sábado, 14 de abril de 2012

MARATONA: BRASILEIROS BUSCANDO ÍNDICE / EXPECTATIVA DE RECORDE MUNDIAL



Paris, Viena, Milão, Roterdã. Para quem gosta de Maratona, este final de semana será uma verdadeira festa. Incluindo Boston, que será realizada na segunda-feira (feriado nacional dos Estados Unidos), serão 5 maratonas e muita expectativa.

A quinze dias do prazo final para obtenção do índice nesta distância para os Jogos Olímpicos de 2012, muitos brasileiros estarão na briga tentando carimbar seus passaportes para Londres.

ÍNDICE FEMININO: abaixo de 2h30
ÍNDICE MASCULINO: abaixo de 2h15

No feminino, Adriana Aparecida da Silva, Campeã Panamericana em Guadalajara 2011, conseguiu o índice A na Maratona de Tóquio, mas isso ainda não é garantia de que estará na Capital inglesa, já que são 03 vagas femininas e há ainda muita gente boa correndo atrás delas.

No masculino a confusão é ainda maior. Restam apenas duas vagas (Marilson dos Santos, por ter ficado entre os 30 melhores do mundo no ano passado, já está pré-convocado).

Paulo Roberto de Almeida Paula é o único que já tem índice A (conseguido em Barcelona no final do mês passado), mas até o dia 29 de abril ainda terá muita gente para “secar”, inclusive seu próprio irmão (rs), o gêmeo Luiz Fernando de Almeida Paula. A lista ainda tem nomes como Franck Caldeira, Damião Ancelmo de Souza, José Teles, Giovanni dos Santos, Flávio Guimarães, todos em Milão e Cosme Anselmo em Viena.

Mesmo que consigam índice amanhã, os corredores precisarão aguardar até a última hora para festejar de verdade a ida a Londres já que nos próximos dias ainda teremos atletas como Solonei Rocha (Ouro no Pan de Guadalajara 2011) tentando a vaga.

No feminino, além de Cruz Nonata (Viena) e Sirlene Pinho (Milão), que correrão amanhã, particularmente ainda estou na expectativa de uma nova tentativa de Marily dos Santos e Maria Zeferina Baldaia.

Outros brasileiros que estarão correndo atrás de índice, em Paris, são os  atletas paraolímpicos Ezequiel Marcelo da Costa, Ozivan Bonfim e Tito Sena.


Em Boston, o queniano Geoffrey Mutai, além de defender o título de campeão, também estará lutando por uma vaga em Londres. 

Além de tudo isso, há ainda a possível quebra do Recorde Mundial em Roterdã, para onde os olhos do mundo estarão voltados (o nome mais cotado para ser o novo recordista é o do queniano Moses Mosop).

Amanhã teremos as respostas.

Por enquanto...

Mantendo o ritmo de descanso, hoje diverti-me com 60km de bike pedalados pela Estrada do Coco e amanhã, para fechar esta segunda e última semana regenerativa antes de começar os treinos em busca de um novo Recorde Mundial Pessoal na Maratona de Porto Alegre, agendei com alguns amigos uma corridinha nas Dunas.

note que a própria máquina foi captada na foto automáica
No final da tarde uma ida ao Circo com a família foi o passatempo ideal para quem está louco de vontade de ver chegar o novo dia com todas essas deliciosas disputas.

Tia Lalá e meus três filhotes
Boa noite!

domingo, 8 de abril de 2012

PÁSCOA / SEMANA SANTA E REGENERATIVA


A Páscoa é tempo de recomeço.  

A Maratona no Chile marcou o encerramento do primeiro trimestre de corrida e, seguindo as orientações do Mestre Marcelo Augusti, esta semana (e também a próxima), além de Santa, também foi regenerativa.



Estes momentos sempre são propícios para reativar a “velha bike”. Em Salvador desde a quinta-feira, quando fui “voando” pegar os molequinhos para passar o feriadão com o papai, as pedaladas e os trotes nas Dunas perto de casa têm servido como descanso.


O amigo "Pombo" hoje durante um "pit stop" na Estrada do Coco
A ordem é recarregar as baterias para retornar ao “batente” com força total. O alvo agora é a Maratona de Porto Alegre onde, se Deus quiser, estarei presente com vários amigos: Pataro, Carlinhos, Adhemar, etc.

