domingo, 26 de janeiro de 2014

90 KM DE BIKE + 21 DE CORRIDA PELA LINHA VERDE

Porto de Sauípe - ponto de transição

O treino deste final de semana, atendendo pedido de Rubem, amigo e parceiro desta empreitada de combinar pedal e corrida num só dia, foi concebido de forma que ficássemos pelo menos um dia fora de Salvador, e assim, mais uma vez o 4:1 nos levou para a estrada.

“Só não queria voltar pra casa no sábado, o resto pode escolher que eu topo”.

Frases deste tipo, além de demonstrar confiança, fazem crescer ainda mais a responsabilidade na escolha do destino e montagem da logística, mas, justiça seja feita, o cara não é de muita frescura não, o que facilita e muito a missão.

A distância pretendida é já bastante simbólica, 90km de pedal + 21km de corrida. Não fosse pela ausência da danada da natação (quem sabe 2015?), em vez destes números nossa planilha poderia conter apenas a sonora inscrição: Meio Iron-Man.

Porto de Sauípe, na Linha Verde, surgiu como destino natural para a etapa do ciclismo. Tendo vivido bastante naquele paraíso nos anos 90 poderia contar com alguns dos meus amigos e parentes que vivem ou veraneiam por lá para deixar a bike sem perder muito tempo na transição.

Mas, e depois? Correr a meia-maratona para que lado? Dois lugares magníficos martelaram minha cabeça durante toda a semana, havia sondado Rubem e sabia que ele ainda não conhecia nenhum dos dois.

O destino Diogo, via Praia de Santo Antônio (o outro vou guardar na manga rs), só veio a consolidar-se na quinta à noite, quando falava  ao telefone com Bruno sobre a Corrida Circuitos da Folia (assunto do próximo post) e descobri que ele também estaria com sua família em Porto neste final de semana.

E o Bruno foi logo taxativo:
- Vocês ficam lá em casa.

Eu sabia que no sábado (antes de viajar) ele e o pai também fariam seus longões, mas fui logo impondo uma condição:
- Fico, mas domingo de manhã o regenerativo é todo mundo junto.

- Ótimo, tem um lugar no condomínio que estou louco para explorar, mas não fui ainda.

Estava batido o martelo.

Sábado:
A PEDALADA


Paradinha no começo da Estrada do Coco

Às 4:15 da manhã, em ritmo de aquecimento, saímos de Cajazeiras e, com 10km pedalados, fizemos uma parada no Km 0 da Estrada do Coco.

A concentração no ritmo é muito importante, sabemos que quanto mais cedo chegarmos ao nosso destino, menos sol enfrentaremos durante a corrida depois.

Rubem passando em Barra do Jacuípe
Na caixinha de som ouvia Luiz Gonzaga enquanto o dia ia amanhecendo. São mais de 30 anos, mas tudo junto, o movimento, a música, o nascer do dia, a saúde, a alegria, etc. continuam me tomando por inteiro. Não é apenas um treino de 4:1, é muito mais que isso. Deus está ali.

Durante o pedal tivemos a sorte de topar em dois momentos com vários ciclistas e triatletas treinando na Linha Verde.

valeu, galera
Não sem algum esforço, afinal de contas meu esquema de cicloturismo é bem mais light, deu para pegar “umas rodas” e houve algumas dessas brincadeiras cheguei a ficar por mais de 20km, o que sem dúvida deu um grande up em nosso ritmo.

Com apenas uma breve parada em Imbassaí para repor água e gatorade chegamos a Porto de Sauípe antes das 9:00 horas da manhã.


Ali me aguardava a amiga Aline, que gentilmente cedeu espaço em seu Salão de Beleza para as bicicletas.

Sai capacete e luva, entra mochila de hidratação e logo estávamos prontos para seguir.

Visivelmente impressionada com nossa disposição, Aline perguntava:
- Vocês não estão cansados não?

- A gente tá com cara de cansado?

- Não.

- É que disfarçamos bem (rs).

A CORRIDA



O 4:1 não é competição. Então o que chamamos transição não é nenhum espetáculo de velocidade, do tipo troca de pneus na Fórmula 1. A gente já aprendeu que o negócio é sair aos poucos e logo o ritmo encaixa.

