O combustível deste blog é um mix composto por duas grandes paixões em minha vida: viagens de bicicleta e competições em corrida de rua.
Sejam bem vindos!
E lá estávamos nós, mais uma vez, reunidos para nos despedir do "ano velho" correndo a São Silvestre Beach.
Os
15 km de areia fofa no circuito da "Beach Cross" (3 voltas
de 5k) já viraram tradição.
Você já foi à São Silvestre da Bahia, nega? Não, então vá!
Brincar
na SS Beach é poder correr ao som das ondas do mar, dos risos dos
amigo (e até do restinho do show de final de ano que rola por ali
rs), sentindo o afago dos primeiros raios de sol da manhã, o
vento refrescando a pele e os pés sendo acariciados pelos
grãos de areia.
A
simbólica São Silvestre é também uma brincadeira competitiva que
se encaixa perfeitamente nesse período em que a maioria dos
corredores estão fazendo base.
O
legal também é que o horário de largada e as opções menores de
distância (1 ou 2 voltas), faz com que todos tenhamos tempo
suficiente para irmos para a frente da TV assistir a SS oficial.
Estou
certo que saímos todos de alma lavada e pernas fortalecidas
para seguirmos viagem para 2024. Graças a Deus!
Nada como uma boa confraternização para fechar um ciclo, não é mesmo?
Com a não ida a São Paulo por motivos econômicos, como diria um dos participantes da brincadeira desse domingo 22 de outubro, "sobrou para a turma" rs.
Chorinho de charme, pois não da para reclamar do saboroso passeio pela areia da praia entre Arembepe e o Jardim de Alah.
Com o grande atleta e irmão Pataro que vinha numa sequência bem interessante naquelas 05 últimas semanas ; 67 Desafio do Samurai, Maratona de Salvador, 100km na Ultra BA 052, Maratona da Bahia, A tarde Run e foi se divertir em mais um 42 entre praias e travessias de rios.
A maratona baiana das praias, oferecia como opção não menos bela ou desafiadora, a distância de 26km, desembarcando os atletas desta modalidade na Praia de Stella Maris.
Bruno, o motorista do Buzu
Graças a uma eficaz operação logística e a gentileza do nosso amigo Bruno Fraga que, se colocou à disposição para levar o nosso "onibus" de volta a Salvador, as 5h da manhã estávamos todos na paradisíaca praia de Arembepe.
O nascer do sol e uma divertida cantoria de uma turma que, pelo jeito, havia amanhecido o dia entre comes e bebes, mas esses que aqueles certamente, acompanhou nossa pontual largada.
Em ritmo tranquilo, a turma seguiu juntinha desfrutando deste privilégio que é ter gente "maluca" comungando do mesmo amor a este nosso esporte tão vital para todos.
Ruidosos, endorfinados, fomos avançando pelas praias... Piruí, Jauá, Busca Vida e, assim, conectados, cruzamos o Rio Joanes e chegamos a Praia de Buraquinho com 17km rodados.
Val encorajando os meninos Sérgio e Jacson, na travessia do Joanes (ao fundo , Manu)
Para parte da turma (os que não iriam fazer os 42,2 k) faltavam "apenas" 09 km, então conforme combinados, a partir daquele ponto, fomos cada um concentrando em sua missão e aos poucos fomos nos repartindo em pequenos blocos.
Testemunha da nossa largada, o sol que agora tornara-se um "adulto", nos acompanhou de forma intensamente brilhante por toda nossa jornada.
Chegando com Sérgio Dórea no Jardim de Alah
Num domingo de praia lotada, seguia distraindo-me com toda aquela movimentação que coloria ainda mais aquele dia tão singular.
Agradecido a Deus, feliz pela realização de cada um, com 5h e 19 minutos, chegava ao fim da jornada da MARATONA BAIANA DAS PRAIAS, completando o restinho que faltava para os 42,2 km, naquele gramado tão importante para minha estória como corredor de rua.
No
último domingo foi dia de festa na BA-052, rodovia estadual que para
nós baianos é mais conhecida como “Estrada do Feijão”.