Voltando aos dias em Santiago... (senta que lá vem estória!).

Em um almoço no Mercado Municipal fomos brindados com três homens que cantavam e tocavam algumas canções típicas. O prazer que eu sentia por ouvir a afinação daquele trio já era bem grande, mas fui ao céu mesmo quando (bem no momento que se postaram ao lado da nossa mesa) começaram a tocar uma música da peruana Chabuca Granda, que, dentre inúmeros cantores, também já foi gravada por Caetano Veloso.

Muitas vezes a felicidade vem em coisas tão simples. “A canção tocou na hora exata”; a cidade, a companhia, o vinho... juntando-me ao  pessoal, a plenos pulmões, cantei a belíssima “La Flor de La Canela”.

                                     Um pouquinho da canção (sem beber) e do Chile

Ainda bem que não sou de beber muito. Do contrário, provavelmente teria arrancado o violão das mãos de um deles... rs

Agradeço a Deus por toda Luz em nossos caminhos e desejo que todos tenham não apenas semanas, mas meses, anos, séculos verdadeiramente santos e felizes.


Até a próxima!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

MARATÓN DE SANTIAGO 2012 COM RP, "PERO NO MUCHO"

Com a "Titia" Lalá na entrega do Kit

O amanhecer do Domingo fez despertar aquele conhecido frio na barriga. Não tem jeito, se a Maratona é daquelas “pra valer” nunca estarei de todo tranquilo. A única coisa que dará um jeito naquela sensação é o “apito do juiz” dando início à partida.

ANTES
Apesar da pouca distância entre o Hotel e o local da largada preferimos ir de táxi para termos tempo suficiente de localizar pontos como guarda-volumes, banheiros, largada da Maratona e dos 10 km...

Faltando 30 minutos para a largada da Maratona (que estava prevista para 08:30, enquanto para os 10 a previsão era 08:45), após algumas fotos, despedi-me da titia Lalá que ainda iria colocar as coisas no guarda volumes e parti para fazer o aquecimento.


A praça estava completamente tomada por corredores (segundo os Organizadores havia 25.000 pessoas inscritas nas três distâncias (10, 21 e 42km), entre elas muitos brasileiros. 


Enquanto alongava tentava encontrar em meio aquele formigueiro humano a porta de entrada para a Largada da Maratona. Não havia baias separadas por ritmo de corrida. O horário de largada para cada distância era a única divisão e os maratonistas levavam uma pulseira preta.

A 15 minutos do início comecei a correr de um lado para outro buscando sem sucesso alguém que me dissesse onde era a entrada. As grades eram muito altas e nem que eu quisesse conseguiria pular.

O tempo ia passando e eu não conseguia descobrir. A cada olhada no relógio, para combater um pensamento que vinha me martelando: “Como uma preparação pode ser comprometida por um simples detalhe” e para diminuir a aflição, dizia para mim mesmo que aquele corre-corre estava sendo um bom aquecimento (rs).


Logo faltavam apenas cinco minutos e seguia perdido em meio à multidão, quando reparei num corredor argentino também olhando ansioso para todos os lados; além da camisa de seu país, no braço levava uma pulseira da mesma cor da minha. Perguntava-lhe se já sabia onde era a entrada quando ouvimos uma contagem regressiva. “Já?!”, pensei. Mas aquilo fora para que os Chilenos fizessem ecoar seu famoso grito de guerra: “Chi, Chi, Chi, Le, Le, Le – Viva Chile!”. Ufa! Alarme falso!

Foi quando finalmente avistamos a entrada do curral, guardada por um segurança que nos deixou adentrar à vista de nossas pulseiras. Despedi-me do colega de aflição desejando-lhe boa prova e gastei os três minutos restantes fugindo do fundão enquanto aproveitava para fazer uma prece à “Nossa Senhora dos Chips”.

Após um tiro de canhão, pontualmente às 08:30, demos início à nossa jornada.

Foi preciso muito zigue-zague para passar o primeiro quilômetro com 04’46. Apesar do tempo alto de passagem (o maior de todos) mais uma vez repetia para mim mesmo: “Servirá como bom aquecimento”. A última meia hora havia sido bem intensa, mas agora só precisava correr.

