3ª Ponte, o belo cenário das 12 h night run |
12
HORAS NIGHT RUN
Ao
amanhecer do último domingo, após 12 horas ininterruptas de corrida na
Ultramaratona Night Run, prova que encerra o calendário capixaba de corrida, e
que apesar do qualificado time que se alinhou para uma acirrada disputa, tem
aquele gostoso clima de confraternização, uma frase teimava em martelar minha
cabeça: Valeu a pena.
O
sucesso de organização da prova, não chegou a ser uma surpresa, afinal era uma
festa de corredor para corredores, e tanto o Hudson, quanto o Júlio Paul da
Multiesportiva, demonstrando saber o que realmente importa para quem está numa
competição desta magnitude, e mesclando com muita propriedade, amor ao esporte e profissionalismo, deram show de atenção a todos atletas e apoiadores
que estiveram reunidos no 33º Batalhão
de Infantaria do Exército em Vila Velha.
Voltando
no tempo...
A
ESCOLHA DA PROVA
No
começo de novembro, desde que percebemos (Pataro e eu) que por questões
financeiras, infelizmente, teríamos que
desistir da BR 135, comecamos a buscar uma prova que a “substituísse”.
Repassando
o calendário de ultras, encontramos a prova capixaba, prevista para meados de
dezembro, um período que combinava muito
bem com nosso recente ajuste de planos para 2019.
Com Roberta no dia seguinte |
Pronto
estava decidido.
O
VOO PARA VITÓRIA
Foto feita desde o avião, e sem me dar conta, já registrava o local onde iria se desenrolar as 12h |
Manoel, que havia pensado em estrear sem maior compromisso nesse tipo de prova, findou por perder a data da inscrição, e dessa forma, uma vez mais estava indo para ser nosso “anjo da guarda”. O que viria a ser providencial e decisivo, já que a Roberta, após nos dar todo suporte para montar a estratégia de hidratação/alimentação, por motivo de força maior, não iria mais poder passar a noite no Exército.
O
KIT E AS HORAS PRÉ PROVA
Atravessamos
a terceira ponte, e um pouco antes das 18 horas chegamos ao nosso destino.
O
38º Batalhão de Infantaria de Vila Velha estava em festa. Enquanto nos
dirigiamos à fila para pegar nosso kit, sugeri a Manoel que aproveitasse a luz
do dia, para montar a barraca que havíamos trazido desde Salvador para funcionar
como “QG” do Salvador Pró-Maratona.
E logo alguns bons reencontros (amigos e adversários) foram acontecendo.
Dando
a costumeira e rápida bisbilhotada na lista solo masculino, notei que havia uns
100 convocados, número considerável para uma prova de 12h, e tive certeza que a
parada não ia ser nada fácil.
A
PROVA
12
horas correndo num circuito que media aproximadamente 1,45 km, deixa a gente
meio tonto por vários dias, rs.
3ª Ponte e sua iluminação |
Talvez
seja ainda resquício do cansaço da noite “perdida”, mas olhando de cá do
futuro, percebo como se alguns flashes iluminassem esta ou aquela cena, em meio
ao lento deslizar da escura eternidade.
Tanto
melhor, me dirá o leitor mais ajuizado, “pelo menos isso não vai demorar muito”.
Então passemos às lembranças...
Veio
a execução do Hino Nacional, vieram os apertos de mão, os abraços, e os mútuos
desejos de boa prova, e pontualmente às 20h, começamos nossa longa viagem
dentro da noite.
Exatamente
como fizéramos na Paraíba, Pataro e eu começamos a prova, lado a lado. O ritmo
era de bate papo e descontração e porque não dizer, também de despedida de 2018.
Começávamos a descobrir, sem pressa alguma, os detalhes de nossa volta.
Expectativa geral para a largada |
Estivemos
naquele ritmo por cerca de uma hora até que uma necessidade de pit-stop do
amigo, fez com que nos separássemos.
