Cumprida a missão, voltando a Salvador |
A proximidade da data desta corrida com o meu aniversário e o fato de se tratar de minha distância preferida tornam este momento um verdadeira comemoração.
Por conta disso e do carinho com que sempre somos tratados por aquelas bandas, uma vez mais ganhei do simpaticíssimo Presidente da Acorja, Lula de Holanda, o nº 01 da prova (quanta honra e responsabilidade!).
Ao decidir-me pelo retorno à Maratona das Praias, sabia que chegaria nela (em comparação ao ano passado) num momento mais adiantado da preparação para as provas de meados de junho e alimentava então a esperança de subir mais algum degrau no pódio geral.
Com o Dentista-Escritor-Maratonista Ney Caires |
Na linha de largada, vi que mesmo esta missão não seria das mais fáceis, pois impressionantemente havia uns 500 corredores por ali (fui informado que só de mulheres havia mais de 100 maratonistas).
Largada Foto by Renato Neves |
A CORRIDA
Dada a largada, sem sequer aquecer, parti para o meu treino-aniversário de luxo. Sem pressa, sem meta de ritmo, sem brigar com o relógio, rapidamente encaixei um confortável 4'30/km.
"Na Madalena revi teu nome, na Boa Vista quis lhe encontrar, Rua do Sol, da Boa Hora, Rua da Aurora, vou caminhar..."
Como é gostoso este passeio pela Madrugada de Recife, o amanhecer pelas bandas de Pina/Boa Viagem, e neste desfile no caminho até a Enseada dos Corais, passar ainda pelas praias de Piedade, Candeias, Barra da Jangada, Paiva, Itapuama e Pedra do Xaréu.
Lá pelo km 17 encontrei Alan Greg, aquele que viria a ser meu parceiro de prova nesta edição da Maratona das Praias.
Mesmo em ritmo tranquilo, vinha ultrapassando naturalmente muita gente que havia saído mais forte, mas na hora que encostei no Greg, rapidamente percebi que estava diante de alguém que estava bem preparado para a missão.
Um pouco depois de ultrapassá-lo e notar que ele não ficaria pra trás pois estávamos praticamente na mesma batida, deixei-me ultrapassar, para seguir em seu vácuo.
Uns dois quilômetros adiante, avisei-o que iria para a frente para substitui-lo como puxador do ritmo e passamos a marca da meia maratona em 1h35min (três minutos mais lento que no ano passado).
Naquela batida vínhamos ultrapassando vários corredores e pensava comigo que se havia um local em que poderíamos nos separar seria no trecho de areia fofa entre o km 22,5 e o km 25.
Ledo engano, Greg passou absoluto pelo trecho de areia (lá ganhamos mais algumas posições, rs) e na saída fomos informados de que estávamos na 10º e 11º colocação.
Por volta do km 25 ao lado de Alan Greg |
Por isso, por volta do km 30 resolvi apelar e descobrir se o excelente corredor ao meu lado também já estava na faixa dos 50 anos (rs). Foi com alegria e alívio que o ouvi dizendo que havia completado 48 anos (ufa! rs) na semana passada.
Pronto, agora sim poderíamos ir mais tranquilos. E fomos, até que as noites insones começaram a cobrar seu preço, sentia-me cansado e na entrada do Paiva já estava uns 200 metros atrás de Alan.
Ele lá adiante e eu algum tempo depois, ainda assim seguíamos em nossas ultrapassagens.
Julgando estar na sétima colocação, saí do Paiva e lá pelo km 40, num bom trecho de ladeira acima, notei um corredor que aparentava ser da mesma faixa (todos aparentam neste momento, rs) fazendo algo como um alongamento para tentar retornar ao ritmo de corrida.
Mesmo cansado reuni forças para me aproximar o mais rapidamente possível dele e fazer a ultrapassagem que, segundo minhas contas, garantiria de vez um belo troféu da edição 2018 da Maratona das Praias.
Acomodado com a pretensa conquista do troféu, depois de subir a ladeira monitorando se vinha alguém atrás de mim, acabei fazendo o último quilômetro de forma muito tranquila.
Após a descida, já podendo avistar o pórtico lá adiante, virei-me mais uma vez para ver como estava a retaguarda e estando tudo tranquilo, optei por fazer um bom trecho correndo de costas e no final até caminhei para chegar ao pórtico, tanto que surgiu uma pessoa que veio me dar forças. Tratei de apertar sua mão e tranquilizá-lo, dizendo-lhe que estava chegando daquele jeito já para dar inicio à recuperação e porque não havia ninguém atrás de mim, mas que estava tudo bem.
Cruzei a linha de chegada sem informação da colocação. Algum tempo depois foi que descobri que havia chegado no sétimo lugar (não em sexto como havia pensado), mas confirmando, apesar do susto, o título de campeão da Categoria 50 anos.
Alan Greg merecidamente cavara um quinto lugar no pódio.
Pódio masculino geral : 1º José Celestriano, 2º Adriano José, 3º Hebert Thomaz 4º Manoel Messias , 5º Alan Greg |
Numa Maratona em que 323 atletas do naipe masculino completaram a prova, não posso dizer que um 7º lugar geral (com direito a pódio por Categoria) foi um mau resultado.
Entretanto, fiquei me cobrando por ter me acomodado com o troféu de categoria. Quem sabe se houvesse seguido na mesma batida, ainda que de longe, poderia visualizar toda essa gente na frente e mudar o resultado?
Enfim, na verdade, o resultado poderia ter sido o mesmo, mas ainda que chegasse na mesma posição me sentiria menos culpado, pois teria tentado. Vivendo e aprendendo. Nada como um dia após o outro, e em alguns casos específicos, nada como um ano após o outro (rs).
Chegara feliz ao final de mais uma Maratona. Feliz e agradecido, restava festejar e motivos não faltavam.
Poucos minutos depois, emplacando um excelente 11º lugar, separado de mim por apenas 03 grandes feras da ACORJA (Salgadinho, Burgos e Sílvio), Josué, não por acaso conhecido como Foguetinho, baixava mais de 1 hora no seu tempo de Maratona.
Josué, O foguete, iniciando um costume tipicamente pernambucano: abreeeee |
Depois foi a vez de Pataro, que apesar de ter ido a Recife sem o treinamento costumeiro por conta de uma Parada no Polo Petroquímico, usando de sua vasta experiência para mandar pra conta mais um 42k, chegava com sua marca registrada, que não deixava dúvidas de que o cara continua com aquele seu velho "problema" odontológico: "os dentes não cabem dentro da boca", rs.
Muito tempo depois, menos pelos quilômetros percorridos do que pelas fotos no caminho (só no Paiva ele tirou algumas dezenas) quem chegava para completar sua primeira Maratona era Manoel, o Rei? da Selfie.
Bebemorando com Ney, Manoel, Foguete e Manoel |
Ainda naquela tarde deixávamos a bela Recife, no dia seguinte havia no Dique do Tororó aqui na capital baiana um certo treininho solidário de 5km, marcado para festejar os 50 anos de um certo alguém que vos escreve (rs).
Até a próxima!
Até a próxima!
O amanhecer do novo tempo em Salvador |
Trotinho regenerativo no dia seguinte já em Salvador antes de partir para as doações |
Pilates com a Profa. Daniela Nascimento no day after |
Trofeus das duas participações anteriores |
E, graças a Deus, vamos que vamos dando sequência aos treinos |