DURANTE
Acelerando para buscar o pace pretendido, logo nos primeiros quilômetros percebi os efeitos da baixa umidade da Capital Chilena; a garganta começou a secar e a sensação era semelhante à sentida naqueles exames ergoespirométricos.

Como sabia que os três primeiros postos de hidratação estariam dispostos de 5 em 5km e, só após o Km 15, de 3 em 3km, levava no short uma pequena garrafa d’água (250ml); tomei um gole e experimentei fechar um pouco mais a boca enquanto corria. Parece que deu certo porque até o final não mais tive a sensação de boca seca.

Passar o Km 10 com 43’ indicava que já estava dentro do ritmo pretendido, já que buscava fazer em torno de 1:31 na meia e, confiando nos tais 12km levemente descidos no final, tão cantados em versos e prosas, conseguir um split negativo na casa de 1:28.

Só esqueceram de dizer-me que para descer 12km há que se subir 30 (já que a a largada e a chegada eram no mesmo lugar rs).

Com 1h32min34 cruzava o pórtico da meia maratona. O percurso até ali tinha sido distribuído entre plano e levemente subido; o sonho do Sub-3 tava ficando complicado, mas a depender dos tais “12km levemente...” talvez ainda fosse possível.

Na passagem dos 30km já ia com 02h12; restavam menos de 48 minutos para 03 horas, o que me exigiria um pace abaixo de 04 a partir dali. Mais do que nunca precisava da tal ladeira de 12 km... rs.

E ela não veio!

Não sei quem foi que inventou essa estória de 12... Deixa pra lá (rs). Realmente fizemos uma descida longa, algumas passagens até chegaram a animar, mas depois vi muito mais trecho plano que levemente descido.

Estava me sentindo cansado e agora travava uma briga mental: forçar para tentar o Sub-3 ou manter para garantir o RP.

Algumas vezes me dizia. “Você já correu 30km, ainda dá tempo. Se deixar para outro dia, terá que chegar neste ponto de novo”. Noutras, a própria dificuldade que estava tendo para manter o ritmo arrazoava no sentido de que devia desistir por ora da ideia do Sub-3, sob pena de acabar a prova sem o RP.

O relógio, a razão e o cansaço venceram a briga. Concentrei-me em tentar fazer o mesmo tempo da primeira metade para fechar a prova comemorando com RP. Isso e os muitos gritos de “Si, Se pude Brasil” mantiveram-me focado na luta para não perder o ritmo.


Estampei uma camiseta especialmente para esta corrida: Salvador Pró-Maratona, com detalhes em verde e Amarelo sob uma bandeira do Brasil e uma frase de agradecimento a Marcelo Augusti, o grande responsável por minha evolução neste esporte.

A intenção era homenagear o mestre com o Sub-3. Como ainda não chegou a hora, dedico-lhe a nova marca alcançada nesta Maratona (RP): 03h05min45.



Em relação à marca anterior foi apenas 1 minuto e 44 segundos menos (ô minutinho sofrido rs), mas terminei a prova sentindo-me muito feliz por ter conseguido essa pequena vitória (em 89º lugar de um total de 2530 concluintes do sexo masculino).  

Após alguns minutos reencontrei-me com Laryssa, que esteve aguardando minha passagem no pórtico depois de cravar 01h00 nos seus 10K. Levando-se em conta que ela não tem regularidade alguma para treinar (por isso mesmo não tem tanta preocupação com relógio), foi sem dúvida um excelente tempo da “Titia”.



DEPOIS
Nesta segunda-feira fizemos nosso regenerativo desfrutando de um programa que recomendo a todos que tenham a oportunidade de estar aqui um dia: o City Bike Tour da empresa “La BicicletaVerde”.


Foram horas maravilhosas num passeio que teve um enfoque especial na história política recente do Chile contada pelo excelente guia Ricardo.


Com tantos anos de ciclismo somente hoje pude realizar um antigo desejo, o de  pedalar numa bicicleta dupla. Adorei a experiência; era como se estivéssemos  andando de moto.  


Após o termino do passeio fomos conhecer o Mall Sport, um shopping exclusivamente de lojas de esporte, que entre outras muitas coisas tinha Arena de Paint-Ball, Paredes de Escalada e até um lugar para surfar de verdade lá dentro.