Além
dos Atletas Solos Masculinos e Femininos Civis, existiam as modalidades Solo
Militar e as equipes de revezamento, que sempre traz mais movimento, tornando
mais divertida a prova para quem vai corrê-la inteira.
Como
de costume nesse modelo de prova, de hora em hora, a organização divulgava a
classificação dos 05 primeiros de cada modalidade. Havia recomendado
expressamente a Manoel que não me contasse nada sobre classificação... até que eu
lhe pedisse informações...
Traçara
algumas metas, e levava comigo a crença de que se as cumprisse, fatalmente terminaria
bem classificado, e com alguma chance de subir no pódio principal, única opção
de premiação da corrida.
Apesar
de ser um circuito relativamente pequeno, e do resultado ser anunciado no
sistema de som, adianto-lhes que em momento algum ouvi o resultado, nem mesmo
quando já desejava sabê-lo.
Por
volta das 03 horas de prova, percebi que começava a passar uma galera que havia
saído mais forte, entre eles nada mais, nada menos que o atual vice-campeão da
BR 135, o capixaba Leonardo Seabra, atleta da Ultra Sports.
Foi
mais ou menos por essa mesma hora, que ultrapassei um atleta solo, que não
havia percebido ainda (é incrível como a gente pode rodar num mesmo espaço e levar horas sem se encontrar). Senti que o rapaz, ao perceber que eu
também era solo, forçou-se a aumentar o ritmo.
Fingindo por alguns minutos que não estava percebendo a “marcação”, não resisti a ser eu mesmo, rs, virei de lado e entabulei uma conversa:
Fingindo por alguns minutos que não estava percebendo a “marcação”, não resisti a ser eu mesmo, rs, virei de lado e entabulei uma conversa:
“-
Poxa a gente está na mesma batida”.
Ao
que o rapaz retrucou, dizendo-me que estava ali aprendendo um pouquinho.
“Tá
querendo me amolecer, rs”. (Essa frase eu só pensei, rs), mas sorri para o
jovem corredor.
“
- Incomodo?”.
“Absolutamente.
Nestas provas precisamos de parceria para passar o tempo”.
A
conversa começou a rolar, e pouco tempo depois, descobriria que estava correndo
ao lado do Talles Cicillioti, campeão da edição de 2017 com 83 voltas.
Um
outro momento que me marcou muito na prova, foi quando percebi que o atleta a
ser ultrapassado era o Carlos Gusmão. A gente tá ali querendo aproveitar o bom
momento, pois sabe que depois precisará administrar os maus, mas não há como
simplesmente ultrapassar um ídolo, como se nada estivesse acontecendo.
Sabia
que o Gusmão não viera para dar seu 100%, pois além de ter finalizado em
outubro a Spartathlon, ultramaratona de 246 quilômetros, que ocorre entre as
cidades gregas de Atenas e Esparta, vinha de uma semana cheia de corridas
beneficentes, estava ali nas 12 horas também como Professor da forte equipe
Ultra Sports.
correndo ao lado de Carlos Gusmão |
Então
já sabe né? Reduzi o ritmo e usufruí por algum tempo da boa energia do amigo,
até que numa passagem pela tenda da sua equipe, ele avisou que ia dar uma
parada para beber algo.
As
horas iam se passando, e Manoel sempre no maior cuidado com a nossa programação
hidríca/alimentícia, ia ficando visivelmente agoniado para me contar sobre a
classificação.
“Quer
saber, agora?”.
“Não”.
Gritei-lhe, divertindo-me, enquanto seguia meu caminho.
É
óbvio que já tinha uma noção que estava entre os primeiros. Havia completado os
primeiros 42 km em 3h e 50 minutos e muita gente me dirigia palavras de
incentivo. Entretanto queria adiar ao máximo, a angústia da competição com o
outro. A luta comigo mesmo já era bastante significativa.
