Após
03 anos de suspensão por conta da Pandemia, a Federação Baiana de
Atletismo voltou a realizar a Beach Cross.
Aqui
neste cantinho, é muy famoso o carinho que nutrimos por esta
que é a competição mais “fofa” do calendário de corridas de
ruas de Salvador.
Apesar
dessa relação com prova, por conta de choque de datas com a Corrida
da Folia, nossa última participação havia sido apenas em 2018,
quando, então, obtivemos o segundo lugar geral.
Neste
domingo, porém, correr a Beach significava algo ainda maior nessa
relação sentimental com as areias que ficam entre as praias do
Jardim de Alah e a Boca do Rio.
Senta
que lá vem estória…
Em
2013, surpreendentemente para muitos, vencemos a Beach Cross
Tratava-se
de uma vitória, por assim dizer, aos “45 minutos do segundo
tempo”.
Havíamos
conhecido a prova em 2011, quando a encaixamos num "longão" de 35k, e
ainda hoje é nítida a lembrança da dureza daqueles 5,5 em meio ao
bate-volta (Stella/Jardim de Alah/Stella).
Paixão
imediata pelo piso, a partir daquele dia, passei a dedicar, sobretudo
nos períodos de base (dezembro/fevereiro e julho/agosto), variados
“treinos de areia”.
Portanto,
apesar de olhos atônitos, inclusive os meus (rs), vencer a edição
daquele ano, além de tudo dar certo, como sempre soe acontecer nos
dias especiais, era também um colher de fruto da dedicação e amor
ao dia a dia de treinos (quer seja nas areias fofas, quer seja nas
Dunas), e, obviamente, a tudo mais que o processo de construção de
uma vitória, requer de cada um de nós atletas.
A
sensação daquele momento é impagável, mas o que mais vem a minha
cabeça quando penso na Beach de 2013, é a alegria genuína do
amigo Adautro que, como que incrédulo, repetidas vezes proferia a
frase “Roberto ganhou a Beach”. Jamais o vira tão feliz e
vibrante, nem mesmo em suas próprias vitórias.
Tudo
somado, na hora que estava em cima do pódio, numa conversa com Deus,
fiz a promessa de buscar ser competitivo, pelo menos naquele piso,
nos próximos 10 anos.
E
lá se foi uma década…
*
* *
Voltando
a 2023…
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Josenilton, Wellington, Ramon, Marli, Val, Su, Hostil, Naldo, eu, Jailton, Jacson, Manu e Alan |
De
carona com o amigo Manoel, enquanto nos dirigíamos para o Jardim de
Alah, todas essas sensações seguiam comigo…
Ao
chegarmos, já deu para sentir que haveria um atraso na largada,
pois os números de peito que deveriam ser entregues a partir das 6h
ainda não estavam no local.
Uma
passada de olhos na galera que estava aguardando foi o bastante para
ver que a competição tinha um reunido um ‘Field” de responsa.
A
qualidade estava garantida, mas, talvez pela tímida divulgação e,
também, por já estarmos em março, o número de atletas presentes
era pequeno (A Beach casa melhor com os meses de janeiro e fevereiro, onde os atletas em sua maioria estão no período de base
e se aventurando mais nas areias fofas) e a maior parte da turma, com
provas de asfalto num horizonte muito próximo, assim como eu, havia
cumprido a semana de treino normalmente.
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Foto de números sequenciais |
Quando
começou a distribuição, uma bela surpresa: Ganhara o nº 10 para a
competição. Coincidência da boa que combinara muito com a decisão
que havia tomado pela manhã de me vestir -me usando as mesmas
cores que havia corrido em 2013.
Prestes
a começar a viagem, sem nenhuma dependência do resultado de dali a
pouco, coração e pensamento agradeciam a Deus pela oportunidade de
chegar aos 55 anos, com a promessa cumprida.
Fommmmmmmm….
Lá
fomos nós pelo gramado…
Tendo
um forte pelotão à frente, fui o décimo atleta a sentir nos pés a
maciez da nossa areia tão querida.
Pensava
nos amigos que ali estavam, que treinavam há anos naquelas paragens
e ainda não pudera ter a experiência de competir na Beach Cross
(salvo nossas simulações de prova rs).
No
final do primeiro quilômetro, da forma quase controlada (rs), já
havia assumido a quinta posição.
Acho
que foi bem por essa hora que me dei conta, que Davi (mais conhecido ultlmamente por: ""minha sombra"") estava pisando em minhas pegadas.
Na
melhor batida que poderia sustentar, chegamos (eu e minha sombra rs)
no ponto de dar meia volta, ocupando, respectivamente, a terceira e
quarta colocação.
Apontados
que estávamos para a linha de chegada, pudemos ver que havíamos
ganho uma relativa distância para o pelotão que nos perseguia.
Adiante
de nós, Deilton tentava encostar no menino Elton, que (sendo o único
a fazer um traçado bem no limite entre as areias fofa e a dura)
havia ganho uma frente no início da prova.
Buscando
manter a pegada dentro do 5’30 por km, esperei completar o km 3,
para tentar me livrar de Davi.
Há
menos de 1 mês vivera aquele filme na Corrida das Dunas, e sabia que
se chegássemos colado, tomaria novo bote do amigo.
Buscando
ar por todos os poros (e haja caretas) por diversas vezes tentei
apertar ainda mais o ritmo, mas “a sombra” não me deixava.
Tentei, viu. Dei o melhor que pude nesse caminho de volta e houve até um
momento que achei que havia conseguido uma pequena distância, mas
uma olhadela por cima do ombro destruiu o breve momento de ilusão.
La
na frente, numa discreta virada, Deilton acabara de dar uma conferida
(mais tarde ele diria, quando olhei para trás vocês dois grudados –
Lá ele, rs ) e até me animei a apertar um pouco mais o ritmo.
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Deilton |
Nada…
Quase
findando a areia, em tom de brincadeira, ainda tive tempo de dizer a
Davi: “Pô, não me passou na areia, na grama, não vale mais, que
é funil.
Qual
nada, retribuindo o sorriso, mal saímos da areia fofa, com relativa
facilidade, lá se foi Davi conquistar com mérito a última posição
no pódio geral.
Pelo
que simbolizava a prova para mim, gostaria muito de ter vencido esse
duelo, mas a terceira colocação estava em excelentes mãos, e isso,
já era algo muito bom de comemorar também. Só agradecer a Deus e ao Mestre Marcelo Augusti.
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quarto lugar geral - Campeão da 55/59 |
Com
28’43, na mesma casa de minuto de Deilton e Davi, respectivamente
vice-campeão e terceiro geral na prova vencida por Elton, feliz e
agradecido a Deus, cruzava o pórtico de mais uma Corrida Beach
Cross.
Aos
poucos a turma foi chegando…
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Sueli Mascarenhas - campeã geral feminina |
Su,
com impressionantes 39’36, foi a primeira mulher a chegar.
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Su, Val e Lilian |
Val,
logo depois, chegaria para fazer-lhe companhia no pódio, como vice-campeã
geral feminina.
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Elton, Deilton e Davi |
Meninas
e meninos de parabéns…
Vamos
que vamos!
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Elton - chegando para a vitória |