sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

CORRIDA (E LAVAGEM) DO BONFIM. A MAIS SAGRADA DE TODAS!

Com Isaías e Maria em seus tradicionais trajes para a corrida do Bonfim

E ontem chegou enfim a tão esperada "Corrida do Bonfim".

Na verdade, o nome oficial da competição que todos os anos dá início ao calendário de corridas de rua em Salvador é Corrida Sagrada, mas quando nós, corredores baianos, nos encontramos pelas ruas durante os dias que antecedem a prova, a pergunta é sempre a mesma: “Vai correr o BONFIM?”.


O percurso da corrida é de 6,8km e é o mesmo feito pelo tradicional cortejo das baianas que algumas horas mais tarde, carregando seus vasos de flores, água de cheiro e vassouras, sairão da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia até a Colina do Bonfim para lavar as escadarias e o átrio da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim.

"Quem tem fé vai a pé." (dito popular)

A procissão da Lavagem do Bonfim é acompanhada por milhares de fieis que, vestidos de branco, a pé (quem tem fé, vai assim, reza a sabedoria popular) ou desfilando em carroças e bicicletas enfeitadas, seguem em busca da Proteção do Nosso Senhor do Bonfim (Oxalá para os seguidores do Candomblé) e do purificador banho de cheiro.


“Quem segue crendo vai correndo.”  (Prof. André Araújo)

A escolha de uma data festiva tão importante para os baianos como ponto de partida para o ano competitivo foi uma grande sacada da FBA.




Dizem por aí  que na Bahia o ano só começa após o carnaval. Não sei o quanto de verdade existe nesta afirmação, mas como baiano peço licença para afirmar que esta regra não se aplica aos corredores de rua desta terra. Para a galera que gosta de vencer os 6,8km a pé (mas em boa velocidade) o verdadeiro réveillon baiano é a Corrida (e Lavagem) do Bonfim.

Nossa relação pessoal com a Corrida Sagrada

Pela décima segunda vez seguida, graças a Deus, pude participar desta corrida, que  tem um sabor muito especial para mim, por ter sido palco de estreia em 2007 e, também, do meu primeiro pódio.


Com Adhemar e Karine - E a família segue se multiplicando
Levado que fui às passadas através do amigo Adhemar no distante ano de 2007, ao longo do tempo venho ajudando a multiplicar esta grande família de corredores que desde então passei a fazer parte.


Karine sobrando na subida da ladeira do Bonfim
Foi, portanto, com orgulho e felicidade indisfarçáveis que pude acompanhar a eficiente e tranquila entrada oficial no mundo da Corrida da amiga Karine (que desde finalzinho de outubro vinha se preparando para tal momento) nesta prova que tem uma energia ímpar.


Angelina na subida da colina , outro momento especial da Corrida Sagrada
Outro grande e esperado momento desta edição foi o "cortejo" que acompanhava o sempre simpático amigo Amâncio que, alternando ainda trote e caminhada por causa de uma desconfortável  secura na boca, fruto da doença contra qual lutou bravamente nos últimos meses, retornava às corridas de rua.


O "Vovô" Amâncio na subida da colina,  liderando com a simpatia de sempre a legião de fãs que o acompanhava 

Alguns vindos lado a lado desde a Conceição da Praia, outros retornando 
para "resgatá-lo", após completar a prova, os seus muitos amigos puderam ter o privilégio de agradecendo ao Senhor do Bonfim, acompanhá-lo na subida da Colina Sagrada. 



Por fim, competindo pela primeira vez dentro da Faixa Etária 50/54 e fechando a prova em 24’29 (30ª colocação geral), obtive apenas a 6º colocação na Categoria. (será que a categoria é dura, rs?). Bem longe do pódio, pois infelizmente a FBA, já há alguns anos, tem se limitado a premiar apenas o Campeão da Faixa, mas tendo a satisfação de poder comemorar novo recorde pessoal na Corrida Sagrada, cuja marca anterior era de 2013.