Esta cidade vai deixar saudades...


Boa semana!

sexta-feira, 30 de março de 2012

NO CHILE / TREININHO E CONFRATERNIZAÇÃO DE BRAZUCAS


Cerro San Cristóbal

“’Stamos” em Santiago!

Depois de enfrentarmos (“Tia” Lalá e eu) mais de 14 horas entre voos, escalas e conexão, finalmente chegamos ao nosso destino. Já passava das três da madrugada quando, “no bagaço”, entramos no Hotel.

O mais natural para alguém que havia enfrentado um dia tão cansativo seria deixar-se dormir até o meio dia, e talvez assim o fizesse se não houvesse entrado no blog do André Savazonni na noite anterior, onde fiquei sabendo que às 7:00 da manhã haveria um treino leve de confraternização para corredores brasileiros na Capital Chilena, proposto pelo Murilo Ugolino Klein através do seu perfil no Facebook.

O dia ainda não havia clareado quando entrei num táxi para dirigir-me ao local combinado (Museu de Belas Artes) a fim de participar da festa brazuca.

Por volta das 7:10 encontrei um grupo de dez corredores e, ainda sem saber se se tratava do pessoal do encontro, juntei-me à turma.

O lugar escolhido para correr era muito agradável. Um parque com piso de terra e um monte de cães a acompanhar nossas passadas. Apesar do pouco tempo que corremos juntos (o treino era de apenas 30 minutos e já peguei o bonde andando), ainda deu tempo de trocar algumas palavras, saber de que parte do Brasil cada um veio, nome, etc.
(alguns nomes: Lúcio, Murilo,eu, Mário, Flávia)
 Uma coisa que me chamou atenção foi a diferença enorme entre o número de pessoas que havia confirmado presença na rede social (fui o octagésimo a fazer a confirmação) e os que efetivamente ali estavam. De toda sorte, mesmo não chegando a ser um Brazilian Day (El Día de Brasileños) em Santiago, valeu a pena ter participado da brincadeira.

Ao lado de três corredores que estão hospedados no mesmo hotel em que estou, fiz o caminho de volta “pra casa” correndo e só quando travei o cronômetro é que vi que ele marcava 01 hora e 07 minutos de treino.  Nada mal para quem não tinha planejado fazer mais nada antes da Maratona.

voltando para o Hotel com Flávia, Marinho e Marcelo (todos de Curitiba)
 Após um bom café da manhã, o merecido sono antes da visita na parte da tarde ao Cerro San Cristóbal.



Amanhã o único compromisso é a busca do kit; afora isso a ordem é descansar e relaxar até a hora da Maratona.

Muita Luz para todos!





segunda-feira, 26 de março de 2012

TEMPO RUN - 15KM ENTRE STELLA MARIS E JARDIM DE ALAH

Foto retirada do Blog do Augusto César 

A uma semana da Maratona de Santiago (principal desafio do primeiro trimestre), neste sábado, aproveitando a distância natural entre Stella Maris e Jardim de Alah, despedi-me dos chamados treinos de qualidade com um tempo run de 15 km.

Com um pace apenas ligeiramente mais rápido que o pretendido na Maratona, esse tipo de treino é muito bom para trabalhar ritmo de corrida.

Além dos ganhos fisiológicos e de ser uma excelente referência para as competições, o grande barato desta espécie de intervalado de longa duração é a força que ele pode exercer na mente do atleta, aumentando a auto-estima e a confiança na hora de correr.

Como se trata de um treino com foco em velocidade, portanto, em alta intensidade, costumo encará-lo com a mesma seriedade de uma prova, cercando-me de cuidados como dormir mais cedo na noite anterior, hidratação, educativos, aquecimento etc., para só então acionar o cronômetro e partir concentradíssimo para a execução.

“Treino é treino e jogo é jogo”. Quem nunca ouviu esta expressão?  Mas fazer estes 15km em 1 hora e 03 minutos às vésperas da viagem aumenta bastante a confiança no sucesso nos 42,2km do próximo domingo, principalmente levando-se em conta que ontem, diferentemente de um tempo run que fiz no mês passado (antes da Meia de SP), não forcei tanto a barra, já que estava correndo em meio a carros e um número cada vez maior de atletas que colorem nossa cidade.