Alegria
geral espalhada
pelos
100k de
acostamento entre
as cidades de Mundo Novo e Morro do Chapéu na
competição organizada e realizada pela Mentalize
Assessoria Esportiva
e seus parceiros, que além da modalidade solo, também oferece as
modalidades
de revezamento em quarteto (25k para cada um), de revamento de dupla
(50k para cada um).
Além
dessas opções
(no
campo das chamadas longas
distâncias),
havia ainda
a
opção de 50k solo, com saída no “meio do caminho”, tendo seu
horário de largada condicionado à passagem do primeiro atleta de
qualquer modalidade que cruzasse a marca dos 50k.
Comprometido
com o amigo Pataro, a servir-lhe de “Jarbas” na viagem de carro
desde a Capital, essa
última opção brilhou como excelente
oportunidade de também participar
da brincadeira “do
lado de dentro”,
e, então, quase
no apagar das luzes fiz a inscrição nos 50k solo.
Com Manoel, Lourenço e Pataro
Na
semana da prova, dessas “coincidências” que
tornam as coisas perfeitas, meu trabalho que estava previsto para se
desenrolar para
os lados do extremo oeste baiano,
acabou me deixando
pertinho da Estrada do Feijão.
Foi
aí que entrou em cena o amigo Manoel que faria as vezes de chofer
para Pataro, evitando que eu voltasse em Salvador para buscá-lo.
Esse descanso (desde a quinta já me encontrava em Mundo Novo), faria
toda a diferença em minha prova
no sábado.
Acompanhado
de Lucas (piloto
e parceiro da semana de trabalho)
e do amigo Lourenço, a
quem tivera a felicidade de atalhar seu ônibus em Baixa Grande no
dia anterior,
as
5h45
partimos para
a nossa velha
e boa
soltura pré-competitiva.
Coisas
que tornam a Corrida de Rua um esporte especialíssimo, num mesmo
treino, estava tendo a possibilidade de juntar um iniciante nas
passadas com um atleta que estava ali para correr 100k no dia
seguinte.
Por
volta do meio dia, chegariam os amigos Pataro e Manoel e juntos fomos
nos deliciar no Restaurante
Sabor & Arte.
SÁBADO
-
Após
acompanhar a largada dos 100k em Mundo Novo, comecei a me arrumar
para seguir com Manu que me deixaria
no ponto de largada dos 50k.
Ao
chegarmos na marca dos 25k (local de transição dos quartetos),
fizemos uma parada para dar uma força a turma. Ali
pudemos acompanhar a passagem de Lourenço como segundo nos 100k
solo, posição que ele iria manter até o final da prova.
Àquela
altura estávamos por volta das 6h da manhã e o tempo estava
perfeito para correr. Depois
da passagem de um sorridente Pataro, seguimos viagem para a marca do
50k.
José Aldo , lider de ponta a ponta no 100k
Com
tempo de 3h52 de prova, contrariando as expectativas comuns,
o primeiro corredor
a cruzar os
50k era da modalidade 100km solo.
NOSSO 50k
A
aproximação do impressionante José Aldo (atleta que venceria os
100k, estabelecendo novo recorde da prova) simbolizava a contagem
regressiva para nossa largada.
5,
4, 3 ,2, 1 e la fomos nós.
A
despeito de estarmos partindo 'apenas' para a metade da viagem,
as duas mais famosas serras (Miraserra e Angelim) faziam
parte dessa segunda parte da Ultra BA 052 100km.
Às 08h05 da manhã a temperatura na Estrada do Feijão, surpreendentemente, seguia muito agradável. Sabendo que aquilo não duraria até o fim da viagem, e me sentindo razoavelmente aquecido, tratei de aproveitar o melhor que podia o começo da jornada e ao final do primeiro quilômetro já me encontrava no bloco onde seguiam os ponteiros da prova.
Pouco tempo depois, o pelotão dianteiro estaria reduzido a três atletas, seguindo tão lado a lado, que foi possível (e motivo de riso para todos nós) ouvir a sincronia perfeita, da marcação de nossos Garmins na passagem pelo KM 05.