Foi por volta das 3 horas da manhã (07 horas de prova), que ao passar mais
uma vez pelo pórtico, que o Gusmão me avisou:
-
Você tá na mesma volta do primeiro!
Pronto,
acabara o sossego, rs.
Ao
passar na frente da barraca de Manoel, tratei de avisá-lo que já sabia que estava
em segundo lugar e, claro, como não poderia deixar de ser, quis logo saber quem
era o primeiro.
“O
primeiro lugar está de verde”.
O
tom esverdeado predominava na camisa oficial da prova, e muitos a estavam
usando. Dali por diante, a cada ultrapassagem, dava uma olhada de esguelha pra ver se
o corredor levava o numeral 17 no peito (não disse que o sossego se acabara?) e, foram
muitas, até que eu me recordasse de um corredor que havia aberto uma
dianteira de mim no começo da noite.
Carlos André (sósia do amigo João Paulo, rs?) após concluir sua última volta |
Uma
meia hora depois, o corredor surgiu finalmente em meu campo de visão. Mudo e o
mais discretamente possível (quanta mudança, rs) fiz a ultrapassagem.
Não
obstante faltar cerca de 4h e meia para o final da prova, a partir dali comecei
a sonhar com a vitória. a liderança, porém, durou apenas do km 77 ao 80. Ao
final de duas voltas, novamente o atleta da RR Trainer, Carlos André, voltava a
tomar a dianteira da Night Run.
Dali
até o fim seria uma brincadeira de gato e rato. Houve até um momento em que ele
surgiu, já com pinta que iria colocar uma volta, e eu sem cerimônias acenei,
gritando-lhe que podia chegar, rs.
Por
volta do km 90 dei minha primeira andada. Havia tempo vinha me prometendo que faria uma breve caminhada quando atingisse o 100 km, não resistindo
mais, presentei-me com algo em torno de 300 metros, e receando perder o ritmo de
todo, faltando ainda 3 horas de prova, voltei logo a praticar algo parecido com
corrida.
O ritmo das voltas estava pelo menos dois minutos a mais em relação ao começo da prova, mas absolutamente dentro de um padrão.
Quando
estava com 97 rodados, reencontrei Pataro, e pedi-lhe que corresse ali por
perto, para me dar uma força até eu completar o simbólico Km 100.
Após
a divulgação da lista das 10 horas, comecei a perguntar a Manoel quem era, e a
que distância estava o terceiro lugar (mau sinal, rs), e obtive como resposta
que era um “coroa” de nº 5, que havia dado uma parada mais que estava correndo
muito forte agora, e naquele momento, estava com três voltas a menos (cerca de 4,5 km de
distância).
Na
perseguição ao primeiro colocado, sabíamos (Manoel é um apoio que faz o serviço
completo, rs) que o Carlos estava sempre andando na parte de trás do circuito,
expediente que eu também já passara a usar. Estávamos moídos.
Foi
quando o dia começou a amanhecer que começou a ser escrita a parte mais
incrível desta edição das 12 horas do Exército.
Semelhante a alguém que acabara de acordar, Alonso Boasquevisque, esse era o nome do coroa que vinha em terceiro lugar, (e não por acaso, já fora vencedor de uma edição daquela prova), ultrapassou-me baixando para duas voltas a distância entre nós.
Passando em frente a nossa barraquinha azul. |
Semelhante a alguém que acabara de acordar, Alonso Boasquevisque, esse era o nome do coroa que vinha em terceiro lugar, (e não por acaso, já fora vencedor de uma edição daquela prova), ultrapassou-me baixando para duas voltas a distância entre nós.
O velho Alonso, ainda de madrugada, ao lado de Eduardo Calixto |
“Tá
difícil, mas vou tentar tirar”.
Já
impressionado com o ritmo que ele conseguia desenvolver, e sem poder sequer
imaginar o que viria a acontecer, devolvi-lhe uma frase simpática:
“Se
você conseguir, estará em boas mãos o segundo lugar”.
