segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

CORRIDA SAGRADA 2020


Oficialmente, o nome da competição que abre o calendário competitivo de corridas de ruas em Salvador é Corrida Sagrada.

Nos dias que antecedem a prova, porém, não conheço um corredor que a chame dessa forma(rs). A pergunta é sempre a mesma: "Vai correr o Bonfim?".


A corrida de aproximadamente 6,5 km (que a imprensa insiste, ano após ano, em noticiar como 8 km), ocorre no mesmo percurso de uma das maiores manifestações populares de Salvador, a Lavagem do Bonfim.

O clima de confraternização é total. No trajeto até a Colina Sagrada, naquele mar de roupas brancas, salvo pelo ritmo do deslocamento, somos todos iguais, fiéis e atletas, juntos num mesmo desejo de PAZ.

Como, de modo tão singular, as crenças se misturam aqui na Bahia! Dá um orgulho danado de ser baiano, e essa é mais uma coisa que a gente, que tá ali só para agradecer, acrescenta em nossa já extensa lista.

Após 25'46” de contagem regressiva, enfim podia dizer: Feliz 2020!


Nas comemorações pós "chegada do ano novo", senti falta de um certo tradicional encontro, mas não pensem que foi uma coisa de entristecer. Era muito clara a sensação de que lá, do lugar reservado por Deus para ele, o amigo ausente estava sorrindo com toda aquela sua cativante simpatia.

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E por falar nisso, encerro esta postagem com o vídeo retrô 2019 deste blog, que foi dedicado a José Amâncio.


Axé!


























sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

PEDALANDO PARA A CHAPADA DIAMANTINA



“No quintal por trás de casa tem um pé de sonho que não para de florar”.

E assim, sob a permissão divina, concretizamos mais um projeto de viagem cicloturística: “De Salvador a Lençóis”.

Ter a Chapada Diamantina como destino é algo que sempre nos enche de excelentes expectativas. Naquelas mágicas paragens, no contato mais íntimo com a natureza, bons encontros sempre acontecem, e o Deus que habita em cada um de nós transluz-se em nossos gestos, palavras e sorrisos, favorecendo o melhor dos encontros, aquele possível apenas ao longo de uma jornada ao nosso interior.
Com Joel e Marcondes no Ribeirão do Meio

As companhias nesse prazeroso deslocar-se em duas rodas aumentavam ainda mais a promessa de uma excelente viagem, que se cumpriria ao final dela, afinal de contas, a formação para essa empreitada era a mesma do Projeto Salvador a Maceió no final de 2018. E tanto Marcondes Lyra quanto Joel Araújo não viam a hora de colocarmos novamente o “pé” na estrada.

Rei da Pamonha - local marcado para o encontro com Joel

E assim, mal desembarcara em Salvador o componente alagoano do grupo, partimos em busca do nosso destino.

1º DIA: SALVADOR / SANTO ESTEVÃO (VIA SERRA DA MURITIBA) – 160 KM

O trajeto escolhido para nosso primeiro dia passou bem longe do trivial.

Pensando em apresentar a Marcondes, Cachoeira, a terra da FLICA e da Maniçoba (uma comida típica da região que, além de muito deliciosa, combina com seu estilo low carb), deixamos a movimentada BR 324 na altura de Geari, fazendo nossa primeira parada para “reabastecimento” em Santo Amaro da Purificação.

Em Cachoeira

Por volta das 10 horas já estávamos atravessando a Ponte D. Pedro II para alcançar a cidade de São Félix e começar a subida da Serra da Muritiba.

Há várias décadas inventamos uma brincadeira em que elegemos esse trajeto como teste a ser feito antes de obter a carteira de habilitação de cicloturista:
Pedalou os 110 km de Salvador a Cachoeira - São Félix e depois subiu a serra da Muritiba? Está habilitado. Subiu outras vezes? Mudou de Categoria.