Zé Amâncio, "Tia" Lalá e eu

Aliás, “meio de rua”, trânsito e orla no final de semana não são os lugares mais indicados para treinos de ritmo. Na falta de pistas de atletismo em Salvador, geralmente busco fazê-los no Parque de Pituaçu, sobretudo por conta das placas de quilometragem, ou no Pinicão onde multiplicamos voltas de 500 metros, mas ontem, além de fazer meu treino também tinha o compromisso de acompanhar a tia Lalá nos seus 40’ de grama no Jd. de Alah, o que já funcionaria como “desaquecimento”.

Mas não foi bem isso que aconteceu.

Cheguei lá e nada da tia Lalá (parece que eu tava rápido mesmo rs) e, quando finalmente ela estacionou seu carro, para seu azar e felicidade minha (rs) já havia me encontrado com o sempre simpático e alegre José Amâncio, com quem desfrutei de uma boa conversa enquanto a minha "atrasadinha favorita" fazia suas voltas no Coqueiral.


Jd de Alah
Somente nos minutos finais do treino da Titia, após “Seu” Amâncio ir embora, é que a acompanhei. De lá voltamos voando para casa, ainda a tempo de encontrar os meninos dormindo.  Não resisti. Descanso também é treino. Após repor as energias com um relaxante banho, deitei-me e adormeci ao lado dos moleques.

O dia ainda seria bem longo...



Papai e os 03 filhotes na Saraiva



Boa semana!

segunda-feira, 19 de março de 2012

29ª CORRIDA CIDADE DE ARACAJU




“...Terra, cajueiro, papagaio...” 

No último sábado, pelo sexto ano consecutivo, mais uma vez tivemos a felicidade de estar na acolhedora São Cristóvão para cobrir os desafiadores 25km (com suas famosas 17 ladeiras) até a orla de Aracaju, evento que faz parte das celebrações do aniversário desta cidade.


Uma das primeiras cidades brasileiras a ser planejada, Aracaju já nasceu Capital. Por necessidades econômicas (a região precisava urgentemente de um porto que escoasse melhor seus produtos) e num certo dia 17 março de 1855, o antigo povoado de Santo Antônio de Aracaju, numa só tacada, foi elevado à categoria de cidade e sede da antiga Província Sergipe Del Rey, roubando este posto da pequena São Cristovão.

Desde a largada até a chegada, o que torna esta prova tão especialmente singular é a alegria do povo sergipano. Sem distinção, à passagem dos participantes, palavras de incentivo, brincadeiras, aplausos, foguetes estourados e as mãos estendidas dos pequeninos à espera de um toque dos corredores fazem com que a viagem seja “rápida” e muito prazerosa.

foto de arquivo
 Se alguém me perguntasse onde eu queria estar no dia 17 de março nos próximos 44 anos, responderia sem pestanejar: “Na maravilhosa festa entre São Cristóvão e Aracaju, conhecida como Corrida Cidade de Aracaju”.

VIAGEM PARA AJU
Na sexta-feira, as 3h30 entre Salvador e Aracaju foram recheadas de lembranças do Desafio do ano passado, quando chegamos à capital sergipana com 07 dias decorrida. Durante toda viagem mostrava (principalmente à prima Fátima que não conhecia o caminho) as etapas percorridas diariamente enquanto relatava estórias daqueles dias.

Deixando a busca do kit para o dia posterior, no final da tarde já desfrutávamos das delícias aracajuanas na Passarela do Caranguejo, quando nos encontramos com Ivone e Luciana e, entre goles espumantes de suco de abacaxi, acertamos os detalhes do “resgate” que faríamos (Gil e eu) às meninas ao concluirmos nossas provas.





KIT/ALMOÇO
Para fazer uma só viagem e assim estar mais descansado para a “batalha” da tarde, emendamos a busca do kit com o almoço e somente às 10 da manhã saímos do Hotel para ir ao Clube Cotinguiba.


Esse é sempre um momento muito gostoso. Sem filas ou grande espera, resolve-se logo o “problema” e o restante do tempo, enquanto não chega a hora do rango (11:30), torna-se uma ótima oportunidade de confraternização entre os corredores (conterrâneos em sua maioria) que estão por lá.