Pouco
tempo depois, Alonso já reaparecia no retrovisor. Cheguei a dizer a Manoel que
ele não só iria me passar, como daquele jeito, ainda iria vencer a prova.
Usando
muitas vezes Pataro como referência, tentava me afastar do perigo, mas Alonso,
tal qual seu xará espanhol, engolia o asfalto e as curvas a toda velocidade.
Quis
resistir, mas na parcial das onze horas, a distância entre a gente baixara para
apenas uma volta.
Completamente,
esgotado, precisava tentar defender aquele segundo lugar, mas não estava
conseguindo nem de longe acompanhar o ritmo do Alonso Boasquevisque.
Aquela
hora parecia querer durar mais que todas as outras. O Sol queimava meus olhos
que estavam morrendo de vontade de se fechar. E lá na frente, um “velhinho” de
60 anos, dando voltas em ritmo de Ferrari.
Fui
fazendo o melhor que podia, mas quase que resignado com a perda em breve do
segundo posto, então de repente, notei que depois de algumas olhadas para trás,
nosso velocista enfim deu uma diminuída no ritmo, botou a mão no rosto e
começou a andar.
Reuni
forças e tratei de alcançá-lo para novamente deixá-lo duas voltas atrás de mim.
De
passagem por ele, como em todas as outras ocasiões, ainda trocamos breve
conversa. Segundo ele não dava mais. Ufa, pensei eu. Enquanto repetia-lhe que
se perdesse o segundo lugar, não poderia imaginar melhor adversário.
Pensam
que acabou? Aliás, por falar nisso, aproveito para pedir desculpas ao leitor que acreditou que esse texto seria rapidinho, rs, mas a novela ainda não atingira o seu clímax...
Mal passra a frente, toda vez que chegava a um local donde podia me
assegurar que o velho Alonso vinha caminhando, por meu turno também começava a
caminhar. Sabia que não estava muito
atrás do primeiro colocado, mas vencer a prova nem tava mais me passando pela
cabeça.
Faltando
cerca de 20 minutos para o término da prova (graças a Manoel que havia me avisado), olhei para trás, e era incrível o que os meus olhos viam, tal qual uma
Fênix, Alonso ressurgia em ritmo alucinadamente inacreditável e passou
por mim feito um bólido, antes de eu completar a volta que eu, erroneamente, julgara que seria
a última.
Alonso, impressionantemente voando sobre o asfalto, a pouco minutos do fim da prova. |
Fui
rápido no reagir, e como que movidos pelo mesmo combustível, apertei o passo.
Quando cheguei no pórtico, o relógio marcava 11h e 51 minutos de prova, e dando aquela olhada para trás para conferir se eu havia aberto nova volta, lá na frente, voava o incrível Alonso.
Há muito tempo que meu giro estava na casa dos 10 minutos, mas agora eu tinha menos de 9’ para validar outra volta.
Corri...
O relógio foi para casa de 5h 10. Como somos fortes, não é mesmo?.
Em dado momento, já convencido que havia encaixado o ritmo, mudei a tela do Garmim para o modo relógio: Eram 07:56 da manha e ainda tinha muito chão para cobrir.
O relógio foi para casa de 5h 10. Como somos fortes, não é mesmo?.
Em dado momento, já convencido que havia encaixado o ritmo, mudei a tela do Garmim para o modo relógio: Eram 07:56 da manha e ainda tinha muito chão para cobrir.
Continuei
acelerando, ao mesmo tempo que rezava não ver o “ponteiro” passar para 57. Mesmo “secando”
o cronômetro, vi aparecer o temido número. Só para que tenham noção, aquela foi
a terceira volta mais rápida de toda noite.