Em tudo dai graças a a Deus"


Amâncio em seu emocionado agradecimento ao Nosso Senhor do Bonfim
Axé!


Amâncio com os Assombrados


Time feminino da "pesada", Marily, Ediane, Tayla e Édina

Foguetinho e Rafaela "meu bem"

Gaspari chegando feliz 


Érica e Karien
Com Lu













Chegada (desfocada) de Foguete e Kare



Volha

Analice







Com João Paulo - 

 Um pouco da Festa













quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

RETRÔ 2017

Dia amanhecendo em Luís Eduardo - BA


O ano novo já chegou e junto com ele, novamente, a hora da doce tarefa de reunir em vídeo as competições, treinos, passeios, encontros, corridas recreativas, pedaladas, viagens, família, amigos, enfim, os melhores momentos do nosso blog no ano anterior.

O trabalho nunca é dos mais fáceis (graças a Deus), mas a vontade de reunir num vídeo todas essas pessoas, essa "tanta muita e diferente gente" que deixaram mais leves e divertidos nossos dias durante todo o ano passado é mesmo uma poderosa fonte de motivação.

Obrigado a todos vocês!

Quando tiverem um tempinho, venham se encontrar aqui nesta viagem de 17 minutos.


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Feliz 2018!

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

BIKE DE SALVADOR A PORTO SEGURO COM MARCONDES LYRA

Elevador Lacerda em Salvador, ponto de partida da viagem

Há três semanas recebemos a seguinte intimação do alagoano e "irmão de estrada" Marcondes Lyra:


Quando a gente vai fazer uma viagem de bike novamente? Já tá na hora de voltarmos para estrada. Tenho uma semana livre para isso.

O amigo tinha razão,  afinal nosso última viagem em cima das magrelas datava de dezembro de 2014, e de lá para cá todos nossos encontros tiveram como ponto principal "apenas" a corrida de rua.

Uma semana de cicloturismo encaixava-se perfeitamente com o momento da periodização dos treinos de corrida, uma vez que já me encontrava na terceira semana de treinamento de base para 2018.

A confirmação desse pensamento viria na resposta do Prof. Marcelo Augusti a minha consulta:

"Pedal ta liberado! Se não o treinamento perde a graça, né! E se puder incluir uns trotes, ok! Então vamos aproveitar essas duas semanas para deixar a corrida forte"

Pronto o martelo fora batido. Daí restava ver um roteiro e em poucos minutos já havíamos elegido: Salvador/Porto Seguro pela BA-001

Marcondes na passagem pela Ponte do Funil
A logística exigiria de Marcondes uma viagem de ônibus até Salvador e foi assim que na segunda-feira passada o recebi na Rodoviária de onde imediatamente iniciamos nossa viagem.


04/12 – DIA 1  DA VIAGEM 

DE SALVADOR A TAPEROÁ – 120KM (a partir de Bom despacho)


A primeira corrida da viagem foi para pegar o Ferry Boat das 07h. Entretanto ainda nos foi possível encaixar uma passagem na Praça Cairu, para registro do ponto inicial da viagem no maior símbolo da cidade do Salvador: O elevador Lacerda.


No Ferry Boat
Aquele não seria um dia fácil, pois além de começarmos a viagem  efetivamente muito tarde (8:30h saímos de Bom Despacho) antes mesmo de chegarmos ao Ferry, ouvimos um estalo forte na bike na bike de Marcondes e pelo balanço da roda constatamos logo que um raio se fora.

Marcondes e o Sr. ""Impossível".
Durante a travessia, optamos por soltar o freio traseiro e rezar para chegar numa cidade onde pudéssemos fazer coincidir o tempo do reparo com o tempo do almoço.

Em Nazaré das Farinhas, onde já chegamos com mais dois raios quebrados, nossas preces foram atendidas e na bicicletaria do Sr. "Impossível" a bike foi reparada (mesmo sem que ele tivesse lá os raios apropriados) enquanto enchíamos o tanque.


Valença
A próxima parada seria em Valença.


