo
ResponderExcluirValeu, Joel!
ExcluirParabéns por mais esta conquista! 👏👏👏👏
ResponderExcluirObrigado, Gi!
ExcluirParabéns guerreiros.
ResponderExcluirMais uma viagem daquelas de tirar o fôlego, nem tanto pelas dificuldades (tirando a serra da Muritiba rss), mas pelas belas paisagens e a parceria de sempre. Obrigado Joel, obrigado Roberto, um forte abraço do seu irmão de estrada!
ResponderExcluirMuito agradecido a Deus por ter feito com que nossos caminhos se cruzassem um dia.
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