Recentemente a data de encerramento do Projeto foi mudada para 25/05/2014, quando pretendemos chegar a Mangue Seco com a combinação 180km pedal + 42km corrida. Tome-lhe simbolismo, esta é a mesma data do Ironman em Floripa e, se tudo der certo, chegaremos lá faltando inserir “apenas” os aterrorizantes (no meu caso) 3,8km de natação para dali a um ano também ser um de Homem de Ferro.


Vejo o Rubem com muito menos temor e, portanto, mais chance de realizar pela dupla este sonho.

Com 5km estávamos de volta à Linha Verde. O caminho agora era no sentido inverso e seguíamos como se estivéssemos voltando para Salvador.

passando em frente ao Complexo de Sauípe

Antes de sairmos da estrada para acessarmos a Praia de Santo Antônio teríamos ainda cerca de 10km na BA. Não havia nenhuma parada programada, esperávamos concluir os 21km por volta das 11 e meia, mas como resistir a um lugar vendendo água de coco na beira da estrada chamado “Barraca do Rubem”?


Havíamos passado ali de bike sem notar. O que prova a teoria de que quanto mais lenta é a viagem mais a vivenciamos. Quem passa de aquário (de carro) com certeza vê menos ainda.


- Moça, pra quem se chama Rubem, o coco fica por quanto?

Mesmo sem ganhar nenhum desconto pela “xaracidade” caímos na água, o que não era nenhum sacrifício para quem já estava há quase 7 horas em atividade.

1km à frente saímos da estrada e tudo tomou outros ares. Logo que pisamos na estrada de barro batido, como por encanto o sol diminuiu e uma brisa fresca vinda do mar fazia verdadeiras carícias no corpo antes castigado pelo calor.


Diante de nós, num caminho que só podia ser mais um presente de Deus à nossa determinação de deixar nossas casas ainda na escuridão para cumprir nosso treino, um céu azul de tom alucinantemente belo, contrastava com o verde dos coqueirais e o branco das dunas.


Logo chegamos à Vila de Santo Antônio e seguimos para fazer nosso encontro com o mar. De lá nosso caminho ainda nos faria passar pelas Dunas e por um rio super convidativo antes de chegar a Diogo.

Já íamos perto de meio-dia, mas não estávamos nem aí. Nenhum cansaço resiste ao prazer da chegada.

Banho no rio a menos de 1km da chegada e a cabeça fervilhando de ideias, a gente sempre quer dividir com as pessoas que gosta estes lugares e sensações, eu já sabia como e onde seria nosso regenerativo no dia seguinte.


Nosso ponto final não poderia ser mais gostoso. Restaurante Sombra da Mangueira, Aratu, Polvo e muita limonada. A gente tava merecendo.

Esperando o polvo
Depois do almoço retornamos de ônibus para Porto de Sauípe e pegamos nossas bikes no exato momento em que Bruno e sua simpática família também chegavam à cidade.

Bruno e familia e seu mais novo regador de planta
Domingo
O REGENERATIVO
8,6 KM
Edmundo, eu, Rubem e Bruno prontos para o regenerativo
Bruno tinha até outros planos para o regenerativo do domingo, mas não resistiu a nossos elogios ao percurso descoberto no dia anterior e resolveu apostar nele.

A logística era simples: sair de carro até o Diogo, estacionar no Sombra da Mangueira, correr em direção à saída para a Linha Verde, seguir na estadual até chegar à entrada que leva à Praia de Santo Antônio, seguir até a Vila e a Praia, atravessar as Dunas, passar no Rio e finalizar em Diogo, onde o carro estava estacionado.

Em ritmo tranquilo, isso deu 8,6km de muita diversão. É sempre muito bom correr com Bruno e Edmundo (seu pai), que dá a todos uma verdadeira lição de amor à vida.

Edmundo saltando obstáculos


Agradeço-lhes a confiança, a companhia e a estada em seu lar.


Muita Luz para todos!

Fiquem com as fotos do 4:1 e do Regenerativo e boa semana!

90km BIKE + 21 CORRIDA






























REGENERATIVO NO DOMINGO