O amigo Joel, por exemplo, que em 2010 fizera seu primeiro “teste” (pouquíssimo tempo depois de haver, de surpresa, se apresentado, à margem da BR 324, como alguém que queria começar a fazer cicloturismo), salvo engano, nessa viagem já estava trocando a Carteira para D.

Marcondes iniciando a subida da Serra da Muritiba

Já Marcondes, a julgar pela forma veloz e compenetrada que venceu a serra, levou a brincadeira muito a sério e, com méritos, conseguiu sua CNHC baiana.





Em pouco tempo já nos encontrávamos na BR 101 e às 11h15, exatamente no horário programado, paramos na cidade de Governador Mangabeira, onde nos fartamos com a Maniçoba da Tapiocaria Aconchego.




Um pouco depois do almoço, numa velocidade compatível com a deliciosa sensação de quem havia comido um manjar dos deuses, tomamos o rumo da cidade de Cabaceiras do Paraguaçu.

Ali, de balsa, atravessamos o rio, e após desembarcarmos na outra margem, apenas 10 km nos separavam da BR 116 e da cidade de Santo Estevão, onde encerraríamos nosso primeiro dia de viagem.


2º DIA: SANTO ESTEVÃO / ITABERABA – 126 KM

Sempre buscando aproveitar ao máximo o frescor da manhã, cedinho retomamos nossas pedaladas.

Com relativa facilidade, pouco depois das 6h da manhã chegamos à Ponte do Paraguaçu (entroncamento da BR 116 com a BR 242), onde paramos para um café à base de cuscuz com ovos.


Sabíamos que a partir dali, nos 90 km que restavam até Itaberaba, o destino daquele dia, as coisas mudariam um pouco.

Uma reta interminável nos fez lembrar o quanto havia sido divertido o dia anterior, tão cheio de nuances.


No meio do caminho havia um pneu furado. Havia um pneu furado no meio do caminho. E a monotonia foi quebrada... (rs)

Ao fundo a Pedra "itaberaba"

Pouco depois das 11 horas chegávamos à cidade da Pedra Reluzente.

3º DIA: ITABERABA / LENÇÓIS – 140 KM

Conscientes de que aquele seria o dia de maior ganho de elevação (mais de 1.400 metros ao final da jornada), deixamos Itaberaba antes das 4h da manhã.

Uma chuvinha gostosa nos acompanhou por um bom tempo.

km 242 da BR 242
O dia amanheceu e, no sobe e desce da estrada, nosso avançar era bem melhor do que havíamos calculado.

Ao contrário do dia anterior, a cada hora que passava revisávamos para baixo nossa previsão de chegada.


Estava enfim acontecendo a velha e boa síndrome do terceiro dia, onde tudo se encaixa...

No primeiro dia a gente avança com aquela euforia de quem vai fazer um pedal bate e volta no litoral. No segundo, o ritmo de estrada começa a se impor, mas há certas dores dos “excessos” do primeiro dia. A partir do terceiro dia nem parece que estamos indo tão velozes, mas as coisas vão saindo como se estivéssemos em outra dimensão, e ganhamos a certeza de que poderíamos fazer isso, sem nenhum traço de angústia, para o resto de nossas vidas.


Não obstante estarmos subindo o chaparral, muito antes do que havíamos previsto chegamos ao entroncamento de Lençóis.



Dali até a cidade seriam apenas mais 12km de ladeira abaixo.

Aí não tem jeito, a euforia vai tomando conta e, mais do que nunca, somos apenas crianças brincando de bicicleta.


Mostrando a conexão do grupo, sem nenhum acerto prévio (parece que todos estávamos lembrando a nossa chegada a Maceió), logo estávamos gritando: é Lençóóóóis!

                                           Clique na seta para ver um pouquinho do que foi a viagem

Com Sandra e o casal  (Gil e Gil) que chegaram de Maceió  no dia seguinteó para curtir a chapada 


















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