domingo, 30 de novembro de 2014

ALPHA NIGHT RUN 2014



O corredor feliz em que havia me transformado após os 4k da 1ª Corrida Noturna ALPHA NIGHT RUN em nada lembrava o homem aborrecido que no início da semana precisara mudar os planos por conta de algo que não havia saído muito bem em outro setor da vida.

“Deus escreve certo por linhas tortas”.

Agora, enquanto aguardava em cima do palco a hora em que seriam chamados os três primeiros colocados da prova para receber a premiação, era engraçada a maneira insistente como aquele velho adágio popular, que desde cedo acostumei-me a ouvir em casa, rondava minha cabeça.

Não era para eu estar ali (1):

A derrota da semana passada impunha minha presença em Salvador na manhã deste domingo e frustrava meus planos de sair bicicletando pelo recôncavo baiano com a tia Lalá neste final de semana, o que, para os que ainda não sabem, teria também a finalidade de continuar a prepará-la para nossa viagem cicloturística até Recife que, se Deus permitir, iniciar-se-á no dia 08 de dezembro.


Restou-nos a opção de ficar em “casa” e, como durante todo o mês de novembro venho treinando para uma corrida noturna, pensei:
Para entrar no clima, vou fazer um 5k contra relógio no sábado à noite enquanto a tia Lalá treina na orla.

E assim estava até descobrir na última segunda-feira que haveria uma outra corrida noturna: a ALPHA NIGHT RUN neste sábado. Minha estória com esta Academia não era das mais amistosas (rs). Explico:

A Working Sports, minha antiga Academia, foi englobada pelo Grupo Alpha e, neste processo, fiquei sem o patrocínio (gratuidade) que tanto me ajudou nos últimos anos, o que, na impossibilidade de desembolsar a grana, culminou no afastamento do convívio de estimados colegas e professores.

Então era fazer um treino na prova e, se possível, me “vingar” (rs).

Não era pra estar ali (2):

Na quinta-feira, após encerrar minha sessão de 20 tiros de 400 metros, senti-me cansado. Era a gripe que vinha a cavalo. Fui trabalhar meio baqueado, lutei desde então para que ela não se instalasse de vez.

Ontem passei todo o dia na cama à base de chás e sucos. Uma ducha fria e um copo de café foram os primeiros indícios de que iria tentar fazer força quando chegasse a hora.

Na ida para Patamares tia Lalá dirigia enquanto eu aproveitava para fazer a viagem de olhos cerrados.

Com Paulo Jacob
Foi vestindo a camisa da WS que reencontrei seus antigos donos Paulo e Luciana, e para eles precisei pedir que fossem contidos em seus animados prognósticos a respeito do meu eventual desempenho, dizendo-lhes que não esperassem grande coisa, pois não estava me sentindo muito bem.

5, 4, 3, 2, 1! A Corrida

Partimos. O bolo era grande na minha frente e felizmente a galera que eu já sabia que com “um pingo no i me dissolveria” (entre eles Petrônio, Márcio Barreto e Marcos) estava ali para correr os 8k.

Mantive a pegada e, já na passagem do km 01, ao olhar para frente (naquela hora não me lembrava de nenhuma gripe), acreditei estar em segundo lugar nos 4km, já que um motociclista foi seguindo com Márcio Barreto, que viria a ser o vencedor da prova de 8km e o outro, ladeava Franklin (Mozão).

Clicado por Edson Magoolin  www.olhonoatleta.com.br
Na virada (1,5km) vi que já havia colocado uma frente significativa para o último corredor que havia ultrapassado, quando surgiu um velho conhecido daquele trecho aberto da orla: o vento contra. Sorri com as lembranças de sofrimento naquelas paragens na Maratona de Salvador.

“Serão apenas 2k”, eu me dizia, mas manter o pace em 3’50 não estava sendo nada fácil. Lá embaixo já começava a avistar o local onde separar-se-iam as duas distâncias da corrida e foi aí que tomei um susto: “Mozão” não era o primeiro, Jorge Jesus Anunciação pegou o retorno dos 4k e me jogou uma senhora preocupação naqueles intermináveis 15 minutos de corrida.

Se houvesse um outro lá mais adiante seria “derrubado” do pódio. Apertei o máximo que pude, mas parece que todo mundo havia resolvido fazer o mesmo naquela hora. Não houve mais ultrapassagens. Com pouco mais de vinte segundos entre nós três e com um minuto de vantagem para o quarto lugar (ufa, ainda bem que não tinha outro rs), finalizamos a prova e ganhamos o direito de estar ali agora, esperando ser chamados para a premiação.

Antes disso, havia voltado para “buscar” a tia Lalá, que estava fazendo os 8k, bem na hora em que ela estava "se batendo" para abrir um carboidrato em gel. Depois de abastecida, numa voz que demonstrava muita tranquilidade na corrida, fez-me a pergunta que já aguardava:
“– E aí mô?”

“– Fiquei em terceiro e blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá...”

Somente na passagem pelo km 6 é que percebi que ela estava correndo num pace que variava entre 5’15 e 4’50.

Orgulhoso, retruquei: - O velho e bom split negativo, não é?

Ela sorriu.

Enfim, chamaram nossos nomes.


Troféu eu já sabia que tinha, mas quando falaram em cheque, achei que estavam de gozação, mas não era não. Valor: 06 meses de Academia para o 1º lugar, 03 meses para o 2º lugar e para mim, 3º lugar, 01 mês. Estava vingado, ou melhor, estou feliz.

Parabéns à Alpha Fitness pela excelente prova realizada, aguardem-me que, sob a permissão de Deus, irei “gastar” direitinho este meu prêmio.


8 comentários:

  1. Parabéns ao casal. Um no terceiro e o outro num sprint negativo. Roberto, tu vai me emprestar a titia para ser meu coelho na próxima.

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  2. Shooooow, man! Esse fim de ano tem sido bem divertido, hein!? Parabéns.

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  3. Se eu souber que algum canela seca e perna de pau me apareceu na segunda feira dizendo que a corrida foi dificil pq estava resfriadinho eu vou mandar esse caracol paralitico correr no polo sul so de gorro do cahia. Nao quero saber de outro metal por aqui que nao seja ouro.

    Conto com a compreensão
    Gervásio

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  4. Parabéns pela prova, você é um dos atletas de referência da nossa cidade, muito bom vê-lo no pódio.
    Bjs, Cassinha.

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