Com André Araújo Almeida e Angela Pelosi

A CORRIDA

Às 16:00, pontualmente, foi dada a largada da 29ª. CORRIDA CIDADE DE ARACAJU.

A emoção de estar vivendo aquilo novamente era a única coisa que podia justificar o coração que seguia acelerado e destoante do ritmo tranquilo adotado no começo da prova. Como seguir imune a toda aquela manifestação de carinho?


Após nosso “desfile” pelos paralelepípedos da histórica São Cristovão, já com o peito apertado de saudades daquela gente, apertamos o passo para enfrentar a Rodovia João Bebe Água, nosso caminho até a nova Capital.


Usando a Corrida como treino de luxo para a Maratona de Santiago, somente a partir do sexto quilômetro é que finalmente comecei a entrar no pace pretendido para aquela prova.

Ao término da primeira hora de corrida estava com praticamente 14km percorridos. As famosas e temíveis ladeiras haviam ficado para trás e o ritmo aumentava naturalmente.

Por volta do km 20 (com 1 hora e 26 minutos de prova) percebi que o chip descartável, pendurado apenas por um dos lados, tremulava como se fosse uma bandeira sobre meu tênis.

Por alguns segundos acompanhei com os olhos o movimento daquele pedaço de plástico esvoaçante enquanto decidia-me se pararia ou não para ajeitá-lo.

Faltavam apenas 5 km. Julgando que ele aguentaria até o fim resolvi prosseguir e cruzar o tapete de cronometragem andando e virando-o para todos os lados para garantir que fosse feito o registro. (Mas não foi bem assim).

Próximo ao km 23, eis que avisto lá na frente um dos meus ídolos de corrida: o sexagenário Manoel Brandão. Não é todo dia que a gente consegue andar junto com um “monstro” deste e, como fã enlouquecido, apertei ainda mais o passo para alcançar o velho Manoel.

Assim que emparelhei fiquei sabendo que sua perna não estava cem por cento e que ele estava apenas administrando a vitória, já que o segundo colocado da sua categoria estava vindo muito lá atrás. Após um desejo mútuo de boa sorte e um “vai!” de Seu Manoel continuei aumentando o ritmo e deixando o ídolo para trás.

Quase na virada da orla (quando restavam menos de mil metros) é que me lembrei de olhar para o tênis e só então me dei conta de que o Chip batera asas de uma vez.

A angústia daquele momento durou uma eternidade. O que fazer? Virei-me para trás e, ao longe, vi algo reluzindo ao sol. Num ímpeto, sempre em alta velocidade, dei meia volta e retornei para conferir se era o chip perdido.

Após pouco mais de 100 metros no sentido contrário (dois corredores que havia ultrapassado recentemente perguntaram confusos o que estava acontecendo) cheguei ao objeto e, triste, constatei que havia me enganado.

Com a cabeça a mil, dei meia volta e fui até o fim em ritmo de tiro recuperando todas as posições perdidas no retorno e fechando a prova sem registro, mas dentro do tempo programado 1h45min55.

Tão logo cruzei o pórtico relatei o ocorrido para os responsáveis pela Organização. Dos três postos de cronometragem não fui registrado apenas no último. Tendo eles o cuidado de anotar meu número de peito e tempo da passagem no tapete talvez fosse possível fazer constar meu nome no Resultado Geral da Prova.


Superado esse momento chato, corri para os abraços de chegada e beijos da namorada, mas antes de chegar nas preocupadas Titia Lalá e na Prima Fátima (que não estavam entendendo de longe o que tanto eu conversava com os organizadores), ainda tive o prazer de dar uma entrevista contando sobre o que eu achara da prova.



Algum tempo depois, eu e Gil (que completou a prova em 1h53) nos despedimos da família e fomos, cumprindo nossa promessa, buscar Luciana e Ivone

Lu e Ivone após chegada
No final da noite o regenerativo ficou por conta de um um“pé-de-serra” na famosa Casa de Forró Carri a chave mais que perfeita para encerrar nossa participação nos festejos do 157º aniversário da cidade de Aracaju.



 Boa semana!

com Lucas, Gil, Ivone e Lu




Juju


                                    Aracaju-2012 ao som da Família Encarnação