Taperoá
Quando estávamos para deixar Valença, achando que seria possível rodar até Ituberá, foi a minha vez de ter problemas com a bike, um pneu furado que nos custou um tempo precioso para reparo e acabou fazendo com que optássemos por ficar na bela cidade de Taperoá, um dos berços da manifestação folclórica Zambiapunga na Costa do Dendê.

05/12 – DIA 2  DA VIAGEM

DE TAPEROÁ A ITACARÉ – 120KM

As 5h da manhã deixamos a orla de Taperoá.


Saindo de Taperoá
Na cabeça, o plano de sair da estrada para visitar a Cachoeira de Pancada Grande e, depois que tomássemos um banho por lá, seguir para Igrapiúna ou Camamu para tomar um café de verdade.

Acontece que exatamente quando passávamos em Ituberá, novamente tive o pneu dianteiro furado. 



Agradecendo a Deus pelo fato de isso está acontecendo de novo dentro de uma cidade, em vez de fazermos nós mesmo a "força", para minimizar o tempo perdido, buscamos uma borracharia que "coincidentemente" se situava ao lado de uma padaria, e que padaria, rs. 

"Lavamos a égua" e quando saímos de lá a bike já estava pronta para seguir adiante.
Pancada Grande
Em pouco tempo estávamos nos refrescando nas deliciosas águas da sempre imponente Cachoeira de Pancada Grande.


Porto de Camamu

Com a sensação de alma lavada saímos de lá e a próxima parada para abastecimento de líquidos foi no Porto de Camamu.


Banho na Cachoeira do Tremembé
A partir dali, as subidas foram se tornando ainda mais constantes e com o sol castigando, convidei Marcondes a pararmos para almoçar na Cachoeira do Tremembé.

Convite aceito, dali só saímos umas três horas depois e já com aquele sol friozinho de final de dia, chegamos a Itacaré, a capital do Surf na Bahia.



06/12 – DIA 3  DA VIAGEM

DE ITACARÉ A ILHÉUS – 70KM

Praia da Concha - Itacaré
Os dois primeiros dias não haviam sido os mais tranquilos do mundo e nada melhor que um lugar tão paradisíaco para fazermos uma recarga das energias.

Por isso, assim que chegamos, tratamos de pedir uma tolerância até as 15 h, que gentilmente nos foi dada pelo pessoal da Pousada Piratas.



Então já que tínhamos uma manhã livre, e consequentemente pedalaríamos menos naquele dia, poderíamos desfrutar do café da pousada, poderíamos nadar etc., então, atendendo aos pedidos de Mr. Running, incluímos uma corridinha no meio da viagem.



Após revigorante sesta, começamos a nos arrumar para deixar a Praia da Concha. Engraçado que a gente pensava mais nos 5km morro acima da ciclovia que liga a cidade de Itacaré a BA-001 do que o que ainda iríamos enfrentar naquela rodovia.


Bem na hora de sairmos, Marcondes resolveu dar uma passada numa casa de bike para verificar a possibilidade de diminuir um pouco do raio de ação do "armengue" feito em Nazaré, para suprimir o atrito que estava ocorrendo quando havia necessidade de usar a marcha mais leve.



Na loja de bicicletas, aproveitei para pedir ao mecânico que verificasse também o meu pneu dianteiro que começara a corcovear muito nos quilômetros finais do dia anterior.

Para variar, utilizamos este tempo gasto pelo mecânico, enchendo os tanques numa lanchonete bem próxima.



Na volta as bikes já estavam prontas e o mecânico me mostrou que a  câmera estava rasgada próxima ao pito e que só não havia baixado o pneu porque havia ficado embolada de um jeito que o ar não saiu.

Eu que havia ido de carona, acabei resolvendo algo que poderia me causar um problemão, sobretudo naquelas muitas ladeiras do caminho até Serra Grande. Se aquilo esvaziasse de súbito numa daquelas vertiginosas descidas, o negócio poderia ficar feio.



Na passagem pelo Mirante de Serra Grande encontramos um casal de argentinos que estavam viajando no sentido contrário. 

