CORRIDA DO BONFIM

Na Colina Sagrada com o amigo Isaías

 Corrida Sagrada é o nome oficial da competição que todos os anos dá início ao calendário de corridas de rua em Salvador, mas quando nós, corredores baianos, nos encontramos pelas ruas durante os dias que antecedem a prova, a pergunta é sempre a mesma: “Vai correr o BONFIM?”.

O percurso da corrida é de 6,8km e é o mesmo feito pelo tradicional cortejo das baianas que algumas horas mais tarde, carregando seus vasos de flores, água de cheiro e vassouras, sairão da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia até a Colina do Bonfim para lavar as escadarias e o átrio da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim.

A procissão da Lavagem do Bonfim é acompanhada por milhares de fieis que, vestidos de branco, a pé (quem tem fé, vai assim, reza a sabedoria popular) ou desfilando em carroças e bicicletas enfeitadas, seguem em busca da Proteção do Nosso Senhor do Bonfim (Oxalá para os seguidores do Candomblé) e do purificador banho de cheiro.

O desfile dos eqüinos altamente produzidos por seus donos sempre foi um ponto de destaque na festa e, na Bahia, quando uma pessoa está bem (ou espalhafatosamente) vestida é comum ouvir-se o comentário: “Tá mais enfeitado que jegue na lavagem do Bonfim”. Essa expressão, entretanto, está correndo o risco de perder o sentido, já que nos últimos anos a presença deste animal na festa vem sendo proibida pela Justiça.

A quebra de braço põe de um lado entidades defensoras de animais, que acusam os donos dos jegues de maus tratos, e do outro, pessoas como Sr. Ubiratã Tavares, o popular “Bira do Jegue”, que desde 1986 participa do Cortejo montado em seu animal e argumenta que barrar o jegue é quebrar uma tradição.

A escolha de uma data festiva tão importante para os baianos como ponto de partida para o ano competitivo foi uma grande sacada da FBA. Desde sua criação a Corrida Sagrada virou um point de encontro dos corredores desta cidade, onde a tônica é sempre o agradável clima de confraternização.

Gil, João Paulo e Luciana (Igreja da Conceição)

Antes das 7:00 da manhã, Gil e eu,  já estávamos em frente à Igreja da Conceição, local de concentração e largada da prova. Aos poucos fomos  encontrando os amigos e claro aproveitando para fazer nossos registros antes de ir guardar a máquina fotográfica no carro-Guarda-Volumes. 

Pombo, Manuela, Jair, Bebéu e Analice (Elevador Lacerda ao fundo)

Sem balangandãs, usando apenas short, camiseta e tênis, às 7:38 da manhã centenas de corredores (a pé, mas em boa velocidade) partiram em direção à Igreja do Nosso Senhor do Bonfim.

Essa é a 6ª vez que participo desta corrida, que para mim tem um sabor muito especial, por ter sido palco de minha estreia em 2007 e, também, do meu primeiro pódio.


Por falar em pódio, pensei que os 25'15 obtidos na corrida de hoje fossem suficientes para deixar-me entre os 03 melhores da minha Categoria (40/44), mas acabei ficando apenas em 5º (a galera dos 40 tá mandando ver). Infelizmente, de toda sorte,  este ano, com a alegação de que precisavam diminuir o tempo da cerimônia,  limitaram a premiação por categoria apenas ao Campeão da faixa.


Restou-me comemorar o RP desta prova. Mesmo quem não corre pode imaginar a satisfação que dá saber que, a despeito de estarmos ficando mais velhos, ainda é possível evoluir na performance e baixar tempo. Esse tipo de coisa, claro, é mais um elemento de motivação para manter a disciplina e os treinos.


ÊPA, ÊPA BABÁ!
AXÉ E LUZ PARA TODOS!

Entre Fernando Caldeira e Dart Araújo

Os simpaticíssimos José Amâncio (que finalmente conheci pessoalmente) e Eduardo

Igreja do Nosso Senhor do Bonfim