domingo, 1 de setembro de 2019

CORRENDO (E TRABALHANDO) EM CAMAMU



É preciso confessar: adoro a série "Correndo e Trabalhando".

Não é difícil entender o motivo dessa felicidade que começo a sentir antes mesmo de botar o pé nas estradas. Nessa alquimia que combina trabalho e treinos longe da minha cidade há um misto de agradecimento a Deus pela disposição, prazer de explorar novos caminhos, e o delicioso risco de trazer mais gente para nossa "irmandade", ao espalhar por aí o contagiante vírus da corrida.



A fim de auxiliar nos trabalhos técnicos para a realização de uma Eleição Suplementar neste domingo, desde a semana passada encontro-me em Camamu.

Entre outras muitas viagens para/ou via Camamu, minha mais recente passagem por aqui fora em 2017, numa viagem de bike com o amigo Marcondes, a caminho de Porto Seguro. Portanto, a cidade que se encontra situada às margens da deslumbrante Baía de Camamu, terceira maior do país (superada apenas pela Baía de Guanabara e pela de Todos os Santos), não é exatamente o que se possa chamar de “novos caminhos” em minha vida.



Foi no longínquo ano de 1991 que aqui estive pela primeira vez, época em que não havia nem asfalto na estrada ainda, e daí vem uma lembrança que agora passo a relatar...

Senta que lá vem estória...


Era uma vez um  feriado de finados. Viajava de motocicleta com Cláudio, amigo e colega de trabalho do TJ-BA. Viéramos pela BR 101, mas no entroncamento de Valença resolvemos seguir o restante do trajeto pelo que hoje é conhecido como Costa do Dendê.

Depois de Valença são muitas cidades, “uma em cima da outra”. Acontece que não sabíamos bem a ordem de aparição, e a cada vez que nos aproximávamos de uma delas, nutríamos a esperança de estar chegando a nosso destino final.

Taperoá, Nilo Peçanha, Ituberá, e nada da gente chegar. “Opa, lá vem outra cidade, agora deve ser Camamu”, dizíamos um ao outro, cansados da viagem e de tanta expectativa.


Qual nada, estávamos em Igrapiúna, e bem na saída daquela cidade, diminuindo a velocidade da moto, decidi elucidar com uma mocinha que passava aquele mistério:

- Menina! Menina! Menina! Qual o nome da próxima cidade?

Ao que, após um considerável delay (que me pareceu infinito), a menina, recobrando-se da surpresa da pergunta, de início meio gaguejante e depois a plenos pulmões, como que querendo fazer com que a frase alcançasse a motocicleta que já estava se afastando, com muita graça respondeu:

“É, é, é, é Camamuuuuuuuuuuu”.

***

O ciclo de treinamento permitiu-me apenas 03 dias de treino nessa semana em terras Camamuenses (um regenerativo, um fartlek e um longuinho), o que foi uma pena, porque, para me manter na linha da sinceridade (rs), o trabalho por aqui nem foi tão complicado, mérito principalmente da eficiente equipe que é liderada pelo colega Maurício Lago.

Com Maurício e a turma da COELE que aproveitou a Eleição em Camamu  para implantação de um "projeto piloto"
No mais atraente dos treinos, de Camamu a Ituberá (27 km), fui ajudado também pelo colega Messias, do Cartório Eleitoral daquela cidade, que me permitiu estacionar a motocicleta no dia anterior ao longuinho, o que facilitou muito a logística de volta a Camamu sem comprometimento do horário de trabalho.



A Eleição acaba de findar e, graças a Deus, foi um sucesso. Amanhã será dia de voltar a Salvador e, como já pressentia, com um olhar ainda mais amoroso para a linda Camamuuuuuuuuuuu.



























Raimundo Péricles coordenando as saídas das urnas

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