A vontade era de ficar ali mais tempo mas restavam ainda poucas horas de claridade e precisávamos nos aproximar o máximo possível da cidade de Ilhéus antes de escurecer.

Pizza em Ilhéus para encarar o dia seguinte
Por volta da 19 horas chegávamos a nosso destino.


07/12 – DIA 4  DA VIAGEM

DE ILHÉUS A PORTO SEGURO – 180KM


As 5 horas da manhã deixávamos Ilhéus.

O vento contra até as imediações de Olivença era algo que já estava no pacote. Muitas vezes prevenira o amigo que isso iria acontecer neste trecho da viagem.

Passagem em Olivença
Perto das 08 horas, já atingíamos a cidade de Una onde paramos para o café da manhã (uma vez mais havíamos deixado uma pousada antes do café) e eu aproveitei para tomar um banho frio no Posto de Gasolina.


Café da manhã em Una
A travessia entre as cidades de Canavieiras e Belmonte dura em torno de 1h de barco e depende de horário de maré. Levávamos conosco a vontade de conseguir atravessar o Rio Jequitinhonha ainda naquele dia. 



Havia contatado no dia anterior o  amigo (e colega de trabalho), Eduardo Tourinho em Canavieiras, pedindo que tentasse acertar um barqueiro lá para gente e, ali em Una,  enquanto nos alimentávamos, ficamos sabendo que a travessia só seria possível até as 12 h da manhã.

Canavieiras-Belmonte pelo Rio Jequitinhonha

Pedalando o mais célere que o relevo nos permitia, conseguimos chegar a tempo em Canavieiras e após um breve encontro com Tourinho e uns picolés na praça partimos para a cidade natal do meu pai, Belmonte.


Belmonte, cidade natal do "Seu" Osvaldo

Em Belmonte  ficamos o tempo suficiente para o almoço e Marcondes ainda teve tempo de experimentar a iguaria especial da cidade: O goiamum.


Goiamum no Bar de André em Belmonte
Perto das 15 horas, meio sonolentos com o almoço, reiniciamos nossa viagem.

Aos poucos foram se sucedendo Mojiquiçaba, Guaiú, Santo André e por volta das 17:30 h estávamos a espera da Balsa para Santa Cruz de Cabrália.
Esperando balsa para Cabrália
Àquela altura, sabíamos que teríamos que "andar" a noite para chegar em nosso destino, mas já havíamos decididos que ainda naquele dia iríamos dormir na cidade berço do Brasil.



Ajudados pela iluminação e pelo acostamento de boas condições chegamos em Porto Seguro e não demorou muito para irmos comemorar o sucesso da missão na famosa Passarela do Álcool, afinal de contas no dia seguinte, por questões de economicidade, imediatamente retornaríamos a Salvador.


Missão cumprida: Passarela do Álcool

08/12 – DIA EM PORTO SEGURO


Havíamos feito plano para um trote até a praia de Trancoso, mas o dia amanheceu chuvoso e com uma cara de preguiça tão boa, isso sem contar o cansaço da viagem, que acabamos por nos decidir por sair da pousada apenas para uns poucos registros, almoço e para ir a rodoviária.

Foi uma modorra só. Como é bom não fazer nada de vez quando não é?
Cabral apontando o caminho de volta., rs.

Às 18:30 h embarcamos para Salvador.

09 E 10/12 – FINAL DE SEMANA EM SALVADOR

Em Salvador o tempo também estava meio jururu, aí o jeito foi investir o tempo neste pequeno filme abaixo para contar um pouco da nossa viagem. Espero que gostem.


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No domingo a tarde Marcondes retornaria para Maceió carregando no bagageiro da ônibus a sua bike, mas claro que para não perder o costume, fizemos um excelente treino de corrida nas Dunas antes de sua partida.


No Abaeté com Foguetinho e Antonio Leite
Valeu, Marcondes!

Até a próxima, pessoal!

 Outras fotos...
DIA 1 -









Dia 2 


















Comida Liofilizada para economizar




Dia 3 












Dia 4 








Domingo