Esta semana, aproveitando que Adhemar estava querendo desfazer-se da recém comprada Caloi Speed (por não haver se adaptado ao seu design), cerrei os dentes, fechando os olhos para reunir forças, e ofereci-me como comprador. Em poucos minutos fechamos negócio.
Para que não fiquem a imaginar o amigo e antigo proprietário da bicicleta como um implacável vendedor (ao contrário disso, facilitou-me bastante a compra) contra quem eu precisava armar-me de toda a coragem disponível, tentarei explicitar nas linhas a seguir o motivo da angústia (senta que lá vem estória...).
Cicloturista desde sempre, há mais de duas décadas tenho como companheira de estrada a mesmíssima bicicleta: uma Caloi 10.
Em determinado momento da minha vida era a única que eu poderia manter, mas com o passar dos anos e a graça de Deus, pelo menos nos últimos 15 anos eu já poderia ter comprado uma bicicleta melhor, entretanto, nestas minhas pedaladas pelo Brasil afora, aprendi que ter uma bicicleta antiga, de pouco valor e ainda por cima de ferro, dava-me a vantagem de não virar alvo da cobiça alheia.
Não foram poucas as vezes que, chegando a alguma cidade, mesmo completamente carregado de malas, ouvi das pessoas (incrédulas quando ficavam sabendo de onde eu estava vindo ou para onde estava indo) a expressão: “Mas veio nisso?!” rs
Mas a segurança não foi o único nem o maior motivo responsável pelo fato de viajar com a mesma magrela por todo esse tempo. Ao longo dos anos fui percebendo uma coisa curiosa: a maioria das pessoas que manifestava interesse em aventurar-se pelas estradas em cima de duas rodas estava sempre à espera de condições supostamente ideais para fazê-lo (a principal delas sempre era ter uma super-bicicleta) e muitas vezes usavam isso como desculpa para o fato de nunca o terem feito ou jamais virem a fazê-lo.
Então, desfilar pelas rodovias numa bicicleta de ferro sempre foi um pouquinho mostrar que existia outras possibilidades e afirmar: Sim! é “nisso” aí que venho.
E todas essas coisas passavam na minha cabeça enquanto tomava coragem para comprar uma nova bike.
A dificuldade de achar peças para a antiga, que tem aro 27 (raios, câmara, pneus), é no que venho me segurando para manter a decisão pela troca. Espero que toda história feita em cima da velha amiga (pela qual sou razoavelmente conhecido) continue ainda passando a mensagem que sempre tive o prazer de passar: Tudo é possível quando se tem fé em Deus e determinação.
E foi desta forma que, na última quarta-feira, fui parar na estrada para fazer uma pedalada que era, ao mesmo tempo, uma espécie de despedida da velha bike e a primeira viagem da Titia Lalá, minha namorada, que me acompanhou em mais esta aventura.
1º dia
Quarta-feira, às 5:30 da manhã, após nos despedirmos de Fernando (Pombo) que havia ido até ali para deixar a bike da Titia Lalá, saímos do Aeroporto (Km 0) em direção à Linha Verde.
Quarta-feira, às 5:30 da manhã, após nos despedirmos de Fernando (Pombo) que havia ido até ali para deixar a bike da Titia Lalá, saímos do Aeroporto (Km 0) em direção à Linha Verde.
Como pedalar na estrada era uma coisa absolutamente nova para a atual vice-campeã das areias (pelo menos na Faixa 30/39), não havia fixado um ponto de chegada único (para variar, já tinha na cabeça planos de A a Z).
Apesar da insegurança demonstrada ao pilotar a ótima bicicleta (gentilmente cedida por Joel, da Regional Bike) chegando inclusive a ter que parar toda vez que precisava beber água, surpreendentemente Laryssa desenvolveu uma boa velocidade e, com 2 horas e meia de viagem, fizemos uma parada em Guarajuba (Km 42).