Enfim, juntos, rs. |
Como Garmim marcando 114,6 km (novo recorde pessoal em 12 horas) e com a marca de 82
voltas, o mesmo número de campeão, e somente uma a mais que o terceiro lugar, às
07h 58, agradecendo a Deus sempre, cruzaria o pórtico pela última vez naquele dia.
Até a próxima!
Até a próxima!
Pódio Geral - 1º Carlos André , 2º Roberto Encarnação, 3º Alonso, 4ºLessandro (Bsb) e 5º Carlos |
Antes |
e depois |
Obrigado, Professor Marcelo Augusti |
Excepcional, uma aula de disciplina. Parabéns 👏👏👏👏👏👏👏 #avozdocorredor
ResponderExcluirObrigado!
ExcluirSempre muito é bom de ler este blog, parabéns mais uma vez.
ResponderExcluirQue prova boa!!!
Alonso é brabo! rsss
ResponderExcluirTomou o brilho da prova pra si...rsss (Pelo menos aos nossos olhos)
Ao de todos, Marcondes!
ExcluirRoubou mesmo a cena.
Abraços!
Parabéns!��������Roberto e Pataro vcs são guerreiros por fazer essas provas dificil, que eu mesma não pensei de correr tanto assim e vcs são fortalecidos pelo seus trenos descançoe principalmente com a força de Deus sem ele agente não consegue nada me orgulho ter amigos assim, vcs são show de bola,e lindos demais seu comentario parabéns mesmo.vanuza Lins.
ResponderExcluirObrigado, Van!
ExcluirParabéns tio Rob por mais essa conquista, Parabéns à Patarinho e Manú pela garra e força sempre!! Fico mt feliz por vcs terem concluído com chave de ouro mais essa etapa. Beijo grande aos meus vitoriosos. Com Carinho Rafita.
ResponderExcluirValeu, Sobrinha Rafa.
ExcluirSoube que nosso "foguete" também andou subindo em pódios nesse final de semana.
Parabéns Roberto por mais una vitória. Agora tem que migrar oara as 24h hein.
ResponderExcluirAbs
Parabéns pra vc também que anda detonando tudo que é prova.
ExcluirTo até com saudades de prova de 24h...mas agora a próxima competição só tem 5,5 km de areia fofa..e vou virar a chave para tentar chegar lá o mais competitivo possível.
Abraços!
Show de prova e de narrativa! Já fico esperando ansiosa as publicações. Parabéns, mais uma vez! Manu e Pataro sempre companheirões! Um grande abraço!
ResponderExcluirObrigado pelas palavras, Val.
ExcluirO bichinho dá trabalho (o blog, não Pataro, rs) mas é bom ter esse retorno.
Abraços!
Meu querido primo Roberto, parabéns pelo segundo lugar e principalmente por quebrar mais um recorde pessoal!!! Digo e repito, quando crescer quero fazer um pouquinho do que você faz!!! Saudades de ti!!!
ResponderExcluirObrigado minha prima!
ExcluirQuando vier a Salvador, venha com tempo para brincar um pouquinho em nossos treinos de Dunas... tem gente de todo os ritmos e condicionamentos e todos saem felizes de lá.
Sensacional!! Seu texto me fez viajar e participar de toda a emoção da prova. Espero ter a oportunidade de ser seu apoio e vivenciar de mais pertinho outra história (prova). Que venha 2019 com muitas emoções!! Grande beijo e sucesso.
ResponderExcluirQue bom, Roberta!
ExcluirObrigado de coração por todo o carinho sempre. Quando me disse poderia fazer meu apoio, aumentou ainda mais a minha responsabilidade com os treinos. Queria retribuir com o melhor que eu pudesse. Um beijo!
Beto e Pataro,
ResponderExcluirVocês são incríveis. Continuem assim, pois sempre nos estimulam a seguir em frente e fazer melhor.
Saúde e paz!
Valeu, Ivanzinho!
ResponderExcluirMendes
ResponderExcluirShow, tiro o chapéu, Roberto!