Numa breve e amistosa conversa ( entre outros assuntos, contando nossas procedências), descobri que um dos atletas (Ítalo Manoel) era da cidade de Santaluz e que Tássio Valois era de Morro do Chapéu, ponto de chegada de nossa competição.
Alguns quilômetros à frente, Tássio se desgarrou, deixando-nos "brigando"pela segunda colocação, eu e o menino Ítalo.
A felicidade de estar subindo a famosa Mira Serra (àquela altura em segundo lugar)
Concentrado
para aproveitar ao máximo a boa temperatura, aos poucos ia
diminuindo a diferença para o então líder da prova.
Nas
lombadas da BA 052, vez por outra, conseguia enxergar Tássio. Quando
estávamos chegando na marca dos 20km, enfim, tornei a emparelhar com
o atleta morrense.
Novamente
lado a lado (quase que como uma continuação de uma conversa que
tivemos no início da prova), respondendo ao meu convite de “Vumbora”
com um “Vá se embora que você tá bem demais”, gentilmente
Tássio ainda apontou para a grande curva lá embaixo me dizendo que
era ali começaria a outra temida parte da prova: A Serra do Angelim.
Incentivando-o
a manter a pegada que o trouxera até ali (elogiando principalmente o
fato de que hora nenhuma ele havia olhado para trás, o que por si só
já denotava que estava fazendo sua própria prova), segui na minha
batida.
Na
marca dos 30km - um breve susto, rs: Não havia ninguém no posto de
hidratação. Entendi na hora que acabara chegando mais cedo do que
havia previsto a logística da Mentalize Assessoria Esportiva e já
trabalhava a cabeça para administrar a situação da melhor forma
possível, quando uma staff, que me vira passar no Km 25, a bordo de
um carro da organização, apareceu para me salvar.
O
esquema de hidratação da Ultra BA 052 tem um desenho muito
interessante. Acostumado a provas de 100k em rodovias, receber da
organização 1 garrafa de 500ml a cada 5km, foi um ótimo
diferencial da prova, que nos permite dispensar a mochila.
Por
volta do km 35 (85 da prova full), fui ultrapassado pelo quarto
integrante quarteto líder. Momento que aproveitei para pegar uma
“carona” do atleta que acabara de largar do km 75.
No
km 40, acabamos ficando sem água. A equipe do quarteto chegou a me
perguntar se eu tinha água, mas, liderando desde o km 20 (sendo
proibida pelo regulamento a ajuda externa) mesmo sem quase nada na
minha garrafa, respondi-lhes que tava tudo ok, rs.
Coincidentemente,
àquela altura da prova o sol já reinava absoluto, ocupando,
finalmente, seu lugar de direito.
No
próximo posto de hidratação, garganta novamente molhada, parti
para fechar os 05k finais da prova.
À
entrada da cidade de Morro do Chapéu, o simpático Izaías Gonçalves, avisou-me
que iria “bater” a chegada do quarteto campeão e que voltaria correndo para fazer o mesmo comigo.
Na hora deu
vontade de brincar de apertar um pouco mais o passo pra ele não
ter dois trabalhos, mas o cansaço não deixou rs.
Pouco
tempo depois, com o tempo de 4h16:09, muita festa e uma locução empolgante do DJ Roberto Mucugê (apesar da
troca do Encarnação por Anunciação, rs), lá estávamos nós para
cruzar o pórtico como campeão geral dos 50k solo da Ultra BA 052.
Muito, muito feliz (vencer sempre tem um sabor especial, sobretudo quando se está a caminho de completar 56 anos de idade rs), troquei imediatamente de roupa e junto com o amigo Manoel, parti para apoiar e incentivar a turma de todas as modalidades, até que todos houvessem completados suas provas.
Agradecer sempre a Deus, ao Mestre Marcelo Augusti e às boas energias enviadas por todos (de perto ou de longe) ao longo de nosso caminho.