Com a chegada tão cedo naquele ponto (8:00) fui descartando um monte de planos que já haviam sido superados e mirei então em Imbassaí, que apesar de distar apenas 23 km, contava com algumas boas subidas (sendo a maior delas a do Mirante), como objetivo a ser alcançado.
Após quase uma hora de parada retornamos à estrada e, às 10:30, muito feliz por termos chegado no melhor que eu poderia supor para aquele primeiro dia de viagem da Titia, chegamos à Pousada Bichelenga em Imbassaí.
Para poder aproveitar ao máximo aquele pedaço de paraíso (e também a diária paga rs), tendo fechado com a Titia Lalá que só faríamos o caminho de volta a partir da quinta-feira à tarde, antes de nos hospedar fomos logo pedindo uma tolerância para sair no dia seguinte e obtivemos a permissão de ficar ali até as 15:00.
2º dia
Quinta-feira, às 15:20, deixamos a Bichelenga.
Por sairmos no meio da tarde, a idéia era fazermos o máximo possível na quinta e chegar em Salvador hoje, sexta-feira.
As possibilidades de parada eram muitas: Guarajuba, Barra do Jacuípe, Arembepe etc...
Impressionantemente, o ritmo estava muito melhor que no dia anterior. Em 1 hora chegamos a Guarajuba. “Tá cedo, vamos em frente”, decidi.
Por volta das 17:20 já nos aproximávamos de Arembepe e aí, secretamente, eu já estava usando o Plano Z linha. Ainda haveria quase duas horas de claridade e comecei a imaginar o que parecia impossível antes: vamos até Salvador.
Ao passar sorrateiramente por Arembepe, a Titia se deu conta que eu não estava mais pensando em parar, chegou mesmo a ensaiar uma reclamação: “estava um pouco cansada”, mas eu fiz questão de mostrar meu orgulho por vê-la chegar tão longe em tão pouco tempo e de quebra ainda ofereci-lhe a oportunidade de me pagar um açaí, numa lanchonete que fica às portas do nosso condomínio.
Com uma breve parada num posto à beira da estrada continuamos nosso retorno a Salvador. Desta vez não iríamos somente até o Aeroporto, seria preciso pedalar até em casa, o que aumentava uns 5 km a pedalada.
Para livrá-la do trânsito pesado, quando faltavam 8 km para Salvador, entramos pela Praia de Buraquinho e seguimos até Stella Maris pela beira da praia.
Com um pouco mais de 4 horas (contando as pequenas paradas) após 70 km pedalados chegamos em casa. Essa menina vai longe...
Não poderia ter sido mais marcante esse “passeio” de despedida com a velha bike.
Titia!
ResponderExcluirTô ficando até com receio de encarar um desses desafios e vai que você resolve acompanhar.
Só tá faltando você dizer que sabe nadar.
Bom.
Parabéns ao casal e em especial a você titia.
Grande abraço a todos.
Beleza mano, muito bom esse desafio para Titia Lalá, ela realmente vai longe rsrsrsrs
ResponderExcluirBreve não teremos mais apoio de tia Lalá nos grandes desafios, teremos uma companheira nas grandes provas!
ResponderExcluirParabéns ao casal!
Pataro
Salve Casal Ultra Ultra :D
ResponderExcluirQual o proximo desafio? Ceara? Acre? Lapônia - sabe, a Lapônia? heheheh
Hei, falta Titia Lala postar a visao dela do "passeio" :D
Parabens pelo pedal menina... - Tirando a parte de ter de pedalar, é diversao pura né? hehehehheheheh
Roberto, kd vc??? vou começar a cobrar a locação heim!!!! hehehehehhe
Felicidades ao casal
Rodrigo
Que beleza de despedida da sua companheira de muitas aventuras!
ResponderExcluirE como o Pataro disse, daqui a pouco ela estará nos acompanhando nos nossos desafios!!
Abração!
Valeu gente.
ResponderExcluirA titia Lalá mandou bem mesmo.
Abraços!